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"Ministério do Trabalho, neste país, não vale nada", diz Lula


da Folha Online

Marco Ankosqui/Folha Imagem
Lula, ao lado de Clóvis Rossi, durante debate na Folha
Uma 'provocação' do jornalista Clóvis Rossi deu início ao debate "A herança da greve de 80 para as relações trabalhistas", promovido pela Folha e pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC na terça (2/5). Clóvis Rossi, membro do Conselho Editorial da Folha, foi o mediador do debate, que aconteceu às 19h30, no auditório do jornal.
Participaram do debate Luiz Inácio Lula da Silva, presidente de honra do PT, Luiz Marinho, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Luis Eulálio de Bueno Vidigal Filho, ex-presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), e Alencar Rossi, secretário das Relações do Trabalho no governo João Figueiredo.
Rossi introduziu o debate _que marca o aniversário de 20 anos da greve de 41 dias dos operários do ABC (região metropolitana de São Paulo)_ dizendo que, na sua opinião, a greve apressou o fim do regime militar, mas "contribuiu pouco para as relações trabalhistas no Brasil".
Para Luiz Marinho, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a afirmação de Rossi não é totalmente verdadeira. "Neste momento, temos um processo de evolução nas relações trabalhistas, principalmente no ABC. É claro que ainda não conseguimos acabar com o corporativismo sindical, mas as mudanças foram muitas."
O presidente de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que o que não houve, no Brasil, foi a modernização das leis. Para exemplificar, citou a situação da CUT (Central Única dos Trabalhadores), que, segundo ele, "existe, o governo reconhece, mas não está legalizada".
Segundo Lula, a greve de 1980 é um divisor na história do sindicalismo brasileiro. "Ela tinha que acontecer: foi a greve em que os trabalhadores perderam mais, economicamente, mas foi com ela que ganhamos mais, politicamente: dela resultou a criação do PT, da CUT e a maior politização do trabalhador."
Para Luis Eulálio de Bueno Vidigal Filho, os empresários, naquela época, procuravam uma nova forma de convivência com os operários. "Antes, a preocupação essencial era com salário, hoje é muito mais que isso. Se o empresário não se preocupar com questões como educação, saúde e segurança dos seus funcionários, ele está fora da realidade", afirmou.
Questionado sobre a necessidade e a importância das greves, Lula disse que todas as vezes em que houve greve no Brasil, a elite brasileira desconsiderava a participação popular. "O Ministério do Trabalho neste país não valia nada _e não vale. Os acordos são feitos sempre de cima pra baixo, pra matar a greve, desde a época da Independência."
Segundo ele, nem Walter Barelli, ministro do Trabalho no governo Itamar Franco, do PT, conseguiu trazer benefícios práticos para o trabalhador. "Ele é mais uma prova disso: teoricamente era muito bom, mas o que ele conseguiu fazer, na prática?", disse Lula. O contrato coletivo de trabalho foi outra questão abordada no debate. Segundo Alencar Rossi, atualmente, os acordos negociados valem mais do que a legislação. "Nunca vi um sindicato negociar besteira, o trabalhador sabe negociar."
Para Luiz Marinho, é preciso ter condições de trabalho semelhantes dentro de cada categoria. "Os salários pagos aos metalúrgicos são diferentes no ABC, em Betim (MG) ou na Bahia. E nem por isso os preços dos carros são mais baixos. O TST (Tribunal Superior do Trabalho) não é tão bonzinho assim com o trabalhador", disse.
Segundo o ex-presidente da Fiesp, o importante é que haja flexibilidade nas negociações. "Não dá para aumentar a produtividade à custa de conquistas de direitos óbvios do trabalhador. Desde que seja negociado, não há por que não ter piso salarial para as diferentes categorias", disse Luis Eulálio de Bueno Vidigal Filho.

(ADRIANA RESENDE)
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