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07/10/2002
-
09h25
free-lance para a Folha de S.Paulo, em Los Angeles
O guitarrista John Frusciante, 31, sempre foi o caçula da banda. E, como todo caçula, foi o que mais deu trabalho aos Chili Peppers.
Entrou no lugar de Hilel Slovak, em 1988, que sofreu uma overdose de heroína, mas também não segurou a onda: em 1992, no meio da turnê de "Blood Sugar Sex Magic", Frusciante pulou _ou "foi pulado"_ fora da banda por dar mais atenção à agulha do que à palheta.
Substituído por Dave Navarro, Frusciante tentou seguir carreira solo lançando os dispensáveis "Niandra Ladies and Usually Just a T-Shirt" (95) e "Smile from the Streets You Hold" (97). Dizem as más línguas que as gravações eram para sustentar seu vício de heroína.
Por Deus ou o diabo, parece, entretanto, que Frusciante finalmente reencontrou o rumo. "By the Way" é seu e ninguém tasca. A mudança de estilo já aparece em "Californication" (99), que marcou a volta do guitarrista à banda, mas é definitiva neste "By the Way", de fraseados e timbres cortantes de guitarra _em "Don't Forget me"; de ska e flamenco, em "On Mercury" e "Cabron"_, e até de um tímido e nostálgico funk à "Mother's Milk" (álbum de 1989) _em "Can't Stop".
Porém, se, em estúdio, Frusciante é inegavelmente talentoso, ao vivo a performance corre o risco de desandar. Não se pode classificar de brilhantes suas duas apresentações por aqui, em 1999 e em 2001. Na primeira, em SP, um tanto fora de sincronia, parecia ter apagado completamente da memória sua fase pré-"Californication" e, no Rock in Rio, provocou uma situação no mínimo embaraçosa ao ser deixado sozinho no palco sem conseguir encerrar uma jam session na hora certa.
Entre uma xícara de chá e outra, Frusciante explicou-se à Folha: "Os solos de guitarra são mesmo todos diferentes a cada noite".
"Não tomo mais drogas desde o início de 1998. No momento, estou trabalhando para me tornar um músico melhor", afirmou. "As primeiras semanas foram dolorosas. Mas, ao tolerar alguns meses de tédio, encontrei a felicidade que sempre achei que tinha com o vício."
A imagem e a fala pausada de Frusciante ainda impressionam. As três melhores músicas que já compôs, garante, são para o próximo filme do diretor e seu amigo Vincent Gallo, "The Brown Bunny". Seus nomes? "Dying Song" (canção para morrer), "Leave All the Days Behind" (deixe todos os dias para trás) e "Hurting" (machucando).
Leia mais:
Anthony Kiedis fala sobre a turnê do Red Hot Chili Peppers no Brasil
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Longe de vícios, Frusciante se diz realizado
da Folha de S.Paulofree-lance para a Folha de S.Paulo, em Los Angeles
O guitarrista John Frusciante, 31, sempre foi o caçula da banda. E, como todo caçula, foi o que mais deu trabalho aos Chili Peppers.
Entrou no lugar de Hilel Slovak, em 1988, que sofreu uma overdose de heroína, mas também não segurou a onda: em 1992, no meio da turnê de "Blood Sugar Sex Magic", Frusciante pulou _ou "foi pulado"_ fora da banda por dar mais atenção à agulha do que à palheta.
Substituído por Dave Navarro, Frusciante tentou seguir carreira solo lançando os dispensáveis "Niandra Ladies and Usually Just a T-Shirt" (95) e "Smile from the Streets You Hold" (97). Dizem as más línguas que as gravações eram para sustentar seu vício de heroína.
Por Deus ou o diabo, parece, entretanto, que Frusciante finalmente reencontrou o rumo. "By the Way" é seu e ninguém tasca. A mudança de estilo já aparece em "Californication" (99), que marcou a volta do guitarrista à banda, mas é definitiva neste "By the Way", de fraseados e timbres cortantes de guitarra _em "Don't Forget me"; de ska e flamenco, em "On Mercury" e "Cabron"_, e até de um tímido e nostálgico funk à "Mother's Milk" (álbum de 1989) _em "Can't Stop".
Porém, se, em estúdio, Frusciante é inegavelmente talentoso, ao vivo a performance corre o risco de desandar. Não se pode classificar de brilhantes suas duas apresentações por aqui, em 1999 e em 2001. Na primeira, em SP, um tanto fora de sincronia, parecia ter apagado completamente da memória sua fase pré-"Californication" e, no Rock in Rio, provocou uma situação no mínimo embaraçosa ao ser deixado sozinho no palco sem conseguir encerrar uma jam session na hora certa.
Entre uma xícara de chá e outra, Frusciante explicou-se à Folha: "Os solos de guitarra são mesmo todos diferentes a cada noite".
"Não tomo mais drogas desde o início de 1998. No momento, estou trabalhando para me tornar um músico melhor", afirmou. "As primeiras semanas foram dolorosas. Mas, ao tolerar alguns meses de tédio, encontrei a felicidade que sempre achei que tinha com o vício."
A imagem e a fala pausada de Frusciante ainda impressionam. As três melhores músicas que já compôs, garante, são para o próximo filme do diretor e seu amigo Vincent Gallo, "The Brown Bunny". Seus nomes? "Dying Song" (canção para morrer), "Leave All the Days Behind" (deixe todos os dias para trás) e "Hurting" (machucando).
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