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13/05/2002 - 06h16

"Homem-Aranha" é um dos melhores filmes para teens dos últimos anos

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SÉRGIO DÁVILA
da Folha de S.Paulo, em Nova York

Eu poderia começar falando de "Homem-Aranha", que estreou na sexta retrasada nos EUA e chega nesta sexta ao Brasil, pelos números. O filme vem batendo recorde atrás de recorde: foi o mais visto da história num fim-de-semana: arrecadou, de cara, US$ 114 milhões numa segunda, numa sexta e num sábado. Além disso, é o que mais rápido passou a barreira dos 100 (milhões de dólares). Ou seja, a essa altura já deve ter coberto os valores de produção, que custaram US$ 139 milhões.

Mas não é isso que interessa. O fato é que a adaptação para o cinema do quadrinho é um dos melhores filmes para adolescentes feitos nos últimos anos por Hollywood. E, por "melhor", entenda "menos idiota", numa terra em que The Rock como "O Escorpião Rei" é a segunda maior bilheteria da temporada.

Tudo ajudou na fórmula para que a química tenha dado certo. A começar pelo casal principal, os atores até então não muito conhecidos Tobey Maguire e Kirsten Dunst, passando pelo diretor, Sam Raimi, um legítimo quadrinhomaníaco que começou sua carreira com a cinessérie pop "A Morte do Demônio" e já cuidou de outra adaptação, "Darkman - Vingança sem Rosto".

Mas é a história o ponto forte. O estudante Peter Parker foi o primeiro super-herói que ganhou as massas pelo comportamento de adolescente com o qual milhões se identificam. E legítimo, já que tanto o filhote do quadrinista Stan Lee quanto a ótima versão do cinema é perturbado, apaixonado por sua vizinha bonita, deslocado no colégio, tímido.

E, em vez das espinhas na cara que o diferenciam da turma "cool" da escola, ele tem algo que nenhum deles tem: um superpoder, adquirido ao ser picado por uma aranha radioativa (na HQ) ou modificada geneticamente (no filme). Quando começa a ficar muito diferente, ouve do tio o mesmo blablablá que milhões de teens já ouviram. Numa frase: empatia total com seu público-alvo.

Ensinando física

Não é por outro motivo que, na "vida real", o professor Jim Kakalios, titular da cadeira de física da Universidade de Minnesota, nos EUA, utiliza o personagem para prender a atenção dos teens e pós-teens que frequentam as suas aulas.

"A teia do Homem-Aranha é realmente forte o suficiente para aguentar seu peso enquanto ele voa de um prédio para outro?" é um dos problemas da última prova que aplicou.

Kakalios batizou o curso de "Everything I Know of Science I Learned from Reading Comic Books" (Tudo o que Eu Sei de Ciência Aprendi Lendo História em Quadrinhos) e teve a idéia lendo um episódio de 1973 da série em que a então namorada de Peter Parker, Gwen, morre ao ser derrubada de uma ponte pelo arquiinimigo do Homem-Aranha, o Duende Verde.

As salas do curso vivem cheias. "Minha impressão é que, quando os alunos saem da aula no final do curso, encaram o mundo de uma maneira mais crítica e científica do que antes", disse o professor.

Agora, o Hulk

Claro que o interesse que Hollywood divide com o professor Kakalios pelo público adolescente não visa ao conhecimento. Das dez maiores bilheterias do cinema nos EUA no ano passado, nada menos do que oito eram de filmes direcionados para essa faixa etária, entre eles os três primeiros ("Harry Potter e a Pedra Filosofal", "O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel" e "Shrek").

"Homem-Aranha", por sua vez, não decepcionou o mercado. E vem aí a adaptação cinematográfica de "O Incrível Hulk".

Dirigida por Ang Lee, com Eric Bana e Jennifer Connelly nos papéis principais, chega às telas no ano que vem. Na história de Bruce Banner e sua transformação no monstro verde não há espaço para adolescentes atormentados.
Mas que estes vão continuar lotando as platéias, não há dúvida.

Na internet: www.sony.com/spider-man

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