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21/07/2002 - 10h19

Aragão diz que nova trupe não pode ser comparada aos Trapalhões

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FERNANDA DANNEMANN
da Folha de S.Paulo

Didi Mocó continua o mesmo... mas sua turma é bem diferente daquela que marcou a memória dos fãs dos "Trapalhões". O grupo dos "insubstituíveis", como o próprio Renato Aragão proclama Zacarias (1934-1990), Mussum (1942-1994) e Dedé Santana, permanece vivo na lembrança e também em certa analogia com o novo time do programa "A Turma do Didi", da Globo, formado pelo ator Tadeu Melo, pelo dançarino Jacaré, do grupo É o Tchan, e pelo ex-"Big Brother" Kléber Bambam.

Mas, de acordo com Renato, as semelhanças não são propositais. "Não se pode comparar, ninguém tem o direito de substituir os que já se foram, inclusive o Tião Macalé (1926-1993), que eu também considero um "Trapalhão"."

Mesmo assim, Tadeu Melo, 37, que ficou conhecido ao interpretar o mordomo Venâncio, na novela "Porto dos Milagres" (2001), remete o telespectador à inesquecível voz e gargalhada do velho Zacarias. "Não imito porque o trabalho de um ator é como caligrafia, não dá pra copiar", diz Tadeu. "Há semelhanças na voz, mas acho que o que sobra dele em mim é a pureza", afirma ele, único do novo grupo que é ator profissional. "No começo eles seguiam o texto ao pé da letra e ficavam preocupados", relembra o ator. "Mas agora estão mais relaxados e já começam até a improvisar", diz, em tom de elogio, sobre os novos companheiros de programa.

Renato Aragão concorda: "No começo foi difícil". E explica as mudanças. "A Globo disse que eu já estava com a mesma turma havia quatro anos, que meu programa era uma sitcom e que tinha que ser reformulado. Com isso, o André Segatti e a Vanessa Bueno foram fazer novelas e o Elieser Mota foi pro "Zorra Total". Quando vi o É o Tchan no programa, achei o Jacaré simpático e pensei que precisávamos de uma pessoa negra."

A associação de Jacaré a Mussum realmente é automática; o dançarino, que está fazendo aulas particulares de interpretação e tornou-se fã da Estação Primeira de Mangueira justamente por ter Mussum como ídolo, diz que é associado a ele pelo fato de ambos serem negros. "Mas não me inspiro em ninguém, busco ser eu mesmo e ter identidade própria", afirma, acrescentando que não pode perder a chance que está tendo.

Em alguns esquetes do programa, o lugar antes ocupado por Dedé Santana, 62, sobrou para o ex-"Big Brother" Kléber Bambam. Ao contrário de Dedé, que hoje, fora da TV, percorre o país fazendo shows e palestras evangélicas, Bambam pouco fala em cena. Renato diz que é preciso ter "muita paciência" com o novo colega. "Há pouco tempo, acabou um programa chamado "Big Brother Brasil", e a Globo disse que tinha lá o Bambam, que estava contratado mas não tinha lugar. Perguntaram se dava pra colocar no programa, que depois a gente ajeitava. Ele não tem recurso artístico, mas é carismático com as crianças. E nós estamos tendo paciência", afirma o humorista.

Felicíssimo com a chance e assessorado por Marlene Mattos, Kléber, que ganhou R$ 500 mil no "reality show", mas ainda se preocupa com a conta de seu celular, sonha com uma vaga de apresentador de programa infanto-juvenil. Está ansioso com a possibilidade de trabalhar com seu ídolo maior: "Pode ser que eu faça o "Xuxa para Baixinhos" e o "Xuxa e os Duendes 2", mas a Marlene ainda está vendo isso".

Depois de um período de tristeza, no início dos anos 90, quando se limitou a fazer especiais e o seriado "Os Trapalhões" em Portugal, para a CIC, ao lado do Sargento Pincel (Roberto Guilherme) e de Dedé, Renato Aragão diz que agora está feliz. "Mesmo nesse horário de 12h30, que não é bom, damos picos de 20 pontos de audiência, com média de 16 a 18. Mas esse programa não é o novo "Os Trapalhões", quem me dera! Aquelas pessoas têm personalidade própria e não podem ser comparadas a ninguém."



 

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