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27/02/2003 - 06h47

Pornô-pop Peaches fala do electro-punk

LÚCIO RIBEIRO
da Folha de S.Paulo

Grosso modo e deixando de início o item "sexo" de fora, o furacão Peaches é uma ex-garota punk que encontrou a música eletrônica em algum ponto no trânsito entre Toronto e Berlim, misturou tudo o que achou e fez do resultado sonoro um produto novo, só seu.

Rainha do electro-punk, que é sujo, pesado, mas dá para dançar, Peaches manda avisar, direto da cidade mais agitada da Alemanha e via Folha, que seu disco de estréia já está nas lojas brasileiras ("The Teaches of Peaches", Sum Records) e, mais, que vem apresentá-lo em show ao vivo por aqui em outubro ou novembro.

"Tenho convites para tocar no Brasil e devo aceitar, tão logo meu CD novo seja lançado. Ouvi falar muito bem dos clubes daí. Parece que as noites de São Paulo são quentes. São mesmo?"

Uma das mais bem acabadas crias deste mundo pop globalizado e conectado na internet, Peaches era, até há bem pouco tempo, baixista de uma banda punk chamada Feedom (ela diz que o grupo, que tem Chilly Gonzalez, não acabou). Até há bem pouco tempo nem Peaches ela era.

Merrill Nisker, 35, cansou de ser apenas a punk malucona, ativista e feminista e virou Peaches em 2000, quando resolveu que o Canadá era um país muito pequeno e frio para seu som violento e suas letras bem quentes, proibidas para menores... de 30 anos.

No processo de transformação, sentiu que o negócio era botar punk, música eletrônica, rock e funk em sua groovebox (espécie de sintetizador e editor de sons), encarnar uma Nina Hagen moderna, violentar as batidas programadas do, digamos, Depeche Mode e mudar de vida.

E as brumas do levante electro acabaram levando a moça que atrai em shows mais moças que a PJ Harvey para a multifacetada Berlim, direto para o selo vanguardista Kitty-Yo. E cujo nome artístico, ela explicou, é uma alusão àquela coisa que "as garotas têm, mas os garotos, não".

"Ia ficar fazendo o que no Canadá? Berlim é viva. E é uma grande cidade, de espírito livre, cheia de pessoas criativas e longe de modismos bestas que têm em lugares movimentados como Nova York e Londres. Aqui ninguém se espanta com "novidades", com "febres". A música é curtição, não business", afirma Peaches.

O hype que Peaches parece abominar fez dela nome forte da cena electroclash de Nova York e, na parte que toca aos ingleses, botou a canadense para exibir com som e imagem seus movimentos sexy-vulgares no colossal Reading Festival, na Inglaterra, na edição do ano passado.

Peaches, "só de farra e sem pegar pesado", já fez ponta em filme pornô -antes no Canadá e depois em Berlim. "Conhecia algumas das garotas atrizes", justificou ela.

"É engraçado saber que o "Teaches of Peaches" está saindo agora no Brasil, quase três anos depois que eu o gravei. Ainda hoje acho ele moderno, enérgico. Meu próximo álbum [previsto para setembro" deverá soar parecido", informa Peaches.

E sobre a cena de Berlim, Peaches? "Aqui, pelo que dá para notar em um giro pelos clubes, há uma interminável obsessão de misturar música eletrônica e punk. É um modo de mesclar batidas modernas a uma agressividade inerente a quem vive em um mundo maluco como este. É bom extravasar isso pela música."
 

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