Publicidade
Publicidade
12/11/2002
-
12h34
Diretora-executiva da Folha Online
Quem escuta pela primeira vez as palavras difíceis dessa chinesa esguia, de fé católica, filosofia taoísta e sotaque americano leva como impressões seu espírito desconfiado, um certo distanciamento, mas um imaginário repleto de formas femininas. Difícil imaginar que a figura contemplativa de Christine Yufon tenha atravessado continentes e vivido o glamour das passarelas antes de entregar-se à vocação de artista.
Yufon nasceu em Pequim no início do século 20 e passou parte de sua infância nas Filipinas, onde seu pai foi cônsul-geral. De volta à China, com dez anos, completou seus estudos em uma escola missionária em Shangai, dirigida por religiosos norte-americanos.
Ali, a escultora conheceu o jovem francês Georges Collet, com quem se casou anos mais tarde. Os dois viveram pouco tempo na China. Com a ascensão de Mao Tse Tung, os estrangeiros deixam o país, e o casal parte para Hong Kong, com o primeiro filho, Roger. Três meses depois, a família viaja para Paris, pensando em estabelecer uma nova vida na América.
Sem saber falar português, grávida de oito meses, Yufon desembarca em Santos acompanhada de seu marido e parte para São Paulo, no início da década de 60. Após o nascimento da filha Lea, Yufon foi descoberta pelo mundo da moda e passa a desfilar para os mestres da alta costura no Brasil, como o costureiro Denner. Uma das primeiras modelos "étnicas" do mundo, Christine Yufon brilha também em Paris. Desde então, transmite o que aprendeu a jovens modelos.
Há 20 anos, descobriu sua vocação de escultora e produziu dezenas de obras em bronze, madeira e pedra, tentando reconstituir seu passado na China com suas raízes taoístas e seu relacionamento com a família. Seu trabalho já foi objeto de exposições no Masp (Museu de Arte de São Paulo), nos anos 80, e na China, em uma de suas três visitas a sua terra natal.
"Sonhando, Procurando, Esculpindo", exposição com que encerra o ano de 2002 na Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo, resume os aspectos peculiares de sua vida, as nuances e a elegância de sua personalidade.
Visite a exposição de Christine Yufon
Leia mais:
Folha Online abre galeria virtual com exposição de Christine Yufon
Exposição de esculturas é diálogo com a paciência
Trajetória de Christine Yufon passa pelas passarelas antes da arte
ANA LUCIA BUSCHDiretora-executiva da Folha Online
Quem escuta pela primeira vez as palavras difíceis dessa chinesa esguia, de fé católica, filosofia taoísta e sotaque americano leva como impressões seu espírito desconfiado, um certo distanciamento, mas um imaginário repleto de formas femininas. Difícil imaginar que a figura contemplativa de Christine Yufon tenha atravessado continentes e vivido o glamour das passarelas antes de entregar-se à vocação de artista.
Yufon nasceu em Pequim no início do século 20 e passou parte de sua infância nas Filipinas, onde seu pai foi cônsul-geral. De volta à China, com dez anos, completou seus estudos em uma escola missionária em Shangai, dirigida por religiosos norte-americanos.
Ali, a escultora conheceu o jovem francês Georges Collet, com quem se casou anos mais tarde. Os dois viveram pouco tempo na China. Com a ascensão de Mao Tse Tung, os estrangeiros deixam o país, e o casal parte para Hong Kong, com o primeiro filho, Roger. Três meses depois, a família viaja para Paris, pensando em estabelecer uma nova vida na América.
Sem saber falar português, grávida de oito meses, Yufon desembarca em Santos acompanhada de seu marido e parte para São Paulo, no início da década de 60. Após o nascimento da filha Lea, Yufon foi descoberta pelo mundo da moda e passa a desfilar para os mestres da alta costura no Brasil, como o costureiro Denner. Uma das primeiras modelos "étnicas" do mundo, Christine Yufon brilha também em Paris. Desde então, transmite o que aprendeu a jovens modelos.
Há 20 anos, descobriu sua vocação de escultora e produziu dezenas de obras em bronze, madeira e pedra, tentando reconstituir seu passado na China com suas raízes taoístas e seu relacionamento com a família. Seu trabalho já foi objeto de exposições no Masp (Museu de Arte de São Paulo), nos anos 80, e na China, em uma de suas três visitas a sua terra natal.
"Sonhando, Procurando, Esculpindo", exposição com que encerra o ano de 2002 na Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo, resume os aspectos peculiares de sua vida, as nuances e a elegância de sua personalidade.
Visite a exposição de Christine Yufon
Leia mais:
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alice Braga produzirá nova série brasileira original da Netflix
- Sem renovar contrato, Fox retira canais da operadora Sky
- Filósofo e crítico literário Tzvetan Todorov morre, aos 77, em Paris
- Quadrinhos
- 'A Richard's estava perdendo sua cara', diz Ricardo Ferreira, de volta à marca
+ Comentadas
- Além de Gaga, Rock in Rio confirma Ivete, Fergie e 5 Seconds of Summer
- Retrospectiva celebra os cem anos da mostra mais radical de Anita Malfatti
+ EnviadasÍndice