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07/04/2001
-
13h20
RICARDO FELTRIN
Coordenador de Cotidiano da Folha Online
O primeiro show de Mark Knopfler em São Paulo foi hesitante e teve duas temperaturas: ora dava um sono de bocejar; ora fazia 5.000 pessoas uivarem no Credicard Hall. Primeiro, o motivo dos bocejos:
1) Knopfler devia falar menos no palco. Música sim, música não, lá está ele tagarelando algo, uma lembrança, um "obrigado", uma história sobre a canção... O problema é que ninguém entende absolutamente nada, uma vez que ele fala pelo nariz.
2) Esse novo CD do músico, "Sailing to Philadelphia", é bacana, agradável etc. etc. etc. Mas já que o aclamado escocês Knopfler, 51, pisou em São Paulo primeira vez na vida, não custava nada priorizar os velhos e bons sucessos _ou pelo menos escolher músicas menos mornas.
Em vez disso ele preferiu submeter a platéia a algumas faixas lastimáveis da nova obra. Talvez o objetivo final seja vender o novo CD, e não agradar quem nunca teve a honra de ver aquela mão, sem usar a palheta, extrair tantos timbres maravilhosos numa Fender.
Na terceira música, Knopfler já lascava "Walk of Life"; duas depois iniciou o arranjo épico (e longo, quase 12 minutos) de "Sultains of Swing". Foi aí que começou a série "agora-vou-tocar-umas-três-bem-tediosas-para-todos-irem-ao-banheiro".
A equalização no Credicard Hall estava horrorosa até "Sultains...". Mas, justiça seja feita, o técnico de som obteve uma façanha: criou, logo na abertura do show, a microfonia mais alta e aguda da história _que, pasmem_, estava no tom da música!
Claro que teve bis, com "Brothers in Arms" e, para ninguém ir embora sob lágrimas, "Money for Nothing".
"Golpe" no bar do Credicard
Consumidores devem ficar atentos com um novo golpe, que a reportagem presenciou ontem no bar da pista do Credicard Hall.
Pelo menos três pessoas foram enganadas por atendentes do bar. Elas pediram uma dose de uísque "Black Label" (R$ 12, a dose), e recebiam na verdade um uísque de qualidade inferior. O golpe é dado da seguinte forma:
Antes de mais nada, o bar fica na completa escuridão; a pessoa pede o uísque Black e o atendente mostra que será servida uma garrafinha (miniatura), contendo uma dose.
Se a pessoa concorda, as mãos do balconista desaparecem sob o balcão e reaparecem com um copo. Dois consumidores não perceberam a troca, mas um deles percebeu a fraude imediatamente, pelo forte cheiro da bebida.
Para comprovar sua suspeita, ele pediu ao balconista (que negava o golpe) que mostrasse a garrafinha vazia que supostamente despejara no seu copo. O balconista, constrangido, riu, mas não mostrou o vasilhame.
A reportagem conversou com o consumidor, que pediu para não ser identificado. Ele se disse "conformado". Como sempre bebe Black Label, afirmou, reconheceu o cheiro da "trapaça" antes mesmo de colocar o copo na boca.
Outro lado
O balconista não quis dizer seu nome quando a reportagem da Folha Online se identificou. Nem ele nem outros funcionários do bar quiseram falar ou mesmo informar quem era o responsável pelo local.
A Folha Online procurou ainda, neste sábado, contatar a assessoria de imprensa do Credicard Hall. Deixou recados na secretária eletrônica e enviou e-mail detalhando o caso. Até a publicação desta reportagem não houve contato.
Mark Knopfler leva platéia do delírio ao bocejo no Credicard Hall
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Coordenador de Cotidiano da Folha Online
O primeiro show de Mark Knopfler em São Paulo foi hesitante e teve duas temperaturas: ora dava um sono de bocejar; ora fazia 5.000 pessoas uivarem no Credicard Hall. Primeiro, o motivo dos bocejos:
1) Knopfler devia falar menos no palco. Música sim, música não, lá está ele tagarelando algo, uma lembrança, um "obrigado", uma história sobre a canção... O problema é que ninguém entende absolutamente nada, uma vez que ele fala pelo nariz.
2) Esse novo CD do músico, "Sailing to Philadelphia", é bacana, agradável etc. etc. etc. Mas já que o aclamado escocês Knopfler, 51, pisou em São Paulo primeira vez na vida, não custava nada priorizar os velhos e bons sucessos _ou pelo menos escolher músicas menos mornas.
Em vez disso ele preferiu submeter a platéia a algumas faixas lastimáveis da nova obra. Talvez o objetivo final seja vender o novo CD, e não agradar quem nunca teve a honra de ver aquela mão, sem usar a palheta, extrair tantos timbres maravilhosos numa Fender.
Na terceira música, Knopfler já lascava "Walk of Life"; duas depois iniciou o arranjo épico (e longo, quase 12 minutos) de "Sultains of Swing". Foi aí que começou a série "agora-vou-tocar-umas-três-bem-tediosas-para-todos-irem-ao-banheiro".
A equalização no Credicard Hall estava horrorosa até "Sultains...". Mas, justiça seja feita, o técnico de som obteve uma façanha: criou, logo na abertura do show, a microfonia mais alta e aguda da história _que, pasmem_, estava no tom da música!
Claro que teve bis, com "Brothers in Arms" e, para ninguém ir embora sob lágrimas, "Money for Nothing".
"Golpe" no bar do Credicard
Consumidores devem ficar atentos com um novo golpe, que a reportagem presenciou ontem no bar da pista do Credicard Hall.
Pelo menos três pessoas foram enganadas por atendentes do bar. Elas pediram uma dose de uísque "Black Label" (R$ 12, a dose), e recebiam na verdade um uísque de qualidade inferior. O golpe é dado da seguinte forma:
Antes de mais nada, o bar fica na completa escuridão; a pessoa pede o uísque Black e o atendente mostra que será servida uma garrafinha (miniatura), contendo uma dose.
Se a pessoa concorda, as mãos do balconista desaparecem sob o balcão e reaparecem com um copo. Dois consumidores não perceberam a troca, mas um deles percebeu a fraude imediatamente, pelo forte cheiro da bebida.
Para comprovar sua suspeita, ele pediu ao balconista (que negava o golpe) que mostrasse a garrafinha vazia que supostamente despejara no seu copo. O balconista, constrangido, riu, mas não mostrou o vasilhame.
A reportagem conversou com o consumidor, que pediu para não ser identificado. Ele se disse "conformado". Como sempre bebe Black Label, afirmou, reconheceu o cheiro da "trapaça" antes mesmo de colocar o copo na boca.
Outro lado
O balconista não quis dizer seu nome quando a reportagem da Folha Online se identificou. Nem ele nem outros funcionários do bar quiseram falar ou mesmo informar quem era o responsável pelo local.
A Folha Online procurou ainda, neste sábado, contatar a assessoria de imprensa do Credicard Hall. Deixou recados na secretária eletrônica e enviou e-mail detalhando o caso. Até a publicação desta reportagem não houve contato.
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