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28/01/2005
-
09h31
EDUARDO ARRUDA
RICARDO PERRONE
da Folha de S.Paulo
O Banco Central acelerou o seu procedimento padrão e abriu investigação da movimentação financeira da parceria Corinthians/MSI na contratação do atacante argentino Carlos Tevez.
O órgão sabe que o dinheiro não passou pelo Brasil. Agora, a principal meta é pôr as mãos no contrato de compra e venda com o Boca Juniors. Se foi assinado pelo Corinthians, o clube do Parque São Jorge está sujeito a multa pouco superior a US$ 22,6 milhões (cerca de R$ 60 milhões), valor igual ao pago pelo atleta.
Normalmente, o BC espera os relatórios semestrais enviados pela CBF sobre as negociações dos clubes brasileiros com o exterior. Depois de examinar os documentos, o órgão inicia a investigação dos casos suspeitos.
As denúncias de conselheiros corintianos de que a MSI só entrou no país para lavar dinheiro, porém, fizeram com que o Banco Central apressasse o processo.
Em caso de irregularidade na transferência de Tevez, o Corinthians pode ser enquadrado no decreto 23.258, que possui status de lei federal, sobre operação ilegítima de câmbio.
Constituem operações ilegais de câmbio a troca de moeda estrangeira por real no Brasil sem passar pelas autoridades ou ainda o pagamento em real no Brasil por moeda estrangeira no exterior.
A missão do BC é descobrir quem assina o contrato de compra e venda de Tevez.
Segundo técnicos do órgão ouvidos pela Folha, só não existe a necessidade de o dinheiro passar pelo país se a compra foi feita oficialmente pela MSI, com a cessão do jogador ao Corinthians sendo feita posteriormente. Como a empresa de Kia Joorabchian tem sede fora do país, ela pode enviar dinheiro direto para a Argentina.
Segundo determinação da Fifa, só pode haver transferência de atletas entre clubes filiados a associações ligadas à entidade.
A diretoria do Boca declarou que oficialmente a negociação foi feita com o Corinthians.
O BC não tem poder para obrigar Corinthians, MSI e Boca a mostrarem o contrato que sacramentou a negociação mais cara do futebol brasileiro. Um dos meios de obtê-lo é a investigação feita pelo Ministério Público de São Paulo sobre a parceria.
O órgão já obteve cópias do contrato entre MSI e Corinthians, que gerou dúvidas em seus técnicos, e do documento referente à única remessa de dinheiro feita pela parceria até agora.
São US$ 2 milhões enviados por uma terceira empresa como empréstimo ao Corinthians. Nenhuma irregularidade foi encontrada.
Além de fazer um pente-fino na operação que trouxe o atleta ao país, o BC seguirá de perto os passos da parceria por causa da suspeita de lavagem de dinheiro por parte da MSI, dirigida por Kia.
As cifras milionárias do acordo --que prevê movimentar ao menos US$ 35 milhões em dez anos-- também contribuíram para a aceleração do processo.
Por enquanto, só a operação envolvendo Tevez está sendo rastreada. A compra de Carlos Alberto, que custou 7 milhões (cerca de R$ 22 milhões), deverá ser checada no fim de junho.
O futuro de Tevez, que assinou por cinco anos, no Parque São Jorge também será acompanhado de perto. Uma transferência do jogador para o exterior num curto período de tempo seria um indício de que o Corinthians serviu como uma lavanderia de dólares.
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Banco Central investiga a compra de Tevez
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RICARDO PERRONE
da Folha de S.Paulo
O Banco Central acelerou o seu procedimento padrão e abriu investigação da movimentação financeira da parceria Corinthians/MSI na contratação do atacante argentino Carlos Tevez.
O órgão sabe que o dinheiro não passou pelo Brasil. Agora, a principal meta é pôr as mãos no contrato de compra e venda com o Boca Juniors. Se foi assinado pelo Corinthians, o clube do Parque São Jorge está sujeito a multa pouco superior a US$ 22,6 milhões (cerca de R$ 60 milhões), valor igual ao pago pelo atleta.
Normalmente, o BC espera os relatórios semestrais enviados pela CBF sobre as negociações dos clubes brasileiros com o exterior. Depois de examinar os documentos, o órgão inicia a investigação dos casos suspeitos.
As denúncias de conselheiros corintianos de que a MSI só entrou no país para lavar dinheiro, porém, fizeram com que o Banco Central apressasse o processo.
Em caso de irregularidade na transferência de Tevez, o Corinthians pode ser enquadrado no decreto 23.258, que possui status de lei federal, sobre operação ilegítima de câmbio.
Constituem operações ilegais de câmbio a troca de moeda estrangeira por real no Brasil sem passar pelas autoridades ou ainda o pagamento em real no Brasil por moeda estrangeira no exterior.
A missão do BC é descobrir quem assina o contrato de compra e venda de Tevez.
Segundo técnicos do órgão ouvidos pela Folha, só não existe a necessidade de o dinheiro passar pelo país se a compra foi feita oficialmente pela MSI, com a cessão do jogador ao Corinthians sendo feita posteriormente. Como a empresa de Kia Joorabchian tem sede fora do país, ela pode enviar dinheiro direto para a Argentina.
Segundo determinação da Fifa, só pode haver transferência de atletas entre clubes filiados a associações ligadas à entidade.
A diretoria do Boca declarou que oficialmente a negociação foi feita com o Corinthians.
O BC não tem poder para obrigar Corinthians, MSI e Boca a mostrarem o contrato que sacramentou a negociação mais cara do futebol brasileiro. Um dos meios de obtê-lo é a investigação feita pelo Ministério Público de São Paulo sobre a parceria.
O órgão já obteve cópias do contrato entre MSI e Corinthians, que gerou dúvidas em seus técnicos, e do documento referente à única remessa de dinheiro feita pela parceria até agora.
São US$ 2 milhões enviados por uma terceira empresa como empréstimo ao Corinthians. Nenhuma irregularidade foi encontrada.
Além de fazer um pente-fino na operação que trouxe o atleta ao país, o BC seguirá de perto os passos da parceria por causa da suspeita de lavagem de dinheiro por parte da MSI, dirigida por Kia.
As cifras milionárias do acordo --que prevê movimentar ao menos US$ 35 milhões em dez anos-- também contribuíram para a aceleração do processo.
Por enquanto, só a operação envolvendo Tevez está sendo rastreada. A compra de Carlos Alberto, que custou 7 milhões (cerca de R$ 22 milhões), deverá ser checada no fim de junho.
O futuro de Tevez, que assinou por cinco anos, no Parque São Jorge também será acompanhado de perto. Uma transferência do jogador para o exterior num curto período de tempo seria um indício de que o Corinthians serviu como uma lavanderia de dólares.
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