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16/02/2001
-
04h30
TETÉ RIBEIRO, especial para a Folha
Lasse Hallström está rindo sozinho. Pela primeira vez, desde seu primeiro longa, em 1975, pôde fazer três filmes em três anos. A culpa é do estúdio Miramax, dos irmãos Bob e Harvey Weinstein.
Foi pelas mãos deles que saiu seu "Regras da Vida", de 99, que valeu o Oscar de ator coadjuvante a Michael Caine. Agora é a vez de "Chocolate", que estréia hoje. O filme recebeu cinco indicações ao Oscar, entre elas de melhor filme e atriz (Juliette Binoche).
Se o nome esquisito deste sueco de 55 anos não é dos mais marcantes, o mesmo não acontece com seus filmes. São dele "Minha Vida de Cachorro", de 85, e "Gilbert Grape", de 93. E ainda o cult "Abba: The Movie", de 77, documentário que mostrava a turnê da banda sueca pela Austrália e a saga de um repórter em busca de uma entrevista exclusiva com o grupo de "Dancing Queen".
Agora, se prepara para filmar o terceiro filme com a Miramax, "The Shipping News", em que junta Kevin Spacey e Julianne Moore. Leia a seguir trechos da entrevista à Folha.
Folha - Seus principais filmes se passam em vilarejos ou cidadezinhas perdidas. Por quê?
Lasse Hallström - Interessante, nunca tinha me dado conta disso... Não sei, talvez seja um sentimento escandinavo. Interesso-me por "outsiders". E tento julgá-los o menos possível.
Folha - Mudou muito a passagem do livro para o filme?
Hallström - O filme tem mais comédia do que o livro. No romance, o prefeito é um padre, o que é uma complicação interessante, mas gostei de colocá-lo como um homem abandonado pela mulher e envergonhado com isso.
Como escolheu o elenco?
Hallström - Juliette Binoche veio com o pacote da Miramax, mas não reclamei (risos). Meu único pedido era poder ter minha mulher, Lena Olin, e Johnny Depp, que dirigi em "Gilbert Grape". Queria muito trabalhar com Lena, somos casados há 15 anos e nunca tínhamos filmado juntos. Ela foi disciplinada e bem-humorada. E já conhecia Juliette de "A Insustentável Leveza do Ser", que fizeram juntas. Foi como uma reunião de amigos.
Folha - Por que Johnny Depp demora tanto para aparecer?
Hallström - Esse era o personagem. Fiquei muito satisfeito por ele ter aceitado o papel. Foi uma opção generosa. Não o escolhi por ser uma estrela, mas porque é um grande ator, capaz de trazer charme e verdade para cada personagem. É dele a idéia de fazer um cigano irlandês. Como o livro não contava o background, Johnny criou sua própria história.
Folha - Carrie Anne-Moss, de "Matrix", se revela no filme. O que o fez pensar nela?
Hallström - Ela foi a última a entrar. Era uma das opções do diretor de casting, fez o teste e se saiu incrivelmente bem. Não tinha visto "Matrix" quando fizemos o teste. Aliás, ainda não o vi inteiro.
Folha - Como será o próximo filme, "The Shipping News"?
Hallström - Ainda não sei. Antes de ser contratado pela Miramax, esperava anos entre um filme e outro. Cheguei a aguardar dez anos. Viabilizar uma produção sem um grande estúdio por trás é coisa cada vez mais complicada.
Leia mais notícias sobre o Oscar 2001
Chocolate: Diretor faz reunião de amigos no elenco
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Lasse Hallström está rindo sozinho. Pela primeira vez, desde seu primeiro longa, em 1975, pôde fazer três filmes em três anos. A culpa é do estúdio Miramax, dos irmãos Bob e Harvey Weinstein.
Foi pelas mãos deles que saiu seu "Regras da Vida", de 99, que valeu o Oscar de ator coadjuvante a Michael Caine. Agora é a vez de "Chocolate", que estréia hoje. O filme recebeu cinco indicações ao Oscar, entre elas de melhor filme e atriz (Juliette Binoche).
Se o nome esquisito deste sueco de 55 anos não é dos mais marcantes, o mesmo não acontece com seus filmes. São dele "Minha Vida de Cachorro", de 85, e "Gilbert Grape", de 93. E ainda o cult "Abba: The Movie", de 77, documentário que mostrava a turnê da banda sueca pela Austrália e a saga de um repórter em busca de uma entrevista exclusiva com o grupo de "Dancing Queen".
Agora, se prepara para filmar o terceiro filme com a Miramax, "The Shipping News", em que junta Kevin Spacey e Julianne Moore. Leia a seguir trechos da entrevista à Folha.
Folha - Seus principais filmes se passam em vilarejos ou cidadezinhas perdidas. Por quê?
Lasse Hallström - Interessante, nunca tinha me dado conta disso... Não sei, talvez seja um sentimento escandinavo. Interesso-me por "outsiders". E tento julgá-los o menos possível.
Folha - Mudou muito a passagem do livro para o filme?
Hallström - O filme tem mais comédia do que o livro. No romance, o prefeito é um padre, o que é uma complicação interessante, mas gostei de colocá-lo como um homem abandonado pela mulher e envergonhado com isso.
Como escolheu o elenco?
Hallström - Juliette Binoche veio com o pacote da Miramax, mas não reclamei (risos). Meu único pedido era poder ter minha mulher, Lena Olin, e Johnny Depp, que dirigi em "Gilbert Grape". Queria muito trabalhar com Lena, somos casados há 15 anos e nunca tínhamos filmado juntos. Ela foi disciplinada e bem-humorada. E já conhecia Juliette de "A Insustentável Leveza do Ser", que fizeram juntas. Foi como uma reunião de amigos.
Folha - Por que Johnny Depp demora tanto para aparecer?
Hallström - Esse era o personagem. Fiquei muito satisfeito por ele ter aceitado o papel. Foi uma opção generosa. Não o escolhi por ser uma estrela, mas porque é um grande ator, capaz de trazer charme e verdade para cada personagem. É dele a idéia de fazer um cigano irlandês. Como o livro não contava o background, Johnny criou sua própria história.
Folha - Carrie Anne-Moss, de "Matrix", se revela no filme. O que o fez pensar nela?
Hallström - Ela foi a última a entrar. Era uma das opções do diretor de casting, fez o teste e se saiu incrivelmente bem. Não tinha visto "Matrix" quando fizemos o teste. Aliás, ainda não o vi inteiro.
Folha - Como será o próximo filme, "The Shipping News"?
Hallström - Ainda não sei. Antes de ser contratado pela Miramax, esperava anos entre um filme e outro. Cheguei a aguardar dez anos. Viabilizar uma produção sem um grande estúdio por trás é coisa cada vez mais complicada.
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