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04/06/2002
-
10h27
PRISCILA ARANTES
especial para a Folha
A seção de arte digital Net Art, criada nesta 25ª Bienal (http://bienalsaopaulo.terra.com.br/), oferece a possibilidade de acesso a um tipo de produção artística que reclama a participação do público: aqui o espectador troca a relação contemplativa diante do objeto artístico por uma relação vivida num processo de descobertas em tempo real.
Sob curadoria de Christine Mello, o fio condutor da seção de Net Art parece pensar o espaço da "www" enquanto uma grande metrópole. O desafio colocado aos nove artistas brasileiros foi explorar de forma criativa as potencialidades oferecidas pelas redes telemáticas, desenvolvendo propostas que seriam impossíveis se não estivessem na rede.
Apesar de estarem trabalhando dentro de um mesmo eixo temático, os trabalhos apresentaram propostas diversas.
Kiko Goifman e Jurandir Muller em "Cronofagia" e Giselle Beiguelman, em "Ceci n'Est Pas un Nike", procuraram, à sua maneira, eixo potencial telecomunicativo oferecido pela rede.
Desenvolvem propostas de intervenções coletivas e colocam em cheque o conceito de autoria. "Plural Maps: Lost in São Paulo", de Lúcia Leão, e "O Sol de Sempre", de Enrica Bernadelli, exploraram os conceitos de real e virtual.
Público e privado
Lucas Bambozzi em "Meta4walls" realiza metalinguagem do ciberespaço discutindo os conflitos do uso público e privado gerados na rede.
Diversamente da pintura e da escultura, que necessitam de um suporte matérico, as obras digitais são pura virtualidade, informações que habitam a memória do computador.
Em "Desertesejo", de Gilbertto Prado, e "Artemundo, Body, Pathos", de Ricardo Barreto, o público navega em ambientes de pura síntese. Artur Matuck, em "Literaterra/Landscript", evidencia o processo de criação entre o homem e a máquina.
"Ouroboros", de Diana Domingues e do Artecno, explora a simbiose do orgânico e do artificial e discute a perda dos limites entre atividade artística e científica.
A esses artistas não interessou o mundo visível da metrópole contemporânea, mas esse mundo invisível, imatérico e virtual da "www". Retomam o espírito transgressor das vanguardas do início do século e dos artistas que nos anos 70 e 80 procuraram explorar os meios e suportes imateriais de comunicação na prática artística através da utilização do videotexto, fax e "slow scan TV".
Priscila Arantes é doutoranda em arte digital no Programa de Comunicação e Semiótica da PUC-SP. É professora da PUC-SP e da Universidade Anhembi Morumbi.
Bienal de São Paulo flui em tempo real na net
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especial para a Folha
A seção de arte digital Net Art, criada nesta 25ª Bienal (http://bienalsaopaulo.terra.com.br/), oferece a possibilidade de acesso a um tipo de produção artística que reclama a participação do público: aqui o espectador troca a relação contemplativa diante do objeto artístico por uma relação vivida num processo de descobertas em tempo real.
Sob curadoria de Christine Mello, o fio condutor da seção de Net Art parece pensar o espaço da "www" enquanto uma grande metrópole. O desafio colocado aos nove artistas brasileiros foi explorar de forma criativa as potencialidades oferecidas pelas redes telemáticas, desenvolvendo propostas que seriam impossíveis se não estivessem na rede.
Apesar de estarem trabalhando dentro de um mesmo eixo temático, os trabalhos apresentaram propostas diversas.
Kiko Goifman e Jurandir Muller em "Cronofagia" e Giselle Beiguelman, em "Ceci n'Est Pas un Nike", procuraram, à sua maneira, eixo potencial telecomunicativo oferecido pela rede.
Desenvolvem propostas de intervenções coletivas e colocam em cheque o conceito de autoria. "Plural Maps: Lost in São Paulo", de Lúcia Leão, e "O Sol de Sempre", de Enrica Bernadelli, exploraram os conceitos de real e virtual.
Público e privado
Lucas Bambozzi em "Meta4walls" realiza metalinguagem do ciberespaço discutindo os conflitos do uso público e privado gerados na rede.
Diversamente da pintura e da escultura, que necessitam de um suporte matérico, as obras digitais são pura virtualidade, informações que habitam a memória do computador.
Em "Desertesejo", de Gilbertto Prado, e "Artemundo, Body, Pathos", de Ricardo Barreto, o público navega em ambientes de pura síntese. Artur Matuck, em "Literaterra/Landscript", evidencia o processo de criação entre o homem e a máquina.
"Ouroboros", de Diana Domingues e do Artecno, explora a simbiose do orgânico e do artificial e discute a perda dos limites entre atividade artística e científica.
A esses artistas não interessou o mundo visível da metrópole contemporânea, mas esse mundo invisível, imatérico e virtual da "www". Retomam o espírito transgressor das vanguardas do início do século e dos artistas que nos anos 70 e 80 procuraram explorar os meios e suportes imateriais de comunicação na prática artística através da utilização do videotexto, fax e "slow scan TV".
Priscila Arantes é doutoranda em arte digital no Programa de Comunicação e Semiótica da PUC-SP. É professora da PUC-SP e da Universidade Anhembi Morumbi.
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