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20/05/2003 - 05h29

"Dogville", de Lars von Trier, causa impacto e se torna favorito

SILVANA ARANTES
da Folha de S.Paulo, em Cannes

A apresentação do filme brasileiro "Carandiru", na competição oficial do 56º Festival de Cannes, ontem, foi empalidecida pelo concorrente dinamarquês "Dogville", de Lars von Trier.

O longa de Trier, primeiro título da trilogia "América - País das Possibilidades", estreou no mesmo dia e deixou a sensação de ter conduzido o festival ao clímax.

Parece impossível que qualquer um dos 11 concorrentes à Palma de Ouro que ainda farão sua estréia até sábado iguale-se a "Dogville" em impacto (o filme é uma crítica aguda à sociedade norte-americana) e importância (com uma narrativa particular, o diretor acrescenta um verbete ao vocabulário cinematográfico).

"Dogville" é todo filmado sobre um chão negro. Marcas de giz no solo delimitam ruas, casas e jardins da cidadezinha que dá nome ao filme e que é localizada ao pé das Montanhas Rochosas.

A ação se passa durante a Grande Depressão, que invadiu os anos 30, após o colapso financeiro de 1929. O filme termina com imagens jornalísticas do período, ao som de "Young Americans", na voz de David Bowie.

É a tradução de um desfecho irredimível para a seguinte história: Grace (Nicole Kidman) chega a Dogville fugindo da perseguição de gângsteres. Sob a liderança do morador Tom (Paul Bettany), a comunidade decide acolhê-la, para demonstrar altivez com o estrangeiro. Em troca da generosidade, Grace terá de prestar pequenos serviços aos moradores.

À medida que o tempo avança, a forasteira será escravizada, abusada, punida por tentar escapar e delatada aos gângsteres pelo único morador que parecia manter algum traço de força moral.

Quando os bandidos vêm ao encontro de Grace, a revelação de sua identidade provoca uma reviravolta definitiva no filme e na vida dos habitantes de Dogville.

Trier decidiu realizar a trilogia em 2000, quando venceu a Palma de Ouro com "Dançando no Escuro" e foi criticado por ambientar o filme nos Estados Unidos sem nunca haver ido ao país.

"Queria fazer uma campanha para libertar a América. Tenho certeza de que é um belo país, porém vejo muita merda por lá. Oitenta por cento da programação da TV dinamarquesa é norte-americana. Não me sinto preparado para ir aos EUA. Este filme é sobre como a América é na minha cabeça", disse o cineasta.

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