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20/11/2001
-
20h54
CARLA NASCIMENTO
da Folha Online
A dona-de-casa Claudia Lucia, concorrente do "No Limite", da Globo, poderá ser processada criminalmente por causa das declarações racistas que fez no programa e que foram ao ar no último domingo. O advogado e professor de Direito Aderlan Crespo, 33, entrou ontem com uma representação no Núcleo de Cidadania do Ministério Público, no Rio de Janeiro, pedindo a instauração de inquérito para apurar o caso.
Fazendo referência ao relacionamento entre o modelo Fábio, 23, e a estudante Tatiana, 24, a concorrente disse que não gostaria que sua filha se casasse com um negro. Fábio é negro e Tatiana é loira.
O advogado viu a posição da Globo de forma positiva ao não tirar da edição as declarações da concorrente. "Isso causou o debate. Se nada é publicizado, o debate fica no abstrato, sem a evidência concreta do racismo", disse.
Segundo o advogado, o MP deve decidir em dez dias se vai instaurar o inquérito. A pena prevista é de reclusão de 2 a 5 anos mais o pagamento de multa determinada pelo juiz.
A "vilã" da terceira edição do programa começou a aparecer no terceiro episódio, quando Claudia criticou duramente a estudante Janaína, 20, que acabou sendo a terceira eliminada da gincana. No último domingo Claudia firmou de vez esta imagem quando fez as declarações.
"É um ser humano igual ao outro, é uma pessoa igual a mim, que tem coração, tem sentimentos, tem família. O que muda é a cor. Se eu fico imaginando minha filha casando com um negro, fico imaginando meus netos, tudo sararazinho, eu passando henê neles... Eu não acho o cabelo do negro bonito e estou sendo sincera", disse a concorrente.
Desde sua primeira edição, o programa registra casos de manifestações racistas por parte de participantes. Normalmente essas declarações geram polêmica e repercussão na mídia, aumentando a audiência da competição. A atual edição vem apresentando a mesma média de pontos conseguida com a segunda, mas está longe do desempenho alcançado na estréia, quando chegou a ter média acima de 50 pontos.
Apesar de admitir que a Globo pode ter usado o episódio para aumentar seu Ibope, o advogado disse que "isso não justifica uma inércia diante de um fato que incomodou um número grande de pessoas. Essa questão tem de estar acima do Ibope".
A declaração de Claudia Lúcia causou protesto de parlamentares do Partido dos Trabalhadores de vários Estados e foi motivo de uma manifestação realizada hoje, em frente à sede da Rede Globo, em São Paulo.
O programa vai ao ar aos domingos, depois do "Fantástico".
Leia mais notícias sobre "No Limite"
Concorrente de "No Limite" pode ser processada por racismo
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da Folha Online
A dona-de-casa Claudia Lucia, concorrente do "No Limite", da Globo, poderá ser processada criminalmente por causa das declarações racistas que fez no programa e que foram ao ar no último domingo. O advogado e professor de Direito Aderlan Crespo, 33, entrou ontem com uma representação no Núcleo de Cidadania do Ministério Público, no Rio de Janeiro, pedindo a instauração de inquérito para apurar o caso.
Fazendo referência ao relacionamento entre o modelo Fábio, 23, e a estudante Tatiana, 24, a concorrente disse que não gostaria que sua filha se casasse com um negro. Fábio é negro e Tatiana é loira.
O advogado viu a posição da Globo de forma positiva ao não tirar da edição as declarações da concorrente. "Isso causou o debate. Se nada é publicizado, o debate fica no abstrato, sem a evidência concreta do racismo", disse.
Segundo o advogado, o MP deve decidir em dez dias se vai instaurar o inquérito. A pena prevista é de reclusão de 2 a 5 anos mais o pagamento de multa determinada pelo juiz.
A "vilã" da terceira edição do programa começou a aparecer no terceiro episódio, quando Claudia criticou duramente a estudante Janaína, 20, que acabou sendo a terceira eliminada da gincana. No último domingo Claudia firmou de vez esta imagem quando fez as declarações.
"É um ser humano igual ao outro, é uma pessoa igual a mim, que tem coração, tem sentimentos, tem família. O que muda é a cor. Se eu fico imaginando minha filha casando com um negro, fico imaginando meus netos, tudo sararazinho, eu passando henê neles... Eu não acho o cabelo do negro bonito e estou sendo sincera", disse a concorrente.
Desde sua primeira edição, o programa registra casos de manifestações racistas por parte de participantes. Normalmente essas declarações geram polêmica e repercussão na mídia, aumentando a audiência da competição. A atual edição vem apresentando a mesma média de pontos conseguida com a segunda, mas está longe do desempenho alcançado na estréia, quando chegou a ter média acima de 50 pontos.
Apesar de admitir que a Globo pode ter usado o episódio para aumentar seu Ibope, o advogado disse que "isso não justifica uma inércia diante de um fato que incomodou um número grande de pessoas. Essa questão tem de estar acima do Ibope".
A declaração de Claudia Lúcia causou protesto de parlamentares do Partido dos Trabalhadores de vários Estados e foi motivo de uma manifestação realizada hoje, em frente à sede da Rede Globo, em São Paulo.
O programa vai ao ar aos domingos, depois do "Fantástico".
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