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22/03/2003 - 17h46

"Volta do Dia" consegue o máximo com o mínimo

SÉRGIO SALVIA COELHO
da Folha de S. Paulo, em Curitiba

Partindo do universo realista fantástico do escritor argentino Julio Cortázar, o diretor Marcio Abreu desenvolveu junto às suas atrizes uma "antropofagia" de suas crônicas sobre os pequenos mistérios cotidianos, traduzindo-as para o feminino e para o aqui agora, em harmônica cumplicidade com cenário, figurino e o belo vídeo que vai bem além de uma vinheta que garanta o moderno selo de multi-mídia.

Assim é a peça "Volta ao Dia", apresentada ontem e hoje no 12º Festival de Teatro de Curitiba.

Todos os recursos da vanguarda aqui não são usados enquanto valores em si, mas como instrumentos para um depoimento lírico e bem humorado da fragmentação da vida urbana.

"Volta ao Dia"..., sobretudo, reúne duas atrizes extraordinárias. Maureen Miranda tem o raro carisma de saber transmitir com precisão e simplicidade as marcas mais difíceis, os textos mais complexos, e tocar o público sucessivamente com humor, sensualidade, melancolia, vitalidade, de maneira sempre surpreendente.

A peça de Marcio Abreu, com Christiane Macedo e Maureen Miranda, conta a história de Ana e Margrit, que se encontram casualmente em um apartamento onde nunca haviam estado. Ela será novamente apresentada no Teatro Cleon Jacques neste domingo (23, às 15h), na segunda (24, às 21h) e terça (25, às 18h).

Christiane de Macedo contrapõe à polivalência de Maureen, sem fazer alarde, uma performance profunda e essencial, enchendo o palco de ternura com sua mãe que se dirige ao filho pequeno, de quem foi separada, sem cair nunca no piegas ou na auto-piedade.

Ao conseguir o máximo de efeito com o mínimo de recurso, ambas se habilitam para todo tipo de teatro, seja ele clássico ou vanguarda, pois trabalham com o material mais nobre para o ator: a sinceridade.

Avaliação:

Especial
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