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05/12/2004 - 09h58

Após Serginho, pronto socorro vira regra no futebol

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da Folha de S.Paulo

A morte do zagueiro Serginho, do São Caetano, fez com que a CBF incluísse no seu novo Regulamento Geral das Competições exigências mais rigorosas em relação ao atendimento médico de atletas durante jogos de torneios organizados pela entidade.

O artigo 20 do texto, que trata das obrigações dos clubes que detêm o mando de campo, determina que essas equipes mantenham no local das partidas "equipamentos e medicamentos apropriados para atendimento de atletas perante a ocorrência de situações de mal súbito".

Serginho morreu no dia 27 de outubro, após sofrer parada cardiorrespiratória durante um jogo contra o São Paulo, no Morumbi.

Embora o regulamento, publicado ontem na página da CBF na internet, não cite a palavra desfibrilador, a redação induz os mandantes a disponibilizarem o aparelho, usado para ressuscitação de vítimas de paradas cardíacas.

Na atual versão do Regulamento Geral das Competições, que é de 2001, há também uma lista que fala sobre exigência de equipamentos de primeiros socorros, mas ela não cita o atendimento em situações de mal súbito.

Na noite em que Serginho morreu, havia um desfibrilador no Morumbi, mas não na versão portátil, que poderia estar mais próxima do campo. Neste caso, as chances de ressuscitação seriam maiores, segundo médicos.

O novo regulamento entrará em vigor no dia 1º de janeiro próximo. A versão que foi divulgada anteontem está sujeita, segundo o departamento técnico da CBF, a "revisões cabíveis" nos próximos 15 dias. O texto final será publicado por intermédio de uma RDI (Resolução de Diretoria).

O caso Serginho não foi o único episódio a interferir nas novas regras. Elas tiveram de ser alteradas principalmente por causa das exigências do Estatuto do Torcedor, sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em maio do ano passado, e do novo Código Brasileiro Justiça Desportiva, que entrou em vigor no início deste ano, em substituição ao Código Brasileiro Disciplinar do Futebol.

"Não são alterações profundas nem estruturais. Trata-se de uma atualização do texto, por causa da nova realidade do futebol", declarou o diretor do departamento técnico da CBF, Virgílio Elísio.

O artigo 10, por exemplo, diz que antes do início dos campeonatos "a CBF nomeará o ouvidor da competição, fazendo constar o seu nome do plano de ação da competição". A figura do ouvidor dos torneios surgiu com o Estatuto do Torcedor.

No quesito referente às condições de segurança que os mandantes têm de oferecer, são citados 14 artigos da lei 10.671, que instituiu o estatuto.
O novo Regulamento Geral das Competições traz ainda exigências aparentemente inviáveis, como a prevista no artigo 70, que limita a participação em todas competições promovidas pela CBF aos clubes que disputem a primeira divisão em seus Estados. Grande parte das equipes que integram a Série C do Brasileiro joga a segunda divisão.

O primeiro torneio a utilizar as novas determinações vai ser a Copa do Brasil, que começa em fevereiro e cujas regras e tabelas foram anunciadas no meio da semana.

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