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14/02/2001 - 05h26

Oscar 2001 é marcado pelo lobby feito para o longa "Chocolate"

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SÉRGIO DÁVILA, da Folha de S.Paulo

De novo, deu o lobby. Os irmãos Weinstein, donos do estúdio Miramax, conseguiram emplacar seu fraco "Chocolate" em duas importantes categorias, melhor filme e atriz, nas indicações ao Oscar 2001, anunciadas ontem em Los Angeles. É o nono ano seguido que um filme deles concorre a um dos Oscar principal.

A indicação de Juliette Binoche a melhor atriz foi menos surpreendente, mas, quando o primeiro dos indicados a filme foi anunciado, a imprensa internacional presente na cerimônia fez muxoxo. Estava evidente que cada centavo dos US$ 30 milhões empregados na publicidade de um filme que custou US$ 25 milhões valeu a pena.

Os irmãos W conseguiram ainda faturar atriz coadjuvante (Judi Dench), música e roteiro adaptado por "Chocolate" e até mesmo música e direção de fotografia para "Malèna", de Giuseppe Tornatore ("Cinema Paradiso").

Concorrerão ainda na categoria filme os previstos "Gladiador", com 12 indicações, "O Tigre e o Dragão", dez indicações, e "Erin Brockovich - Uma Mulher de Talento" e "Traffic", ambos de Steven Soderbergh, o grande prestigiado da manhã de ontem.

Ele está bem acompanhado historicamente: a última vez que um diretor viu dois de seus filmes concorrerem foi em 1974, quando um jovem Francis Ford Coppola emplacou "A Conversação" e "O Poderoso Chefão 2" (o vencedor), duas obras-primas.

O autor de "sexo, mentiras e videotape", 38 anos, concorre duplamente também na categoria de diretor. A única ocasião que isso ocorreu foi em 1938, com Michael Curtiz, por "Anjos de Cara Suja" e "Quatro Filhas".

Com ele brigarão Ridley Scott ("Gladiador"), Ang Lee ("O Tigre e o
Dragão") e a zebra Stephen Daldry, do britânico "Billy Elliott".
Entre os atores, não houve surpresa: Russell Crowe ("Gladiador"), Tom Hanks ("Náufrago"), Geoffrey Rush ("Contos Proibidos do Marquês de Sade"), Ed Harris "("Pollock") e o espanhol Javier Bardem ("Antes do Anoitecer"), o mais comemorado na manhã de ontem.

Na contrapartida feminina, brigam Julia Roberts ("Erin"), Laura Linney ("You Can Count on Me"), Ellen Burstyn (merecidíssimo por seu papel no subversivo "Requiem for a Dream"), Joan Allen ("The Contender") e a já citada Juliette Binoche.

Os filmes de Soderbergh emplacaram ainda melhor roteiro original, ator coadjuvante e atriz coadjuvante ("Erin"), roteiro adaptado, do talentoso ator coadjuvante e edição ("Traffic").

"O Tigre e o Dragão", a belíssima fábula marcial de Ang Lee, já é o filme não-falado em língua inglesa de maior sucesso nas bilheterias da história dos EUA. Bateu "A Vida É Bela", de Roberto Benigni, nesta semana, ao alcançar US$ 60,3 milhões.

Entre os indicados a melhor filme estrangeiro, não deu Brasil. Andrucha Waddington concorria com "Eu Tu Eles", mas ficou de fora. É o segundo ano seguido (no ano passado, o indicado era "Orfeu", de Cacá Diegues).

Não pode ter pesado o fato de o segundo longa do diretor da produtora Conspiração ser comédia, que Hollywood rejeitaria nesta categoria: pelo menos dois dos cinco indicados são do mesmo gênero. O problema é que o selo do brasileiro nos EUA, a Sony Classics, é o mesmo de "O Tigre e o Dragão", no qual os esforços foram concentrados. Esforços que deram certo, já que o filme de Ang Lee conseguiu a indicação e é o franco favorito.

A entrega do 73º Oscar acontece na noite de 25 de março.
 

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