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19/03/2003 - 03h47

Fringe, do Festival de Curitiba, atrai grupos em busca de visibilidade

VALMIR SANTOS
da Folha de S.Paulo

A motivação do grupo Mosaico, de Cuiabá (MT), que levará um Shakespeare na bagagem e rodará por 30 horas na estrada, não está longe daquela da Companhia Delirivm Teatro de Dança, de São Simão (SP), que viajará 11 horas com suas 12 atrizes, todas acima de 55 anos e com fôlego invejável para subir ao palco: ambos almejam visibilidade no Fringe, o universo paralelo do Festival de Teatro de Curitiba.

É também, em suma, o que move os protagonistas dos 157 espetáculos programados para a mostra, que começa na sexta na capital paranaense, um dia depois da Mostra Oficial.

Com esse volume de atrações, 24 a mais do que em 2002, o Fringe nacional tampouco está longe da média de 600 grupos que frequentam anualmente o Fringe do Festival de Edimburgo, na Escócia, ou o Avignon Off, na França, os dois maiores do planeta.

Esses eventos internacionais se diferenciam pela incorporação, com mais ênfase, de outros segmentos artísticos, como artes plásticas, dança e música.

Desde a criação da mostra paralela, em 1998, Curitiba converteu-se em paraíso (e inferno) do teatro brasileiro. Somando Fringe, Mostra Oficial, Infantil e a recém-criada Mostra Metropolitana (11 espetáculos em turnês por municípios da Grande Curitiba), o bolo chega a 182 montagens.

Para se ter idéia do corre-corre, haverá sessões no Fringe das 12h à 1h30, espalhadas por 31 espaços alternativos da cidade. Do boteco da esquina ao chafariz da praça.

As peças do Fringe são auto-sustentadas (taxa de R$ 30 a R$ 50, mais os custos de transporte, alimentação, hospedagem). As da Mostra Oficial recebem cachê e tudo o mais a que têm direito.

Na 12ª edição do FTC, o diretor-geral, Victor Aronis, já acena com a possibilidade de o festival ampliar os seus atuais dez dias para suportar a procura (foram recebidos mais de 500 projetos de todo o Brasil, alguns do exterior). Projeto para breve, acredita.

A coordenadora do Fringe, Nany Semicek, quer diminuir as queixas dos grupos quanto à organização. "Pela primeira vez, por exemplo, haverá um mapa de luz para todas as peças."

Cerca de 3.700 pessoas, entre artistas e técnicos, circularão pela cidade durante o FTC. Entre espectadores e participantes de eventos paralelos, a organização prevê público de 100 mil pessoas, a mesma faixa do ano passado.

Em meio ao império da diversidade, o Fringe terá espaço para as tragédias ou mitos da Grécia. Eurípides ("As Troianas", encenação de Luiz Paixão, de Belo Horizonte) e Ésquilo ("As Suplicantes", pelo Grupo Cordex, de Campinas), por exemplo, são evocados para espelhar um tanto da tragédia contemporânea na iminência de mais uma guerra.

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