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22/11/2005
-
10h18
da Folha de S.Paulo
Discussão entre senadores no plenário do Congresso, comentário do presidente, rebuliço entre cartolas e até mesmo o apoio de torcedores que sempre desejaram infortúnios ao Internacional.
A repercussão da falha do juiz Márcio Rezende de Freitas no embate de domingo (1 a 1) entre Corinthians e Internacional provocou reações no mínimo inusitadas.
Em plena crise política, o jogo gerou uma contenda na tribuna do Senado entre o governista Paulo Paim (PT-RS) e o oposicionista Álvaro Dias (PSDB-PR).
Paim reclamou da atuação do juiz que teria beneficiado o Corinthians ao não marcar um pênalti e ainda expulsar o atleta gaúcho.
Na tribuna, disse que "não tem como não comentar o quanto foi violento o ato cometido pelo árbitro". "Se o juiz desse o pênalti e expulsasse o goleiro, o Internacional ganharia o jogo", afirmou.
Seu pronunciamento gerou controvérsias. "Se ontem [domingo] o árbitro pode ter alterado o rumo da competição, já poderia ter alterado no jogo anterior, quando outro juiz validou um gol, em impedimento, do Internacional contra o Brasiliense", disse o senador Álvaro Dias.
Até o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, corintiano, citou o jogo de domingo durante uma cerimônia no Planalto. "Eu digo todo santo dia, de economia, futebol e saúde, todo mundo entende um pouco. Eu não posso falar muito de futebol, porque estão dizendo que o Corinthians ontem [domingo]... Sabe, o juiz não se comportou direito contra o Internacional."
A falta que o goleiro Fábio Costa cometeu em Tinga chegou ao ponto de operar uma espécie de milagre: gremistas, rivais históricos, classificaram a não-marcação de pênalti como injustiça.
Um exemplo é o artesão Armando Nunes, 39, que vestia a camisa do Grêmio enquanto empilhava correntes e pulseiras em sua banca no centro de Porto Alegre.
"Não dá para ficar indiferente em relação ao que aconteceu ontem [domingo]. Com o Grêmio já fizeram dessas. Na semana que vem, vou torcer para o Grêmio no sábado e para o Inter no domingo. Sei o que é esta dor que eles estão sentindo", disse.
O dentista Cláudio Telechea, 36, é menos enfático, mas também mostra haver um sentimento de consenso gaúcho quanto à injustiça. "Não sei se vou torcer para eles, mas posso garantir que não vou ficar triste se eles ganharem. Eles merecem o título", disse.
Mesmo com a solidariedade até mesmo dos adversários, o Inter se limitará a, no máximo, formalizar um protesto à CBF contra a arbitragem de Freitas. "O que poderemos fazer é um protesto. Erro de fato não anula jogo. Vamos fazer o que sempre fizemos quando há erro de arbitragem, que é protestar. Infelizmente", disse o presidente Fernando Carvalho.
O caso repercutiu também entre cartolas, que condenaram a atuação do juiz. "Quando o Corinthians vestir a faixa de campeão, vai ter que estar escrito "aprecie com moderação". O sujeito que escala o Márcio ou conhece muito bem o que ele é capaz de fazer e fez de propósito ou não tem sensibilidade administrativa", comentou Marco Aurélio Cunha, supervisor do São Paulo, famoso espezinhador do rival paulistano.
Eurico Miranda, presidente do Vasco, também condenou a falha, mas adotou tom mais cauteloso. "Conheço o Márcio do futebol há longos anos e, pelo nível dele, posso dizer que ele errou no lance, mas foi sem intenção, sem dolo. O prejudicado tem o direito de reclamar", afirmou o vascaíno.
Presidente do Clube dos 13, Fábio Koff acredita que o árbitro cometeu um "erro crasso" e diz que a atitude não foi premeditada.
Ex-presidente do Grêmio e torcedor declarado do tricolor gaúcho, também engrossa o coro dos que se solidarizaram com o rival. "Sei o quanto uma derrota dessas dói num dirigente que trabalha o ano inteiro", afirmou.
