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19/04/2004 - 00h30

São Caetano ganha título com ousadia e pontaria

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EDUARDO ARRUDA
MARCUS VINÍCIUS MARINHO

da Folha de S.Paulo

A conquista do inédito título paulista coroou a ousadia e a pontaria do São Caetano. Apesar de poder perder por um gol de diferença no Pacaembu, o time do técnico Muricy Ramalho, que também venceu o Estadual pela primeira vez, começou o jogo no ataque e só diminuiu o ritmo no segundo tempo da decisão.

Na etapa inicial, o campeão fez dez finalizações contra sete do rival, que precisava de dois gols. No final, o clube do ABC só concluiu uma jogada a menos: 18 contra 19, de acordo com o Datafolha.

O São Caetano fechou o Paulista como o terceiro time mais ofensivo (média de 17,7 finalizações) e com a melhor pontaria da competição (aproveitamento de 46,9%).

Como consolo, o Paulista terminou o Estadual com o melhor ataque do torneio: 33 gols. É a primeira vez que um time do interior alcança esse feito desde 1986, quando a Inter de Limeira foi campeã e liderou a artilharia.

Justamente no dia em que precisava vencer por dois gols de diferença para causar os pênaltis, a equipe de Zetti passou em branco pela primeira vez no campeonato. Havia feito sempre ao menos um gol em cada jogo.

O jogo decisivo também consagrou Marcinho como herói do São Caetano e marcou Asprilla, de novo, como vilão do Paulista.

O meia fez um gol, foi o que mais finalizou na partida (cinco vezes), o mais acionado de seu time (39 bolas), acertou o maior número de passes (90,6%) e o mais caçado (5 faltas).

Marcinho, que já brilhara na partida anterior e nas semifinais, contra o Santos, abriu o caminho para a vitória histórica. Marcou aos 21min do primeiro tempo.

Ele só recebeu a bola graças a uma falha de Asprilla. O zagueiro, que já tinha errado num dos gols do São Caetano no primeiro jogo, voltou a falhar neste domingo. Ele foi driblado no segundo gol do adversário, marcado pelo volante Mineiro, aos 43min da etapa final.

Além de ser driblado facilmente pelos atacantes rivais, Asprilla foi um dos mais violentos de seu time. Cometeu três faltas, como Alemão, Aílton e Izaías.

O gol de Mineiro afastou de vez o medo dos torcedores do São Caetano de perderem de novo uma final. A equipe acumulava três vice-campeonatos.

A queda numa decisão aconteceu de novo no Nacional seguinte, contra o Atllético-PR, e na Libertadores de 2002.

"Sofremos bastante sendo vice várias vezes, mas aprendemos a lição e não deixamos o título escapar", disse o goleiro Silvio Luiz. Junto com os zagueiros Dininho e Serginho, ele participou de toda a trajetória do time rumo à elite do futebol paulista e brasileiro.

Ex-companheiros e ex-treinadores da equipe foram lembrados hoje pelos campeões.

"Temos que agradecer ao Túlio, ao Adãozinho, ao Adhemar, a todos que ajudaram o São Caetano a construir a sua história. Eles nos ajudaram a soltar esse grito de campeão", disse Gilberto.

No início do ano, ele recusou uma oferta do Corinthians para atuar pelo clube do ABC com seu amigo Tite, treinador que acabou sendo trocado por Muricy.

Logo no primeiro paulista que disputou, o ex-gremista foi campeão, como seu companheiro, o lateral-direito Anderson Lima.

"Esse título é muito importante para mim. O campeonato paulista é muito difícil e fico feliz por ganhar na primeira vez", disse o lateral, contratado com Gilberto.

Anderson levou um cartão amarelo hoje e encerrou o estadual com um feito que não comemorou: foi o jogador mais advertido pelos árbitros. Levou sete amarelos na competição.

Tite e Jair Picerni também foram lembrados na comemoração, antecedida por uma reza com os atletas de joelhos no gramado.
 

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