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Dicas de gramática

Aprenda mais sobre regência verbal

DÍLSON CATARINO *
especial para o Fovest Online

Como combinamos a semana passada, hoje retornaremos à regência verbal. Para que você não precise voltar à coluna anterior, eis aqui a explicação sobre a matéria: Regência verbal é a relação de dependência, de subordinação que se estabelece entre os verbos e seus complementos.

Regência é a matéria que mais dificuldades traz ao estudante pela variedade de significados e de relações que um mesmo verbo pode ter. É também um estudo polêmico, pois alguns gramáticos admitem determinada regência, outros, regência diferente.

Por exemplo: há gramáticos que chamam o verbo “ir” de transitivo circunstancial; outros, de intransitivo. Com a coluna de hoje, não pretendemos “fechar” a discussão, ao contrário, o que queremos é alimentá-la, já que a língua não se estagnou no tempo, ao invés, evoluiu. A discussão com cortesia só nos leva a aprender mais, pois ninguém é dono do conhecimento total da gramática.

O verbo pode ligar-se a seus complementos de dois modos: com ou sem o auxílio de uma preposição. Quando não houver a preposição, chamaremos o verbo de TRANSITIVO DIRETO e seu complemento de OBJETO DIRETO. Quando houver a preposição, chamaremos o verbo de TRANSITIVO INDIRETO e seu complemento de OBJETO INDIRETO.

Quando o verbo possuir os dois complementos, chamá-lo-emos de TRANSITIVO DIRETO E INDIRETO. Além dessas denominações, há o verbo INTRANSITIVO, que não necessita de complementação.

Na verdade, os nomes não são absolutamente necessários. O que mais importa é o estudante saber usar o verbo adequadamente, com a preposição quando ele a exigir, sem a preposição quando ele a rejeitar.

A maneira em que exporemos a matéria aqui será por intermédio da própria regência do verbo, ou seja, apresentaremos uma pequena lista de verbos transitivos diretos, de transitivos indiretos, de intransitivos, etc. Você perceberá que o mesmo verbo aparecerá em listas diferentes, com significados diferentes: são os denominados verbos homônimos, verbos que têm o mesmo nome, mas que são diferentes. E mais uma vez, não se esqueça de que não pretendemos encerrar a discussão em torno de qualquer verbo, ao contrário, o que queremos é alimentá-la.

Como na coluna anterior já vimos os verbos transitivos diretos (VTD), hoje veremos os TRANSITIVOS INDIRETOS (VTI), TRANSITIVOS DIRETOS E INDIRETOS (VTDI) e os INTRANSITIVOS (VI).

Confira as listas:

TRANSITIVOS INDIRETOS QUE EXIGEM A PREPOSIÇÃO "COM"

TRANSITIVOS INDIRETOS QUE EXIGEM A PREPOSIÇÃO "DE"

TRANSITIVOS INDIRETOS QUE EXIGEM A PREPOSIÇÃO "EM"

TRANSITIVOS INDIRETOS QUE EXIGEM A PREPOSIÇÃO "POR"

TRANSITIVOS DIRETOS E INDIRETOS

INTRANSITIVOS

Vejamos, agora, as listas de alguns verbos de predicação oscilante:

Verbos que tanto podem ser TRANSITIVOS DIRETOS quanto TRANSITIVOS INDIRETOS com a PREPOSIÇÃO "DE"

Verbos que tanto podem ser TRANSITIVOS DIRETOS quanto TRANSITIVOS INDIRETOS com a PREPOSIÇÃO "EM"

Verbos que tanto podem ser TRANSITIVOS DIRETOS quanto TRANSITIVOS INDIRETOS com a PREPOSIÇÃO "POR".

Verbos que tanto podem ser TRANSITIVOS INDIRETOS quanto INTRANSITIVOS.

Pronto. Agora temos boa parte da regência. Não que tenhamos analisado a maioria dos verbos, mas alguns dos mais importantes, em se tratando de concursos vestibulares.

Se quiser mais verbos, ou mais detalhes dos verbos estudados, você pode estudar pelo livro Dicionário de Verbos e Regimes, do prof. Francisco Fernandes, da Editora Globo, ou pelo Dicionário Gramatical de Verbos, do prof. Francisco da Silva Borba, da Editora Unesp.

Até mais ver.

* DÍLSON CATARINO é professor de língua portuguesa e poeta. Ele leciona em Londrina (PR)
 

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