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01/03/2002
-
04h32
SILVANA ARANTES
da Folha de S.Paulo
O diretor Roberto Santucci espera que se possa "ouvir o silêncio" nas salas em que estréia hoje seu segundo longa-metragem, "Bellini e a Esfinge".
A "tensão no ar" é a reação apropriada a "um filme de clima, noir, um thriller apoiado na coisa noturna, em efeitos sonoros" -a imagem cinematográfica que Santucci, 34 ("Olé", 2000), visualizou ao ler o romance policial de Tony Bellotto e que procurou imprimir na tela.
O desenvolvimento do roteiro teve a participação do cineasta, de Alexandre Plosk, do produtor Theodoro Fontes e de Bellotto, que preferiu não vender os direitos do livro para manter-se mais próximo de sua adaptação.
A supervisão do autor, segundo Santucci, não intimidou suas atribuições de diretor. "Isso não chegou a assustar, porque aconteceu desde o início da preparação do filme. Quando o Theodoro me chamou, a primeira coisa que fez foi me apresentar para o Tony e a Malu. O Tony é fantástico, e praticamente não houve discordâncias. Algumas coisas debatemos mais, mas sempre chegamos a um consenso", diz Santucci.
Mulher de Bellotto, a atriz Malu Mader desempenha no filme o papel da prostituta Fátima -seu preferido na trama desde que o livro apenas se esboçava- e leva crédito também na produção, realizada com R$ 1,9 milhão. Santucci quis que a personagem de Fátima assumisse na tela um caráter "mais suspeito e menos solar" que a sua presença no livro.
Ainda assim, a atriz não se desapegou do papel. "Desde o começo, quando Tony lia o livro pra mim, eu torcia para a Fátima aparecer. Era sempre uma hora alegre. Mesmo sabendo que a personagem dela no roteiro, mais que no livro, era muito esporádica, eu já estava perdidamente apaixonada pela Fátima", diz Malu.
O protagonista -o detetive Remo Bellini, que investiga o desaparecimento de uma garota de programa e, na sequência, o assassinato do vetusto senhor contratante do serviço- é interpretado por Fabio Assunção. O papel de Maristane Dresch pode ser descrito como o da esfinge.
A produção do longa é a primeira investida cinematográfica de Theodoro Fontes, que, no início do projeto, contou com o apoio do irmão Guilherme Fontes e de sua produtora, a GF Filmes.
"Em 95, quis comprar os direitos do livro. Tony não quis vender, para que pudéssemos fazer juntos a empreitada. Passamos oito meses no romantismo de elaborar o roteiro. Com ele pronto, fui dar entrada na Lei do Audiovisual, mas não tinha prévia experiência. Era um estreante. Meu irmão tinha muita visibilidade, em razão de seus projetos culturais, e propus que ele assumisse perante o Ministério da Cultura que faríamos isso juntos. Ele achou ótimo, me cedeu uma sala na produtora e um telefone para partir para a captação", diz Theodoro Fontes.
Guilherme Fontes e a GF Filmes desvincularam-se do projeto, que passou a ser gerenciado diretamente pela empresa de Theodoro, a Afrodísia (na época uma floricultura), quando a prestação de contas de "Chatô", projeto de longa com produção e direção de Guilherme Fontes, orçado em R$ 12 milhões, começou a ser questionada pelo MinC.
Theodoro Fontes diz que para ele será particularmente importante mostrar o filme no Distrito Federal. "Brasília acreditou em mim e entendeu que esse projeto sempre pertenceu a Theodoro Fontes", afirma.
A equipe estuda agora a possibilidade de transpor para o cinema "Bellini e o Demônio", sequência literária das aventuras do detetive. Uma das possibilidades consideradas é que Santucci tenha Malu Mader como co-diretora.
Antes, o terceiro policial de Bellotto, "BR 163", deve ganhar adaptação para o cinema.
