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29/07/2001 - 08h28

"Como ator, gosto de transgredir", diz José Mayer

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CLÁUDIA CROITOR
da Folha de S. Paulo

Assim como em "Laços de Família", você mais uma vez interpretará um homem sedutor, que enlouquece as personagens femininas da trama...
Na verdade, só a mulher do meu personagem, Nando, e a Anita é que se apaixonam por ele. Mas é bem diferente de "Laços", em que meu personagem, o Pedro, estava mais definido naquela situação, e as mulheres estavam à sua mercê. Na minissérie, Nando tem uma visão de mundo não concluída. Daí talvez venha a insatisfação dele, que é insatisfeito na família, no trabalho, no afeto, e isso faz com que fique mais vulnerável, mais exposto à influência feminina. E é arrebatado por uma paixão. O que ele tem a ver com o Pedro é o fato de ser macho e chamar a atenção das mulheres.

Você gosta de fazer esse tipo?
Gosto, personagens assim costumam ser interessantes. Trabalham o romance, que é o que mais atinge o coração do telespectador.

Você acha que o público vai confundir Nando e Lúcia Helena com Pedro e Cínthia, já que em ambos os casais você faz par com Helena Ranaldi?
De fato, há uma série de semelhanças com "Laços de Família": é o mesmo autor, Manoel Carlos, o mesmo diretor, Ricardo Waddington, a mesma atriz. Mas não há nenhuma chance de o público confundir os dois casais. São universos totalmente diferentes, os personagens são totalmente diferentes, até se vestem de maneira diferente.

Outra semelhança entre suas atuações é o fato de se envolver com mulheres bem mais novas: com Deborah Secco, em "Laços de Família", e agora com Mel Lisboa, que na minissérie tem 17 anos. Para você, há algum problema nisso?
A personagem tem 17, mas a atriz tem 19 anos. Acalme o Siro Darlan [juiz da da 1ª Vara da Infância e da Adolescência do Rio]. [Risos]. Acho ótimo contracenar com uma atriz jovem, que pode se revelar uma grande surpresa.

Por falar no juiz, as cenas de sexo que você viveu em "Laços de Família" renderam problemas com a Justiça e críticas à novela. Em "Presença de Anita", o clima "caliente" volta a rondar seu personagem. Haverá cuidado para evitar os mesmos problemas? Você se sente à vontade nesse tipo de cena?
Não há nenhum problema, ao contrário, eu, como ator, gosto de transgredir. Acho ótimo correr riscos, de toda espécie. A minha vida pessoal é que é uma vida quieta; na minha vida artística, convém que eu corra um certo perigo.

O livro de Mário Donato, na época em que foi publicado, em 1948, causou muita polêmica. Apesar de ter passado muito tempo, você acha que a minissérie também pode vir a causar polêmica?
Acho que o Ricardo Waddington é um diretor muito criterioso, e o Manoel também não é um autor que chame a atenção do público através de truques, escândalos e esse tipo de polêmica. A minissérie certamente não vai criar polêmica. O livro chocou tanto porque foi publicado em 1948, uma época moralista, traumatizada, muito presa. Hoje, a aceitação vai ser completamente diferente.

Você também havia sido escalado para atuar em "O Clone" [próxima novela das oito da Globo]. Por que preferiu participar de "Presença de Anita"?
Fui convidado primeiro para fazer a minissérie, que já era um projeto antigo, existia desde a época de "Laços". Mas minha recusa em fazer "O Clone" tem a ver com a impossibilidade de emendar duas novelas. Novela é uma obra muito pesada, cansativa, não faria novela nenhuma agora, mesmo que o Manoel Carlos fosse escrever uma.

No final de 99, você também se viu disputado por diferentes autores: Benedito Ruy Barbosa, Ana Maria Moretzsohn e Manoel Carlos. Depois de ter sido convidado para integrar o elenco de "Terra Nostra" e de "Esplendor", você também optou por aceitar o convite de Manoel Carlos, para "Laços de Família". Por que as escolhas? Como é trabalhar com Manoel Carlos?
Gosto muito do Maneco, já é meu terceiro trabalho com ele. Ele é nosso grande teledramaturgo, é o mais cheio de humanidade, é aquele em quem os espectadores mais conseguem se reconhecer. A novela de Manoel Carlos é um referencial de vida para o telespectador. E aceitei o papel em "Laços" porque ele começou a escrever a novela em cima de um triângulo: Tony Ramos, Vera Fischer e eu. Fico muito lisonjeado de já estar na nascente de um projeto.

Você já foi fumante, parou de fumar e, na minissérie, seu personagem fuma. É difícil para você?
Na verdade, nem foi na minissérie que eu voltei a fumar. Larguei o cigarro no final de 99. Aí filmei "Bufo & Spallanzani", do Flávio Tambelini, e tive de voltar a fumar para o filme, mas não voltei a fumar fora das gravações. Depois, fiz a peça "Mais Perto", na qual voltei a fumar de novo. Mas eu controlo bem, não sou um tabagista, sempre fui bem light em matéria de tabaco. Não é difícil para mim fumar em cena e depois parar.
 

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