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22/08/2004 - 05h51

Vitória de bielo-russa nos 100 m derruba série de 20 anos dos EUA

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da Folha de S.Paulo, em Atenas

Branca, não-americana. Mas veloz. Mais do que todas as outras. A mais rápida do mundo.

Yuliya Nesterenko, 25, provocou ontem os primeiros "óóós" no Estádio Olímpico de Atenas.

Bielo-russa, conquistou o ouro nos 100 m, a mais clássica das provas olímpicas. Protagonizou a primeira grande surpresa do atletismo. E quebrou um longo tabu.

Há 20 anos, a prova era dominada por negras americanas. Em Los Angeles-84, o ouro foi de Evelyn Ashford. Em Seul, de Florence Griffith Joyner. Gail Devers triunfou em Barcelona e Atlanta. Em Sydney, foi de Marion Jones.

Até ontem, a última não-americana, e branca, a conquistar os 100 m havia sido a soviética Lyudmila Kondratyeva, em Moscou-80, diante do boicote dos EUA.

Coincidência ou não, os americanos perdem a hegemonia logo após passarem pelo seu maior escândalo de doping, que dizimou sua delegação de atletismo.

"Posso ter sido uma grande surpresa para o mundo, mas estava bem preparada", disse a bielo-russa, que marcou 10s93, 0s31 acima do recorde olímpico, de Griffith Joyner, de 1988.

A prova não teve alto índice técnico. Sua marca foi a segunda melhor do ano --antes de Atenas, Yuliya tinha só o oitavo tempo.

Depois de um resultado tão espantoso no feminino, tudo o que o atletismo quer é um resultado "normal" no masculino, hoje.

A largada será às 17h10 de Brasília. As cúpulas do atletismo, do COI e do Athoc esperam que tudo esteja terminado dez segundos depois. Que não ocorram desdobramentos ou mudanças de resultados. Que o fantasma do doping não apareça nos 100 m.

Mas o receio existe. E tem nome: Trevor Graham. Ele não corre, não salta, nunca disputou uma final olímpica. Jamaicano, 40, é treinador dos norte-americanos Shawn Crawford e Justin Gatlin.

Não faltam motivos para preocupações. Graham era o técnico de Marion Jones em Sydney. Trabalhou com Tim Montgomery, recordista dos 100 m e que, estranhamente, não obteve vaga para Atenas. Foi, até 2001, sócio do Balco (laboratório que fabricava o esteróide THG). E viu, de um ano para cá, seis de seus atletas serem pegos no antidoping.

Crawford e Gatlin classificaram-se ontem para as semifinais, que acontecem a partir das 14h55.

Para eles, deve ser mera formalidade. Ontem, Crawford cravou nas quartas-de-final 9s89, um centésimo de segundo acima do melhor tempo do ano, que pertence a ele mesmo. Ouro em Sydney, Maurice Greene foi o segundo mais veloz, com 9s93. Gatlin foi o quarto colocado.

Entre os brasileiros, apenas um, Vicente Lenilson, passou para as semifinais.

Especial
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