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17/04/2001 - 04h24

Mostra do Redescobrimento ficará em Buenos Aires por dois meses

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da Folha de S.Paulo

Parte da Mostra do Redescobrimento, que entre abril e setembro do ano passado atraiu 2 milhões de pessoas em São Paulo, estará em exibição a partir de hoje nos quatro principais espaços de arte da capital argentina.

Dos 12 módulos da megamostra, quatro serão expostos em Buenos Aires pelos próximos dois meses.

O de Arte Barroca estará abrigado no Museu Nacional de Belas Artes. Para o módulo de Arte Popular, o local escolhido pelos curadores foi o Centro Cultural Recoleta, no elegante bairro homônimo. A mostra Imagens do Inconsciente, que incorpora trabalhos realizados por pacientes de hospitais neuropsiquiátricos, terá como sede a Fundação Proa. Por fim, o Museu de Arte Moderna receberá seleção de artistas contemporâneos, com produção a partir dos anos 90.

Desde o encerramento da exposição no Brasil (de São Paulo, seguiram módulos para o Rio de Janeiro, Nordeste e região Sul), a mostra assumiu uma rota itinerante no exterior que terminará somente no final de 2002, no Museu Guggenheim de Bilbao, na Espanha.

A primeira escala internacional ocorreu em Santiago, no Chile.
""Em todos os países, procederemos da mesma maneira. Atuamos em co-curadoria. Permitimos aos curadores locais um trabalho aberto, dentro do que lhes interessa. É essencial fazer um produto que se integre com a comunidade de cada nação por onde passa a mostra", disse à Folha Nelson Aguilar, curador geral da Associação Brasil + 500, responsável pela organização da mostra no ano passado.

Dessa forma, os quatro módulos que desembarcam em Buenos Aires foram justamente os que despertaram maior interesse nos curadores argentinos -e Aguilar acredita que dentro desse grupo vão sobressair o Barroco e o Imagens do Inconsciente.

""Sabemos que Buenos Aires é uma meca da psicanálise na América Latina. O interesse por esse tema é uma traço presente na cultura argentina. Daí a expectativa sobre o Imagens do Inconsciente", diz o curador.

Para a mostra do Barroco, além das características particulares do projeto colonial brasileiro, do qual participaram a coroa portuguesa e a Igreja Católica, toma-se outro aspecto: a exemplo do que ocorreu no Brasil, os argentinos vão apontar para a exuberância não somente das próprias peças como da montagem visual.

Se em São Paulo a preparação do espaço do Barroco ficou sob responsabilidade da cenógrafa Bia Lessa, em Buenos Aires assumirá o posto José Luis Fioruccio, diretor de cenografia do Teatro Colón, um dos mais tradicionais abrigos da ópera no mundo.

Preparado sob supervisão da pesquisadora Myriam Andrade Ribeiro, o Barroco exibirá peças dos séculos 17 ao 19. Serão mostradas 164 obras do período, 15 delas de Alejadinho.

A seleção do módulo de Arte Popular teve como encarregado Emanoel Araújo, diretor da Pinacoteca de São Paulo -a partir da proposta de apresentar um panorama do folclore brasileiro, da religiosidade popular e da arte figurativa, expressada por trabalhos de Mestre Vitalino.

No caso das Imagens do Inconsciente, respeitou-se a seleção feita pela médica Nise da Silveira, que ainda durante os anos 40 iniciou a montagem do Museu do Inconsciente, no Rio de Janeiro.

Nesse módulo, na Fundação Proa, caberá destaque para os trabalhos de Arthur Bispo do Rosário (1909-1989), um marinheiro sergipano que viveu por mais de 50 anos em regime semi-aberto em um internato no Rio depois de começar a ter visões.

Seus trabalhos, exibidos na Bienal de Veneza de 95, assumem maior projeção nos mantos e toalhas bordadas.

O roteiro da Mostra do Redescobrimento, que no caso do Barroco ficará na capital argentina até 31 de maio, inclui o Louvre e o Jeu de Paume, em Paris, em que serão apresentadas obras de Tunga e Mira Schendel, o British Museum, de Londres, o Guggenheim de Nova York e a National Gallery de Washington (EUA).
(JAD)
 

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