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27/09/2005 - 09h18

Após confissão, peruano Alianza decide processar árbitro

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RODRIGO BUENO
da Folha de S.Paulo

O Alianza Lima, um dos grandes do Peru, quer processar Edilson Pereira de Carvalho por prejudicá-lo na Libertadores deste ano.

O juiz brasileiro atuou na partida em que o Banfield venceu na Argentina por 3 a 2 o Alianza pelo Grupo 6 do torneio da Conmebol --pela classificação final, se o Alianza tivesse vencido, poderia ter avançado às oitavas-de-final.

O presidente do Alianza, Alfonso de Souza Ferreira Remuzgo, foi informado pela Folha da confissão de Carvalho e espera apenas uma cópia do depoimento do árbitro para cobrar dele compensação financeira pela eliminação.

"Li alguns diários e vi que ele [Edilson Pereira de Carvalho] teve interferência em algumas partidas da Libertadores. Não foi esse tipo que apitou uma partida nossa?", perguntou o dirigente no início da entrevista por telefone.

Ao ser informado do depoimento, lembrou detalhes do jogo que foi vendido por R$ 10 mil.

"O primeiro gol do Banfield saiu de uma falta. Enquanto o juiz falava e advertia meus jogadores, sem o sinal para a jogada, um atacante fez o gol. Ele [Edilson] não viu porque estava de costas. Reclamamos, e o bandeira disse que foi um erro e que erro é humano."

No fim, mais problemas. "Houve seis substituições, e ele não deu os acréscimos. O correto seriam no mínimo três minutos. Ele deu menos. Reclamei com o responsável pela partida, mas ficou como essas coisas do calor da hora. Agora, tem isso o que você me falou [o resultado foi manipulado]. Vamos ver o que temos de fazer".

Remuzgo já passou o caso para o departamento jurídico do clube. "Vamos solicitar em São Paulo que nos enviem cópia do depoimento do árbitro para termos uma prova. Comprovado que ele cometeu um ato contra as leis, vamos, como instituição, reclamar nossos direitos. Cobraremos diretamente o juiz pelos prejuízos."

A medida seria até inovadora, pois geralmente clubes lesados buscam reparação econômica junto a federações --o Hamburgo recebeu 2 milhões de compensação por deixar a Copa da Alemanha em jogo viciado.

"A Libertadores já acabou. Foi virada a página. Mas queremos os meios legais. Vamos consultar com nosso departamento jurídico se podemos pedir uma compensação financeira à Conmebol. É provável que sim, mas, em todo caso, cobramos o árbitro a título pessoal", disse Remuzgo.

Segundo Markus Siegler, diretor de comunicação da Fifa, a partida entre o Banfield e o Alianza não deve ser mexida.

"O caso é da federação brasileira [CBF]. E a Fifa solicitou à federação um relatório sobre o caso. É uma coisa comum", falou à Folha ontem Markus Siegler.

A CBF oficializou anteontem pedido para suspender Carvalho dos quadros da Fifa e da Conmebol, porém a entidade, que tem sede na Suíça, não confirmou o recebimento do documento. A Conmebol, por sua vez, já dá Carvalho como um juiz afastado.

"O árbitro foi afastado pela CBF e, por conseqüência, está afastado da Conmebol. Na Libertadores, já ouvi suspeitas e rumores de jogos manipulados, mas é a primeira vez que aparece um caso comprovado", disse à Folha Nestor Benítez, porta-voz da Conmebol.

"O jogo não deve ser anulado. Mas é um fato muito recente. A Conmebol irá discutir o assunto mais adiante. Tudo tem o seu momento", afirmou Benítez. Até a possível compensação financeira ao Alianza deve ser debatida.

Especial
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