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18/02/2005 - 09h19

Entusiasmado, Mascherano diz que projeto do Corinthians é "ambicioso"

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GUILHERME ROSEGUINI
da Folha de S.Paulo, em Buenos Aires

Os rumores iniciais trouxeram algum receio, pequeno temor de abandonar o país onde ostenta o status de um garoto prodígio para apostar no desconhecido.

Marcos Brindicci/Reuters
Mascherano com a camisa da Argentina
Bastaram, porém, algumas conversas com um velho amigo para Javier Alejandro Mascherano ficar convencido de que a transferência do River Plate para o Corinthians pode ser oportuna.

"Quando começaram os boatos, fiquei sem ação, pois não sabia de nada. Depois o Tevez me contou que está muito feliz, que o projeto do clube é ambicioso. Aí fiquei entusiasmado", explica.

Os bate-papos ocorreram por telefone. Apesar de defenderem agremiações arqui-rivais na Argentina --Tevez ainda é ídolo no Boca Juniors--, ambos cultivam uma amizade que perdura desde a época em que eles deram os primeiros passos na seleção argentina, ainda na categoria para menores de 15 anos.

Mesmo ressaltando que o negócio ainda não está 100% acertado, como apregoam alguns diretores do Corinthians, Mascherano deixa transparecer no discurso que sua transação pode estar bem adiantada. "Sei que eles [integrantes da MSI] negociaram com os dirigentes do River. É algo concreto, o que me deixou seguro", afirma o volante de 20 anos.

No River Plate, os cartolas relatam que a rodada decisiva do negócio deve ocorrer na próxima semana. Eles esperam receber Kia Joorabchian, comandante da MSI, a empresa que administra o Corinthians, em Buenos Aires.

Crêem que o iraniano vai trazer a proposta derradeira, algo entre US$ 11 milhões e US$ 15 milhões.

Sem abordar estas cifras, mas às vezes usando frases como se já estivesse no Corinthians, Mascherano concedeu entrevista à Folha após o treinamento do River Plate, anteontem, no estádio Monumental de Nuñez.

Folha - O Tevez disse que fala com você regularmente do Brasil. Também declarou que, com as conversas, o convenceu a jogar no Corinthians. É verdade?

Javier Mascherano - É. Conheço o Carlitos desde pequeno e ele me contou que foi recebido com um carinho incrível no Corinthians. Foi algo que o emocionou. Fazia tempo que eu não o via tão feliz.

Folha - Mas por que trocar o River Plate pelo Corinthians?

Mascherano - O Tevez sabe qual é o meu pensamento. No começo, quando soube do interesse, não sabia se era bom deixar o River. Mas ele me disse que o Corinthians é um clube grande, de muita popularidade. E que tem agora um projeto ambicioso. Parece que a equipe quer, em um prazo curto, lutar por títulos importantes. Isso me motivou bastante.

Folha - No Corinthians, alguns diretores dizem que a negociação já está fechada, que você deixa o River Plate logo após a Libertadores. É uma análise correta?

Mascherano - Sei que existe um interesse grande do Corinthians. Querem contar comigo no elenco. Sei que eles já negociaram com os dirigentes do River. É algo concreto, o que me deixou muito seguro. Estar de fato dentro de um projeto tão grande é ótimo. Não sei se o negócio já está fechado. Se for para o Brasil em junho, como você disse, será ótimo.

Folha - Eu não mencionei junho. Já disseram a você que é esse o mês da transferência?

Mascherano - Não sei... (risos) O que sei é que o interesse do Corinthians em contar comigo é concreto e por isso estou feliz.

Folha - Os dirigentes no Brasil esperam que você não cumpra apenas as funções de um defensor. Querem, também, que você participe na armação das jogadas de ataque. Você se julga pronto para essa atividade?

Mascherano - Sou um volante central, comprometido com a marcação. A minha função principal é romper o jogo dos adversários. Mas também gosto de sair com a bola nos pés, de distribuir o jogo. Não creio que terei problemas com isso.

Folha - A chegada da MSI trouxe muita celeuma ao futebol no Brasil. Kia e sua empresa acabaram sendo investigados pela Polícia Federal e pelo Banco Central. Esses fatos chegaram a te assustar?

Mascherano - Quando aparecem empresas grandes, com projetos muito ambiciosos, sempre buscam problemas para sujar a imagem. A MSI pode não ter tudo o que diz, mas creio que as negociações são feitas de forma correta, com tudo dentro da lei. Acho que inventaram muita coisa sobre a empresa e sobre o Kia. Eu tenho plena confiança neles.

Folha - No Brasil, Tevez tenta aprender a sambar e até participou de desfiles no Carnaval. O que pretende fazer no Brasil quando não estiver jogando?

Mascherano - Aqui no River, jogar é o meu trabalho. Faço tudo da melhor forma possível. Não será diferente se amanhã eu seguir para o Brasil. Quero lutar para conseguir coisas importantes.

Folha - Nada lhe interessa no Brasil fora dos gramados?

Mascherano - Não vou ao Brasil para fazer passeios. Não quero conhecer outras cidades, nada. Quando o negócio estiver definido, vou para jogar futebol.

Folha - Atletas argentinos não se aventuram no Brasil com freqüência. Teme problemas de adaptação, principalmente com a torcida?

Mascherano - Pelo que o Tevez me disse, a torcida não liga para essa rivalidade entre Brasil e Argentina. Ela gosta de atletas que lutem pelo time, independentemente da nacionalidade. É o que eu faço. Tento chegar em todas as bolas, não existe jogada perdida.

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