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25/10/2005 - 10h16

Em 3 dias, atleta da seleção de basquete descobre gravidez e dá à luz

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TATIANA CUNHA
da Folha de S.Paulo

Em uma semana a vida da ala Sílvia, 23, mudou radicalmente.

Há dez dias, a jogadora disputava a final dos Jogos Abertos do Interior pelo São Caetano, quando seu time bateu o Catanduva e ficou com o ouro. Apesar de feliz, Sílvia não se sentia muito bem.

Jorge Aráujo/F.Imagem

Jogadora Sílvia

Dois dias depois, procurou os médicos do clube reclamando de prisão de ventre. Foi examinada e teve um "caroço" encontrado na barriga. Assustada, procurou um médico conhecido de Americana, onde já morou. Para o seu espanto, o "caroço" era um bebê.

"Nunca imaginei que estivesse grávida. Não tive enjôo nenhum e também não senti desejo. A única coisa é que estava um pouco acima do peso", disse a atleta, que foi reserva da seleção brasileira na Olimpíada de Atenas, em 2004.

Como toma anticoncepcionais ininterruptamente, Sílvia já não menstrua há algum tempo.

Segundo ela, três dias após descobrir que estava grávida, deu à luz Luis Fernando, que nasceu com sete meses, 31 cm e pouco mais de 1 kg e continua internado.

"Achei que ela estava um pouco lenta, fora de forma, mas jamais pensei que ela pudesse estar grávida. Nem barriga ela tinha", afirmou o técnico do São Caetano, Norberto da Silva, o Borracha. "Como ela tinha acabado de jogar pela seleção, a gente nem se preocupou em fazer exames nela."

Quando se apresentou à equipe nacional para disputar amistosos e a Copa América, a ala foi submetida a uma bateria de testes, mas nenhum detectou a gravidez.

"Toda vez que as atletas se apresentam fazemos alguns exames de rotina, como avaliação cardíaca, hemograma, urina. Mas nenhum deles é específico para gravidez, e realmente não detectamos nada", explicou César de Oliveira, chefe do departamento médico da Confederação Brasileira de Basquete. "Como a Sílvia também não desconfiava, não havia motivos para fazer estes testes."

De acordo com Oliveira, a única queixa da atleta nos últimos tempos era de forte dor de estômago, tanto que ela foi submetida a endoscopia que detectou uma gastrite e uma hérnia de hiato.

"Levei um susto quando o pai dela ligou e falou: "Sabe a dor de estômago que a Sílvia estava reclamando ontem? Pois é, nasceu o filho dela'", disse Borracha.

"Não há como medir ou estimar se o fato de a atleta ter praticado exercícios vigorosos durante a gravidez traria problemas para o bebê. Há mulheres que trabalham na roça, de sol a sol, e não têm problemas", explicou Carlos Alberto Petta, professor de ginecologia da Unicamp. "No geral, orientamos para pegar leve."

"O maior risco era de sofrer uma queda ou um traumatismo no local", declarou Oliveira, que ainda lembrou o caso de outra atleta da seleção, Roseli, que jogou grávida o Mundial.

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