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13/02/2002
-
11h25
VIVIANE ZANDONADI
free-lance para a Folha
É um festival. Os modernos fervem o Teatro Municipal de São Paulo durante três ruidosas noites de verão. Recitais, encenações, música, literatura e exposições de artes plásticas movimentam a Paulicéia. Isso bem poderia ter acontecido ontem, uma festa qualquer. Mas foi em 13 de fevereiro de 1922. Há 80 anos, a Semana de Arte Moderna já era multimídia e a ordem do dia era renovar a arte brasileira.
Hoje a internet sugere uma viagem pelo conteúdo que explica os acontecimentos e avalia seus efeitos em letras e expressões. Ainda podem ser ouvidos os ecos da semana que incitou questionamento e crítica cultural.
No início, os irreverentes iluminados pela modernidade e inspirados por influências européias não foram bem compreendidos. Houve até quem, alheio à liberdade de expressão, chutasse obras exibidas na exposição de artes plásticas. Mas o movimento inaugurado com a Semana de 22, numa São Paulo urgente e emergente, estendeu-se por décadas e semeou muitas mudanças.
Elas são ainda hoje objeto de estudos acadêmicos e de trabalhos escolares, muitos deles disponíveis na rede. Um exemplo é o site www.trevomaster.com.br/sam, que traz obras e biografias dos modernistas.
Em 1928, Oswald de Andrade publicaria a antológica obra "Manifesto Antropófago" (www.lumiarte.com/luardeoutono/oswald
/manifantropof.html), revelando que os frutos da semana turbulenta estavam bem frescos. Trecho: "Só me interessa o que não é meu. Lei do Homem. Lei do antropófago". Intuição? Hoje a teia de bits e bytes que se corporifica na internet revela-se infinitamente antropofágica, livre e desvairada. Instiga as mesmas idéias de inovação cravadas pelo modernismo: tudo está ao alcance do clique. É só pegar!
Em www.terra.com.br/literatura
/modernismo/modernismo.htm , o movimento é explicado quase à exaustão, com enfoque em literatura. O design claro remete a um velho e bom livro escolar. Até parece aula, mas não é chato, não. O mesmo acontece com o robusto http://literatura.nosachamos.com/semartemoderna.htm.
O site A Era Vargas www.cpdoc.fgv.br/navhistoria/htm/evapresentacao.htm tem o mérito de combinar o modernismo com a história. A seção de Arte e Cultura www.cpdoc.fgv.br/navhistoria/htm/
anos20/evarteecultura001.htm fala por meio de atalhos. Cada vez que surgir uma pergunta na sua cabeça, clique na palavra. Ponto também para a galeria de imagens.
A enciclopédia Artes Visuais, do Instituto Itaú Cultural (www.itaucultural.org.br), está entre as opções mais generosas em iconografia. Além das imagens, traz verbetes e análises bem fáceis de entender, assim como alguns depoimentos dos próprios artistas. É para navegar por links, conceitos, história, biografias e por uma dinâmica coleção de obras, sempre atualizada.
Não menos didático e abrangente é o Panorama da Literatura Brasileira (www.nilc.icmsc.sc.usp.br/literatura
/modernismo1.htm), da USP (Universidade de São Paulo). Exibe todos os tentáculos com os quais o modernismo envolve a literatura e explica, detalhadamente, seus efeitos na prosa, na poesia e no teatro.
É confortante encontrar o movimento visto por olhar crítico e equilibrado. Sem deslumbramento. Sem meros registros. Só muita informação.
Um especial da revista "Época" disponível na íntegra (http://epoca.globo.com/especiaisonline/
2002/02/especial22/index.htm) contextualiza os tempos modernos. São olhos de reportagem, opiniões de críticos, e algumas boas histórias. Tem até espaço para as delicadezas das relações entre os modernistas: revela trechos inéditos de cartas e possíveis e sugestivos romances que teriam apimentado as relações dos principais nomes. A turminha era integrada pelos escritores Oswald e Mário de Andrade e Menotti Del Picchia e pelas artistas plásticas Anita Malfatti e Tarsila do Amaral. O Grupo dos Cinco.
