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01/07/2005 - 09h31

Espaço de Ronaldo na seleção diminui após Copa das Confederações

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FÁBIO VICTOR
PAULO COBOS
da Folha de S.Paulo, em Frankfurt

A conquista da Copa das Confederações, após uma incontestável goleada de 4 a 1 sobre a Argentina na final, quarta-feira, fortaleceu o poder jovem da seleção brasileira, ao mesmo tempo em que diminuiu o enorme espaço ocupado até então no time pelo seu maior astro, o já veterano Ronaldo.

O centroavante do Real Madrid, de 28 anos, 11 deles na seleção, foi dispensado do torneio alemão a pedido, alegando esgotamento físico e emocional. Vai voltar a ser convocado por Carlos Alberto Parreira, mas retomará seu posto no ataque sem o status de intocável que o acompanhou nos últimos anos na equipe, especialmente após a volta do treinador ao comando, em 2003.

Há dois motivos. O primeiro deles é evidente. Com ótimo desempenho, o jovem quarteto ofensivo formado por Kaká, 23, Ronaldinho, 25, Robinho, 21, e Adriano, 23, conduziu o time ao título e mostrou um misto de qualidade técnica e poderio de ataque que há muito não se via no time.

O segundo fator remete ao imbróglio da dispensa de Ronaldo. Avalizado pela CBF, Parreira atendeu ao pedido do craque, mas o castigou com o corte de dois jogos das eliminatórias. Treinador e confederação julgam que faltou vontade ao atacante e ainda não digeriram o episódio. O título na Alemanha foi, na avaliação de integrantes da comissão técnica, a melhor resposta que poderia se dar ao "desertor".

Até a 13ª rodada das eliminatórias, a última de que Ronaldo participou, o atacante era o único da seleção que tinha jogado todas as partidas e também o único que nunca havia sido substituído.

Parreira tem demonstrado --oficialmente nas entrelinhas e reservadamente de forma clara-- que a situação vai mudar. Diz que quer testar a dupla Ronaldo e Adriano, mas não hesitará em sacar o astro do time no decorrer do jogo na primeira chance que tiver, ainda mais tendo no banco Robinho, Kaká ou, dependendo da situação, o próprio Adriano.

O histórico de sua terceira passagem pela seleção o ajuda. Nas eliminatórias, com a estrela em campo, o time tem estado irregular, muitas vezes péssimo. E os dois títulos desde o retorno de Parreira, a Copa América-04 e a Copa das Confederações-05, foram ganhos sem Ronaldo.

Também não levantaram essas taças Cafu e Roberto Carlos, os outros dois titulares que não foram à Alemanha, dispensados por Parreira por terem ambos mais de 30 anos.

Sem os três, o poder jovem tomou conta da seleção. A faixa de capitão foi dada a um dos "garotos", Ronaldinho --que ontem deixou Frankfurt antes dos demais jogadores para ir a Atenas promover o Campeonato Grego.

Os campeões na Alemanha integram uma espécie de sala de aula brincalhona, mas bem comportada. Não há no time "bad boys" nem regalias, como as que Ronaldo costumava receber.

Ademais, o sucesso na conquista de quarta-feira consagra o desejado processo de renovação que Parreira disse que pretendia fazer desde que reassumiu o cargo. Começou por sacar Rivaldo, um dos destaques do pentacampeonato.

Cafu e Roberto Carlos continuam titulares absolutos, mas o primeiro, capitão, ganhou uma sombra incômoda após o convincente desempenho de Cicinho na Copa das Confederações.

Após muitos atletas vararem a madrugada na noite de Frankfurt ou mesmo no hotel, o time se dispersou ontem. Durante o dia, um grupo foi à fábrica da Nike, patrocinadora da seleção.

A seleção volta a atuar em 17 de agosto, em amistoso com a Croácia. Na quinta-feira, os Emirados Árabes anunciaram que farão jogo festivo com o Brasil em novembro.

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