05/08/2001 - 09h25

Sexo é o trunfo da minissérie "Presença de Anita"

CRISTIAN KLEIN
da Folha de S.Paulo

Depois de dois fracassos -"Os Maias" e "Aquarela do Brasil"- a Globo aposta alto em sua nova minissérie, "Presença de Anita", que estréia na terça-feira.

Dessa vez, nada de reconstituição de época e ritmo contemplativo. A emissora vai apelar para cenas picantes de sexo e alguma pitada de suspense. A responsabilidade pela minissérie é da bem-sucedida dupla formada pelo autor Manoel Carlos e o diretor Ricardo Waddington, repetindo a dobradinha da novela "Laços de Família".

Até as transmissões de futebol -que costumam empurrar a exibição das minisséries para o fim da noite, atrapalhando a audiência- vão ter um impacto menor.

Com a nova tabela do Campeonato Brasileiro, a Globo pretende exibir jogos somente às quartas. Assim, só quatro dos 16 capítulos da série serão prejudicados, embora entre eles esteja o segundo, importante para a apresentação dos personagens da trama.

"Não há como resolver isso, é problema da grade de programação da TV Globo. Acredito que, se a história for boa, o público entender e se emocionar, esse problema pode ser amenizado", afirma Waddington.

A série se passa no interior paulista e gira em torno de uma adolescente enigmática, Anita (a estreante Mel Lisboa, escolhida entre 50 candidatas). Ela seduz Fernando (José Mayer), um homem 30 anos mais velho e em crise no casamento com Lúcia (Helena Ranaldi).

Anita também tira o sono e, depois, a virgindade de Zezinho (Leonardo Miggiorin) -um garoto que trabalha na mercearia em frente ao sobrado em que ela mora.

"É uma menina diabólica, capaz de seduzir qualquer homem", define Manoel Carlos. Para ele, a estréia de Mel Lisboa no papel principal era fundamental.

"É uma menina intrigante, porque ninguém nunca viu e ela é simplesmente a protagonista. Não é linda, não é a gostosona, mas é sedutora", afirm o escritor.