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Erro de Márcio Rezende de Freitas gera discussão até no Senado
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Discussão entre senadores no plenário do Congresso, comentário do presidente, rebuliço entre cartolas e até mesmo o apoio de torcedores que sempre desejaram infortúnios ao Internacional.
A repercussão da falha do juiz Márcio Rezende de Freitas no embate de domingo (1 a 1) entre Corinthians e Internacional provocou reações no mínimo inusitadas.
Em plena crise política, o jogo gerou uma contenda na tribuna do Senado entre o governista Paulo Paim (PT-RS) e o oposicionista Álvaro Dias (PSDB-PR).
Paim reclamou da atuação do juiz que teria beneficiado o Corinthians ao não marcar um pênalti e ainda expulsar o atleta gaúcho.
Na tribuna, disse que "não tem como não comentar o quanto foi violento o ato cometido pelo árbitro". "Se o juiz desse o pênalti e expulsasse o goleiro, o Internacional ganharia o jogo", afirmou.
Seu pronunciamento gerou controvérsias. "Se ontem [domingo] o árbitro pode ter alterado o rumo da competição, já poderia ter alterado no jogo anterior, quando outro juiz validou um gol, em impedimento, do Internacional contra o Brasiliense", disse o senador Álvaro Dias.
Até o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, corintiano, citou o jogo de domingo durante uma cerimônia no Planalto. "Eu digo todo santo dia, de economia, futebol e saúde, todo mundo entende um pouco. Eu não posso falar muito de futebol, porque estão dizendo que o Corinthians ontem [domingo]... Sabe, o juiz não se comportou direito contra o Internacional."
A falta que o goleiro Fábio Costa cometeu em Tinga chegou ao ponto de operar uma espécie de milagre: gremistas, rivais históricos, classificaram a não-marcação de pênalti como injustiça.
Um exemplo é o artesão Armando Nunes, 39, que vestia a camisa do Grêmio enquanto empilhava correntes e pulseiras em sua banca no centro de Porto Alegre.
"Não dá para ficar indiferente em relação ao que aconteceu ontem [domingo]. Com o Grêmio já fizeram dessas. Na semana que vem, vou torcer para o Grêmio no sábado e para o Inter no domingo. Sei o que é esta dor que eles estão sentindo", disse.
O dentista Cláudio Telechea, 36, é menos enfático, mas também mostra haver um sentimento de consenso gaúcho quanto à injustiça. "Não sei se vou torcer para eles, mas posso garantir que não vou ficar triste se eles ganharem. Eles merecem o título", disse.
Mesmo com a solidariedade até mesmo dos adversários, o Inter se limitará a, no máximo, formalizar um protesto à CBF contra a arbitragem de Freitas. "O que poderemos fazer é um protesto. Erro de fato não anula jogo. Vamos fazer o que sempre fizemos quando há erro de arbitragem, que é protestar. Infelizmente", disse o presidente Fernando Carvalho.
O caso repercutiu também entre cartolas, que condenaram a atuação do juiz. "Quando o Corinthians vestir a faixa de campeão, vai ter que estar escrito "aprecie com moderação". O sujeito que escala o Márcio ou conhece muito bem o que ele é capaz de fazer e fez de propósito ou não tem sensibilidade administrativa", comentou Marco Aurélio Cunha, supervisor do São Paulo, famoso espezinhador do rival paulistano.
Eurico Miranda, presidente do Vasco, também condenou a falha, mas adotou tom mais cauteloso. "Conheço o Márcio do futebol há longos anos e, pelo nível dele, posso dizer que ele errou no lance, mas foi sem intenção, sem dolo. O prejudicado tem o direito de reclamar", afirmou o vascaíno.
Presidente do Clube dos 13, Fábio Koff acredita que o árbitro cometeu um "erro crasso" e diz que a atitude não foi premeditada.
Ex-presidente do Grêmio e torcedor declarado do tricolor gaúcho, também engrossa o coro dos que se solidarizaram com o rival. "Sei o quanto uma derrota dessas dói num dirigente que trabalha o ano inteiro", afirmou.
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