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20/07/2000 - 04h04

"Salvator Rosa" foi composta como "vingança" por Carlos Gomes

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da Folha de S.Paulo

"Salvator Rosa" é uma ópera que nasceu a partir de uma insatisfação de seu autor, o campineiro Carlos Gomes (1836-1896): o compositor nunca digeriu, até o final da vida, a recepção dada a sua criação anterior, "Fosca".

Depois de estrear "Il Guarany" com sucesso, no Scala de Milão, em 1870, Gomes apostou tudo em "Fosca" que, segundo Mário de Andrade, representa "talvez o único momento em que ele pretendeu se elevar acima de si mesmo e avançar em arte, um pouco além do ponto em que jazia a italianidade sonora do tempo".

Mas público e crítica não receberam bem a sofisticação de "Fosca". Acusada de "wagneriana" e vitimada por fofocas causadas pela rivalidade entre as editoras musicais milanesas da época, não teve a acolhida esperada pelo autor ao estrear, em 1873.

Gomes resolveu se "vingar": cedendo ao gosto da época, compôs "Salvator Rosa" "em seis meses de desabafo", estreando a ópera já em 1874. Com libreto de Antonio Ghislanzoni (seu parceiro em "Fosca" e colaborador de Verdi em "Aida"), "Salvator Rosa" (nome de um pintor que realmente existiu) passa-se em Nápoles, em 1647, e tem uma trama intricada e folhetinesca cujo pano de fundo é um levante dos napolitanos contra o domínio espanhol.

A partitura é vista como uma regressão estética em relação a "Fosca", e o fato é que seu melodismo fácil obteve sucesso instantâneo na Itália. Seus trechos mais famosos são a ária de baixo "Di Sposo, Di Padre", cantada pelo Duque D'Arcos no segundo ato e a cançoneta "Mia Piccirella", do primeiro ato, que chegou a ser gravada por Caruso.

Em nosso século a ópera foi caindo no esquecimento, saindo do repertório dos teatros até mesmo no Brasil. Mereceu três encenações no Rio de Janeiro e seis em São Paulo -a última delas, de 1977, sob regência de Simon Blech, foi gravada e lançada em CD pela Master Class, com o tenor Benito Maresca e o barítono Paulo Fortes.
(IFP)

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