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18/03/2002 - 03h41

Terceira edição do Chivas Jazz Festival reunirá músicos de 13 países

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CARLOS CALADO
especial para a Folha

Um veterano pianista muçulmano da África do Sul e um jovem baixista israelense radicado nos Estados Unidos preparam-se para dar um exemplo de convivência pacífica, no Brasil. Abdullah Ibrahim e Avishai Cohen vão dividir o palco do 3º Chivas Jazz Festival, que acontece de 22 a 25 de maio, simultaneamente em São Paulo e no Rio de Janeiro.

"Nunca antes um festival de jazz trouxe músicos de tantas nacionalidades diferentes ao Brasil", afirma Toy Lima, produtor e idealizador do evento, contabilizando jazzistas de 13 países da África, da Europa, do Oriente Médio, do Caribe e da América do Sul, além dos EUA, entre as dez atrações que vão compor as quatro noites do festival.

"Algumas das bandas são formadas por músicos de múltiplas nacionalidades. É o caso da International Vamp Band, de Avishai Cohen, formada por três israelenses, um cubano, um mexicano e um argentino", exemplifica.

A programação das quatro noites mostra que a terceira edição do Chivas Jazz conserva o espírito que o diferenciou da maior parte dos festivais internacionais.

Sem fazer concessões ao rock ou a outras correntes do pop, o festival brasileiro investe mais uma vez no jazz de verdade, trazendo ao país veteranos de prestígio, como os norte-americanos Dewey Redman, Chico Freeman e Dave Liebman, além de revelações do jazz europeu, como Paolo Fresu, Jean-Michel Pilc e Nathalie Loriers.

"Quando fizemos a primeira edição, em 2000, alguns disseram que não haveria elenco suficiente para montar o festival nos anos seguintes. Mais uma vez vamos trazer um elenco inédito ao Brasil e ainda tivemos que deixar de fora músicos fantásticos, que possivelmente traremos no próximo ano, como Jason Moran e Kurt Rosenwinkel", afirma Lima, dizendo que chegou a se surpreender com o público jovem que esgotou os 1.400 ingressos do DirecTV Music Hall nas outras edições.

Jazz europeu
Segundo o produtor, hoje o jazz está sendo apreciado e tocado não apenas nos EUA ou na Europa, mas em todo o mundo.

"O jazz europeu, por exemplo, cresceu muito na década de 90, porque deixou de ser tão ligado à vanguarda, como foi em décadas anteriores. Ele passou a ser mais compreensível: está mais próximo do que se faz nos Estados Unidos, mas conserva o sotaque europeu", diz.

"Vamos trazer músicos que estão fazendo sucesso neste momento, como Jean-Michel Pilc, que tem sido elogiado nos EUA, e Nathalie Loriers, que já ganhou prêmios europeus importantes", relata o produtor.

A exemplo das edições anteriores, o jazz de vanguarda também não foi esquecido. "Desta vez traremos Dewey Redman e Dave Liebman, músicos de muita originalidade, com uma história paralela aos grandes hits do jazz."

Lima chama a atenção para o fato de que a nova edição do festival deve exibir grande quantidade de músicas inéditas. "Praticamente todos os músicos do elenco são compositores. Por isso, não se limitam a tocar os "standards" do jazz que a maioria dos intérpretes costuma repetir. E essa é a função do festival, fazer as pessoas saírem de casa para ouvir algo novo", afirma o produtor.

Um aspecto que recebe um cuidado especial por parte da produção do evento, desde as edições anteriores, é a formação das bandas.

"Fazemos questão que os artistas tragam seus músicos originais, em vez dos reservas que costumam levar quando tocam em outros continentes", diz Lima. "Vic Juris, guitarrista norte-americano que toca com Dave Liebman, é um ídolo na Europa. Rita Marcotulli, pianista italiana da banda de Dewey Redman, tem sido atração principal em vários festivais."
 

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