Folha Online Ilustrada  
Crítica
20/11/2001 - 10h31

Documentário traz entrevistas com artistas de Fassbinder

FABIO CYPRIANO
da Folha de S.Paulo


O título em português, "Mulheres de Fassbinder", banaliza a ambição do diretor Rosa von Praunheim. A tradução literal do alemão, "Para Mim Existe Apenas Fassbinder - As Vítimas Felizes de Rainer Werner F.", apresenta melhor o desejo de seu criador.

O documentário do mesmo autor de "O Einstein do Sexo", exibido com sucesso no ano passado no Mix, tem estréia hoje na versão de 2001 do festival.

Produzido para a televisão alemã, no ano passado, "Mulheres" é composto de depoimentos de artistas que trabalharam com Fassbinder ao longo de sua carreira, interrompida brutalmente, em 1982. O diretor morreu vítima de uma overdose, aos 37 anos. Produziu 43 filmes, alguns deles clássicos do cinema, como "Querelle", sua última produção, e "O Desespero de Veronika Voss", ambos de 1982, ou ainda "Lili Marlene", de 1981.

No entanto, ao buscar compreender o mito, Praunheim não conseguiu ir muito além das generalidades que são ditas após a morte de gênios artísticos. Mesmo assim, não deixa de ser ilustrativa a relação de amor e ódio, tão comum no cinema, teatro e dança, que existe entre atores/bailarinos e diretores/coreógrafos.

"Sempre fui apaixonada por ele, só não casei porque era alcoólatra", confessa a atriz Ursula Strätz, que conviveu com o diretor desde sua adolescência, em Munique, na Alemanha. O conteúdo do depoimento, de completa sedução, é quase uma constante em todos que com ele conviveram, sejam homens ou mulheres.

Fassbinder, gay assumido, foi casado por dois anos com a cantora Ingrid Caven, a única que se recusou a falar sobre o diretor pessoalmente. Seu testemunho, por telefone, aumenta o mistério em torno do casamento: "Ele era uma pessoa intempestiva, não era um homem normal", disse de Paris, onde vive.

Misterioso também é o testemunho da atriz francesa Jeanne Moreau, a Lysiane de "Querelle". "Conversávamos pouco, como é comum nos palcos de Berlim", despistou. Entretanto é por meio dos depoimentos de Hanna Schygulla, considerada a Marlene Dietrich de Fassbinder, que o documentário ganha densidade. Schygulla, que também esperava se casar com o diretor, conviveu com ele desde sua primeira produção para o cinema, "Katzelmacher", realizada em 69.

"Manipulador", "carismático", "sedutor" e "autoritário" são termos comuns nos depoimentos do documentário. Não vão muito além do senso comum, mas contribuem para fortalecer a imagem do mito em torno de Fassbinder.

O quê: "As Mulheres de Fassbinder"
Direção: Rosa von Praunheim
Produção: Alemanha, 2000 (89 min.)
Quando: hoje, às 17h, e qui., às 17h e às 21h, no Espaço Unibanco (r. Augusta, 1.475, tel. 288-6780)

   
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