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28/09/2005 - 10h36

Gravações da polícia comprometem só Carvalho e Danelon

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ADALBERTO LEISTER FILHO
RODRIGO MATTOS

da Folha de S.Paulo

A Polícia Federal encontrou, nas escutas telefônicas, elementos para implicar apenas dois árbitros --Edilson Pereira de Carvalho e Paulo José Danelon-- no esquema de venda de resultados para apostas em sites clandestinos.

Foram coletadas cerca de 20 mil horas de gravações em cinco meses de escuta telefônica. Boa parte desse material não se relaciona ao caso e será incinerado pela PF.

Carvalho foi preso sábado pela Operação Atenas, detonada pela polícia. Ele está detido na sede do órgão em São Paulo, na Lapa (zona oeste), com Nagib Fayad, empresário que subornava os árbitros e realizava as apostas.

Danelon, por sua vez, será interrogado hoje na sede da PF. A Folha apurou que a polícia já tem elementos suficientes para pedir também a sua prisão temporária.

Ilda Helena Rodrigues, advogada de Danelon, porém, desconhecia, até a tarde de ontem, quando seria a inquirição ao árbitro. "Não temos nada marcado. Estamos tentando contato com a PF, mas ainda não conseguimos."

O outro juiz, Romildo Corrêa, citado em alguns diálogos esparsos das gravações telefônicas, também deve ser ouvido, apesar de ainda não ser comprovado se participou do esquema.

"Ele não foi mencionado como fraudador de partidas. No momento certo, cuidaremos de ouvi-lo", afirmou José Reinaldo Guimarães Carneiro, promotor do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), do Ministério Público, que também investiga o caso.

Carvalho foi ouvido novamente pela polícia anteontem. "Não foi estipulada nenhuma data para outro depoimento. Aguardamos o fim da prisão temporária [na quinta-feira] para sabermos como agir", declarou Areovaldo Alves, um dos advogados do árbitro.

A Anaf (Associação Nacional de Árbitros), que havia bancado o antigo defensor de Carvalho, retirou seu profissional do processo após a confissão do juiz, feita no depoimento realizado sábado.

Apesar da limitação dos envolvidos a partir das escutas telefônicas, a PF ainda pode descobrir mais nomes relacionados ao esquema de apostas fraudulentas.

Ontem, a equipe do delegado Protógenes Queiroz, da PF de Brasília, analisou objetos apreendidos sábado na casa de Carvalho e Fayad. Foram recolhidos computador, documentos e súmulas.

Uma das frentes das investigações é a dos bingos. "Houve menção de bingos nas escutas telefônicas", diz Roberto Porto, promotor do Gaeco que investiga o caso.

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