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20/09/2002
-
07h07
do Guia da Folha
A obra do cineasta M. Night Shyamalan levanta sempre a questão da fé. O tema domina novamente no thriller de ficção científica "Sinais". Aqui ele adentra terreno ufológico e revisita os misteriosos círculos recortados em plantações, que provocaram histeria nos anos 70. O filme atesta o crescente domínio cinematográfico de Shyamalan: uma elegante e nervosa movimentação de câmeras cerca e persegue um elenco mínimo e assustado.
Mel Gibson substitui Bruce Willis ("O Sexto Sentido", "Corpo Fechado") como alter-ego do diretor. Ele é Graham Hess, reverendo que abandonou a batina após a estúpida morte da mulher. Ele precisará administrar o medo e a incredulidade frente a uma possível invasão alienígena em sua fazenda, mantendo unidos o irmão (Joaquin Phoenix, de "Gladiador"), o filho asmático (Rory Culkin, do clã de Macaulay) e a filha pequena (Abigail Breslin), que tem sonhos premonitórios.
O roteiro de Shyamalan elabora bem a dúvida de uma tragédia global, recorrendo à TV como única ponte com o resto do mundo. E a tensão é afinada pela música de James Newton Howard, colaborador habitual do cineasta: os temas principais remetem sabiamente às trilhas de Bernard Herrmann, em especial as de "Psicose" e da série "Além da Imaginação".
Mas além da questão da fé, há dois outros aspectos que perfilam a carreira do diretor. Talvez como reflexo de algum trauma, Shyamalan chega a ser sádico com os protagonistas mirins, que desde "Olhos Abertos" (98), lançado em vídeo no Brasil, surtam com as noções católicas de morte e eternidade.
E há também o já famigerado final-surpresa, que neste caso é o tendão fraco de Aquiles: é explícito de forma equivocada, e a última cena reitera uma mensagem óbvia e conservadora. Parece que o cineasta, que assume neste filme um importante papel coadjuvante, ainda levará muito tempo para expiar seus fantasmas.
Filme "Sinais" retoma tema da fé com alienígenas
CHRISTIAN PETERMANNdo Guia da Folha
A obra do cineasta M. Night Shyamalan levanta sempre a questão da fé. O tema domina novamente no thriller de ficção científica "Sinais". Aqui ele adentra terreno ufológico e revisita os misteriosos círculos recortados em plantações, que provocaram histeria nos anos 70. O filme atesta o crescente domínio cinematográfico de Shyamalan: uma elegante e nervosa movimentação de câmeras cerca e persegue um elenco mínimo e assustado.
Mel Gibson substitui Bruce Willis ("O Sexto Sentido", "Corpo Fechado") como alter-ego do diretor. Ele é Graham Hess, reverendo que abandonou a batina após a estúpida morte da mulher. Ele precisará administrar o medo e a incredulidade frente a uma possível invasão alienígena em sua fazenda, mantendo unidos o irmão (Joaquin Phoenix, de "Gladiador"), o filho asmático (Rory Culkin, do clã de Macaulay) e a filha pequena (Abigail Breslin), que tem sonhos premonitórios.
O roteiro de Shyamalan elabora bem a dúvida de uma tragédia global, recorrendo à TV como única ponte com o resto do mundo. E a tensão é afinada pela música de James Newton Howard, colaborador habitual do cineasta: os temas principais remetem sabiamente às trilhas de Bernard Herrmann, em especial as de "Psicose" e da série "Além da Imaginação".
Mas além da questão da fé, há dois outros aspectos que perfilam a carreira do diretor. Talvez como reflexo de algum trauma, Shyamalan chega a ser sádico com os protagonistas mirins, que desde "Olhos Abertos" (98), lançado em vídeo no Brasil, surtam com as noções católicas de morte e eternidade.
E há também o já famigerado final-surpresa, que neste caso é o tendão fraco de Aquiles: é explícito de forma equivocada, e a última cena reitera uma mensagem óbvia e conservadora. Parece que o cineasta, que assume neste filme um importante papel coadjuvante, ainda levará muito tempo para expiar seus fantasmas.
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