Leia a nossa opinião sobre o filme na Crítica Online
"Bellini e a Esfinge" vai à tela como "filme de clima"
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da Folha de S.Paulo
O diretor Roberto Santucci espera que se possa "ouvir o silêncio" nas salas em que estréia hoje seu segundo longa-metragem, "Bellini e a Esfinge".
A "tensão no ar" é a reação apropriada a "um filme de clima, noir, um thriller apoiado na coisa noturna, em efeitos sonoros" -a imagem cinematográfica que Santucci, 34 ("Olé", 2000), visualizou ao ler o romance policial de Tony Bellotto e que procurou imprimir na tela.
O desenvolvimento do roteiro teve a participação do cineasta, de Alexandre Plosk, do produtor Theodoro Fontes e de Bellotto, que preferiu não vender os direitos do livro para manter-se mais próximo de sua adaptação.
A supervisão do autor, segundo Santucci, não intimidou suas atribuições de diretor. "Isso não chegou a assustar, porque aconteceu desde o início da preparação do filme. Quando o Theodoro me chamou, a primeira coisa que fez foi me apresentar para o Tony e a Malu. O Tony é fantástico, e praticamente não houve discordâncias. Algumas coisas debatemos mais, mas sempre chegamos a um consenso", diz Santucci.
Mulher de Bellotto, a atriz Malu Mader desempenha no filme o papel da prostituta Fátima -seu preferido na trama desde que o livro apenas se esboçava- e leva crédito também na produção, realizada com R$ 1,9 milhão. Santucci quis que a personagem de Fátima assumisse na tela um caráter "mais suspeito e menos solar" que a sua presença no livro.
Ainda assim, a atriz não se desapegou do papel. "Desde o começo, quando Tony lia o livro pra mim, eu torcia para a Fátima aparecer. Era sempre uma hora alegre. Mesmo sabendo que a personagem dela no roteiro, mais que no livro, era muito esporádica, eu já estava perdidamente apaixonada pela Fátima", diz Malu.
O protagonista -o detetive Remo Bellini, que investiga o desaparecimento de uma garota de programa e, na sequência, o assassinato do vetusto senhor contratante do serviço- é interpretado por Fabio Assunção. O papel de Maristane Dresch pode ser descrito como o da esfinge.
A produção do longa é a primeira investida cinematográfica de Theodoro Fontes, que, no início do projeto, contou com o apoio do irmão Guilherme Fontes e de sua produtora, a GF Filmes.
"Em 95, quis comprar os direitos do livro. Tony não quis vender, para que pudéssemos fazer juntos a empreitada. Passamos oito meses no romantismo de elaborar o roteiro. Com ele pronto, fui dar entrada na Lei do Audiovisual, mas não tinha prévia experiência. Era um estreante. Meu irmão tinha muita visibilidade, em razão de seus projetos culturais, e propus que ele assumisse perante o Ministério da Cultura que faríamos isso juntos. Ele achou ótimo, me cedeu uma sala na produtora e um telefone para partir para a captação", diz Theodoro Fontes.
Guilherme Fontes e a GF Filmes desvincularam-se do projeto, que passou a ser gerenciado diretamente pela empresa de Theodoro, a Afrodísia (na época uma floricultura), quando a prestação de contas de "Chatô", projeto de longa com produção e direção de Guilherme Fontes, orçado em R$ 12 milhões, começou a ser questionada pelo MinC.
Theodoro Fontes diz que para ele será particularmente importante mostrar o filme no Distrito Federal. "Brasília acreditou em mim e entendeu que esse projeto sempre pertenceu a Theodoro Fontes", afirma.
A equipe estuda agora a possibilidade de transpor para o cinema "Bellini e o Demônio", sequência literária das aventuras do detetive. Uma das possibilidades consideradas é que Santucci tenha Malu Mader como co-diretora.
Antes, o terceiro policial de Bellotto, "BR 163", deve ganhar adaptação para o cinema.
Leia a nossa opinião sobre o filme na Crítica Online
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