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22/04/2005
-
09h54
RICARDO PERRONE
PAULO GALDIERI
da Folha de S.Paulo
Mais de quatro anos após o adeus da Parmalat, o Palmeiras sofre o que o Corinthians começou a encarar logo ao fechar com a MSI, de Kia Joorabchian.
O clube do Parque Antarctica é investigado pelo Banco Central. Há suspeita de irregularidades em compra de jogadores do exterior feitas por sua ex-parceira ainda durante a década de 90.
Os corintianos ficaram na mira do BC ao contratarem Tevez no fim de 2004, no início do acordo.
A Folha apurou que o órgão suspeita de falhas nas negociações de pelo menos três atletas: Paulo Nunes, Rincón e Asprilla, que vieram de Portugal e da Colômbia para atuar pela equipe brasileira. Como a Parmalat entrou em processo de concordata, o clube tem de se defender sozinho.
Nos três casos, pelo menos parte do dinheiro não passou pelo país, o que na maioria das vezes é visto como irregularidade pelo BC. Isso porque os jogadores são comprados, oficialmente, pelos clubes, estabelecidos no Brasil --empresas não podem assinar os contratos de compra dos atletas.
É a mesma situação do Corinthians, que contratou Tevez, por meio da MSI, sem enviar um centavo para o Brasil.
A diferença por enquanto é no estágio em que as duas investigações se encontram. No episódio envolvendo Tevez, o Banco Central acompanha as operações financeiras feitas no exterior.
Já os palmeirenses foram notificados oficialmente que estão sendo investigados pelo órgão.
Receberam pedidos para que apresentem documentos referentes às compras. Como a investigação ainda não foi transformada em processo, há chance de o Palmeiras não ter de pagar multa, que normalmente é igual ao valor de cada negociação.
Antonio Carlos Corcione, assessor da presidência palmeirense, calcula que o clube possa ter de pagar entre US$ 500 mil e US$ 1 milhão em cada caso, apesar de os jogadores terem sido contratados por quantias superiores. Só Rincón veio do América de Cali, em 1993, por US$ 3 milhões.
Por essa versão, apenas parte do dinheiro não passou pelo Brasil.
Gilberto Cipullo, diretor de futebol do clube de 1991 a 1996, durante a parceria, diz que foram feitas negociações em que nenhuma quantia esteve em bancos no Brasil e outras em que houve movimentação financeira no país.
Antes de a Parmalat quebrar, os advogados dela cuidavam do caso. O Palmeiras contratou o escritório Mattos Filho para assumir o assunto, segundo a diretoria.
As investigações não têm um prazo para serem encerradas pelo Banco Central. O órgão só divulga detalhes do caso depois da abertura de processo.
A parceria entre Palmeiras e Parmalat, que começou em 1992, foi marcada pela contratação milionária de craques. Os problemas financeiros da empresa fizeram com que ela não renovasse o compromisso, que terminou em 31 dezembro de 2000.
Com a falência da empresa, os negócios dela no futebol foram colocados sob suspeita de lavagem de dinheiro e geraram investigações em diferentes países.
Assumir a responsabilidade de um parceiro que fechou as portas é justamente o argumento que a oposição corintiana usou para tentar barrar a parceria com a MSI. Os conselheiros opositores temem que aconteça um caso semelhante ao da Parmalat com a empresa chefiada por Kia.
Investigações com o risco de multa, como as que acontecem hoje no Parque Antarctica, também estavam entre os argumentos da oposição na ocasião em que a parceria com a MSI era discutida no Conselho Deliberativo.
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PAULO GALDIERI
da Folha de S.Paulo
Mais de quatro anos após o adeus da Parmalat, o Palmeiras sofre o que o Corinthians começou a encarar logo ao fechar com a MSI, de Kia Joorabchian.
O clube do Parque Antarctica é investigado pelo Banco Central. Há suspeita de irregularidades em compra de jogadores do exterior feitas por sua ex-parceira ainda durante a década de 90.
Os corintianos ficaram na mira do BC ao contratarem Tevez no fim de 2004, no início do acordo.
A Folha apurou que o órgão suspeita de falhas nas negociações de pelo menos três atletas: Paulo Nunes, Rincón e Asprilla, que vieram de Portugal e da Colômbia para atuar pela equipe brasileira. Como a Parmalat entrou em processo de concordata, o clube tem de se defender sozinho.
Nos três casos, pelo menos parte do dinheiro não passou pelo país, o que na maioria das vezes é visto como irregularidade pelo BC. Isso porque os jogadores são comprados, oficialmente, pelos clubes, estabelecidos no Brasil --empresas não podem assinar os contratos de compra dos atletas.
É a mesma situação do Corinthians, que contratou Tevez, por meio da MSI, sem enviar um centavo para o Brasil.
A diferença por enquanto é no estágio em que as duas investigações se encontram. No episódio envolvendo Tevez, o Banco Central acompanha as operações financeiras feitas no exterior.
Já os palmeirenses foram notificados oficialmente que estão sendo investigados pelo órgão.
Receberam pedidos para que apresentem documentos referentes às compras. Como a investigação ainda não foi transformada em processo, há chance de o Palmeiras não ter de pagar multa, que normalmente é igual ao valor de cada negociação.
Antonio Carlos Corcione, assessor da presidência palmeirense, calcula que o clube possa ter de pagar entre US$ 500 mil e US$ 1 milhão em cada caso, apesar de os jogadores terem sido contratados por quantias superiores. Só Rincón veio do América de Cali, em 1993, por US$ 3 milhões.
Por essa versão, apenas parte do dinheiro não passou pelo Brasil.
Gilberto Cipullo, diretor de futebol do clube de 1991 a 1996, durante a parceria, diz que foram feitas negociações em que nenhuma quantia esteve em bancos no Brasil e outras em que houve movimentação financeira no país.
Antes de a Parmalat quebrar, os advogados dela cuidavam do caso. O Palmeiras contratou o escritório Mattos Filho para assumir o assunto, segundo a diretoria.
As investigações não têm um prazo para serem encerradas pelo Banco Central. O órgão só divulga detalhes do caso depois da abertura de processo.
A parceria entre Palmeiras e Parmalat, que começou em 1992, foi marcada pela contratação milionária de craques. Os problemas financeiros da empresa fizeram com que ela não renovasse o compromisso, que terminou em 31 dezembro de 2000.
Com a falência da empresa, os negócios dela no futebol foram colocados sob suspeita de lavagem de dinheiro e geraram investigações em diferentes países.
Assumir a responsabilidade de um parceiro que fechou as portas é justamente o argumento que a oposição corintiana usou para tentar barrar a parceria com a MSI. Os conselheiros opositores temem que aconteça um caso semelhante ao da Parmalat com a empresa chefiada por Kia.
Investigações com o risco de multa, como as que acontecem hoje no Parque Antarctica, também estavam entre os argumentos da oposição na ocasião em que a parceria com a MSI era discutida no Conselho Deliberativo.
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