Saiba tudo sobre a Semana de Arte Moderna
Semana de Arte Moderna de 1922 é revisitada na internet
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free-lance para a Folha
É um festival. Os modernos fervem o Teatro Municipal de São Paulo durante três ruidosas noites de verão. Recitais, encenações, música, literatura e exposições de artes plásticas movimentam a Paulicéia. Isso bem poderia ter acontecido ontem, uma festa qualquer. Mas foi em 13 de fevereiro de 1922. Há 80 anos, a Semana de Arte Moderna já era multimídia e a ordem do dia era renovar a arte brasileira.
Hoje a internet sugere uma viagem pelo conteúdo que explica os acontecimentos e avalia seus efeitos em letras e expressões. Ainda podem ser ouvidos os ecos da semana que incitou questionamento e crítica cultural.
No início, os irreverentes iluminados pela modernidade e inspirados por influências européias não foram bem compreendidos. Houve até quem, alheio à liberdade de expressão, chutasse obras exibidas na exposição de artes plásticas. Mas o movimento inaugurado com a Semana de 22, numa São Paulo urgente e emergente, estendeu-se por décadas e semeou muitas mudanças.
Elas são ainda hoje objeto de estudos acadêmicos e de trabalhos escolares, muitos deles disponíveis na rede. Um exemplo é o site www.trevomaster.com.br/sam, que traz obras e biografias dos modernistas.
Em 1928, Oswald de Andrade publicaria a antológica obra "Manifesto Antropófago" (www.lumiarte.com/luardeoutono/oswald
/manifantropof.html), revelando que os frutos da semana turbulenta estavam bem frescos. Trecho: "Só me interessa o que não é meu. Lei do Homem. Lei do antropófago". Intuição? Hoje a teia de bits e bytes que se corporifica na internet revela-se infinitamente antropofágica, livre e desvairada. Instiga as mesmas idéias de inovação cravadas pelo modernismo: tudo está ao alcance do clique. É só pegar!
Em www.terra.com.br/literatura
/modernismo/modernismo.htm , o movimento é explicado quase à exaustão, com enfoque em literatura. O design claro remete a um velho e bom livro escolar. Até parece aula, mas não é chato, não. O mesmo acontece com o robusto http://literatura.nosachamos.com/semartemoderna.htm.
O site A Era Vargas www.cpdoc.fgv.br/navhistoria/htm/evapresentacao.htm tem o mérito de combinar o modernismo com a história. A seção de Arte e Cultura www.cpdoc.fgv.br/navhistoria/htm/
anos20/evarteecultura001.htm fala por meio de atalhos. Cada vez que surgir uma pergunta na sua cabeça, clique na palavra. Ponto também para a galeria de imagens.
A enciclopédia Artes Visuais, do Instituto Itaú Cultural (www.itaucultural.org.br), está entre as opções mais generosas em iconografia. Além das imagens, traz verbetes e análises bem fáceis de entender, assim como alguns depoimentos dos próprios artistas. É para navegar por links, conceitos, história, biografias e por uma dinâmica coleção de obras, sempre atualizada.
Não menos didático e abrangente é o Panorama da Literatura Brasileira (www.nilc.icmsc.sc.usp.br/literatura
/modernismo1.htm), da USP (Universidade de São Paulo). Exibe todos os tentáculos com os quais o modernismo envolve a literatura e explica, detalhadamente, seus efeitos na prosa, na poesia e no teatro.
É confortante encontrar o movimento visto por olhar crítico e equilibrado. Sem deslumbramento. Sem meros registros. Só muita informação.
Um especial da revista "Época" disponível na íntegra (http://epoca.globo.com/especiaisonline/
2002/02/especial22/index.htm) contextualiza os tempos modernos. São olhos de reportagem, opiniões de críticos, e algumas boas histórias. Tem até espaço para as delicadezas das relações entre os modernistas: revela trechos inéditos de cartas e possíveis e sugestivos romances que teriam apimentado as relações dos principais nomes. A turminha era integrada pelos escritores Oswald e Mário de Andrade e Menotti Del Picchia e pelas artistas plásticas Anita Malfatti e Tarsila do Amaral. O Grupo dos Cinco.
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