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03/11/2005 - 11h19

Globo e C13 reprovam calendário europeu para o Brasileiro-2007

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EDUARDO OHATA
TONI ASSIS
da Folha de S.Paulo

Globo e Clube dos 13, entidade que congrega os principais times do país, reprovam a idéia da CBF de adotar em 2007 no Brasileiro o calendário europeu, que prevê o início do torneio no meio do ano e sua conclusão no primeiro semestre da temporada seguinte.

Para a emissora, os valores pagos ao Clube dos 13 pelos direitos de transmissão serão drasticamente diminuídos se a alteração for mesmo levada a cabo.

A Globo argumenta que o mercado publicitário opera de janeiro a dezembro. Se o Nacional começar em um ano e terminar em outro, os números do mercado seriam muito menores, segundo executivos da rede. A teoria tem outro defensor, o presidente do Clube dos 13, Fábio Koff.

Pelos direitos correspondentes ao triênio 2006-2008, a entidade fechou com a Globo valor superior a R$ 900 milhões, mas há cláusula no contrato que prevê revisão em caso de alterações.

"Se as condições contratuais, como o formato ou estrutura do torneio, se modificarem durante seu curso, haverá revisão de preços. É o mesmo princípio que a Globo utilizou para reduzir o preço dos direitos da Copa do Mundo de US$ 240 milhões para US$ 83 milhões", diz Marcelo Campos Pinto, diretor da Globo Esportes, braço esportivo da emissora.

Outro ponto de resistência é Koff. "Se é para evitar que o atleta vá para o exterior, acho bobagem", afirma. "E os anunciantes vão ter de mudar. O ano fiscal deles é como o nosso calendário atual: de janeiro a dezembro. As negociações são feitas nesses moldes. Vai precisar ser feita uma nova negociação", afirma, ao reproduzir a argumentação da Globo.

O dirigente afirmou que a entidade tem agendada duas reuniões até o fim do ano e que o assunto estará na pauta. "Primeiramente, eu quero que me sejam apresentadas vantagens concretas para essa mudança de calendário."

Mas a CBF acha a medida benéfica. Mesmo com o trabalho ainda em fase de rascunho, como classificou o diretor técnico da entidade, Virgílio Elísio, o projeto é uma das prioridades da confederação.

"É um desejo do presidente Ricardo Teixeira. Não demos continuidade porque houve fatos novos [o escândalo da arbitragem]. O calendário de 2006 já está pronto. Mas acho que não haveria problemas para a transição. O Brasileiro poderia começar no segundo semestre de 2007 e terminaria na primeira metade de 2008."

Entre os clubes, a alteração não é unanimidade. Para Paulo Odone, presidente do Grêmio, a mudança "trará prejuízo pela época de disputa". "O clima em dezembro e janeiro é muito quente."

A dupla Fla-Flu acha que a alteração será boa. "O primeiro ponto é a diminuição da saída de jogadores", falou Márcio Braga, presidente do Flamengo. Roberto Horcades, que comanda o Fluminense, acha que a metamorfose não trará prejuízo aos clubes. "A Globo tem interesse em bons espetáculos. Tenho certeza de que haverá alternativa para a negociação."

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