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24/03/2003 - 02h46

"Chicago" é o grande premiado, mas Michael Moore rouba a cena

da Folha Online

O musical "Chicago" foi o grande vencedor da 75ª edição do Oscar, mas foi o cineasta Michael Moore ("Tiros em Columbine") quem roubou a cena, ao subir no palco e criticar o presidente George W. Bush e a guerra do Iraque, ao invés de agradecer pelo prêmio de Melhor Documentário.

"Chicago" é um thriller sobre crimes passionais que faz uma crítica à fábrica de celebridades criada em Hollywood, estrelado por Reneé Zellweger e Catherine Zeta-Jones (Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante).

A cerimônia, que até a manhã de domingo levantava dúvidas sobre sua realização ou não por causa da guerra, foi palco de discursos pela paz, mesmo que velados, uma vez que a Academia pediu aos artistas para não falarem sobre o assunto.

Mas Michael Moore quebrou o protocolo. Subiu no palco com todos os indicados da categoria e atacou Bush e a guerra. "Nós gostamos de não-ficção e vivemos em uma época fictícia, com resultados eleitorais fictícios que elegem um presidente fictício", disse no microfone.

O que era para ser uma cerimônia sóbria, no entanto, foi mais que normal. Piadas, comentários sobre a guerra, manifestações pró-Estados Unidos e homenagens aos 75 anos da Academia marcaram o evento, que durou pouco mais de três horas.

O discurso de Moore, que gerou expressões de espanto e algumas vaias na platéia de estrelas, rendeu piadas para a cerimônia toda. "Vocês não imaginam como está lá atrás", disse o apresentador, Steve Martin. "Eu nunca mais divido o camarim com ele", disse Frank Pierson, presidente da Academia.

Seu filme, que já foi exibido em festivais no Brasil, mas ainda não chegou ao circuito de cinema, pega como gancho o crime cometido por dois adolescentes na Columbine High School, nos EUA, para criticar com acidez o armamento norte-americano.

Outros prêmios

Além de "Chicago", quem ganhou mais prêmios foi o filme "O Pianista", grata surpresa, já que a Academia decidiu enfrentar uma decisão da Justiça e premiar o diretor polonês Roman Polanski pelo seu filme sobre o holocausto.

Polanski não foi à cerimônia porque poderia ser preso. Ele fugiu de Los Angeles e não concluiu um processo em que é acusado do estupro de uma menina de 13 anos e não pode pisar nos EUA.

Seu filme levou o Oscar por Melhor Ator, Melhor Diretor e Melhor Roteiro Adaptado.

"O Senhor dos Anéis - As Duas Torres" ganhou dois prêmios -ambos técnicos, porém (Efeitos Especiais e Edição de Som). Empatou com "Frida", de Julie Taymor e estrelado por Salma Hayek, que também ficou com dois Oscar (Maquiagem e Trilha Sonora).

"As Horas", de Stephen Daldry, e "Adaptação", de Spike Jonze, ficaram com um Oscar cada, por Melhor Atriz (Nicole Kidman) e Melhor Coadjuvante (Chris Cooper), respectivamente.

Outras manifestações

O diretor espanhol Pedro Almodóvar, premiado por Melhor Roteiro Original pelo filme "Fale com Ela", também deu uma mensagem. Ele ofereceu seu prêmio a todas as pessoas que lutam pela paz e pelo cumprimento da lei internacional. De maneira velada, fez uma crítica ao governo Bush, que desrespeitou a decisão da ONU (Organização das Nações Unidas) para iniciar a guerra.

"Eu sei que é proibido", disse Almodóvar, ao tirar do bolso um papel onde tinha anotado o que gostaria de falar.

O ator Adrien Brody, de "O Pianista", também falou em paz. Ele fez um discurso além do tempo permitido e pediu que os soldados norte-americanos voltem logo da guerra.

Medo de atentados

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas conseguiu levar a maioria dos astros e estrelas que havia convidado e apresentar 59 vencedores de anos anteriores em uma homenagem aos 75 anos do Oscar.

"Digo aos soldados norte-americanos que voltem logo para casa e às pessoas do Iraque, vamos viver em paz", disse Pierson.

Havia uma preocupação sobre uma possível ausência das estrelas. Tom Hanks, Meg Ryan e Nicole Kidman ameaçaram não ir, mas o único que confirmou que não participaria foi Will Smith.

A Academia resolveu cortar a cerimônia que acontece antes do Oscar, ainda na rua, quando astros e estrelas desembarcam das limusines e dão entrevistas e são fotografados pela imprensa.

Mas o tapete vermelho estava lá e os fotógrafos e algumas TVs, incluindo o pool formado pela Academia para retransmitir as imagens para o mundo todo, fizeram seus trabalhos, mas em um hall que fica no complexo que cerca o Kodak Theatre.

Especial
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