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20/05/2003 - 17h08

Maria Luisa Mendonça estréia peça de 5 h e faz papel em "Cazuza"

SANDRO MACEDO
free-lance para a Folha Online

A atriz Maria Luisa Mendonça, a Dalva de "Carandiru", volta do Festival de Cannes para estrear uma peça de 5 horas de duração em São Paulo.

Junto do elenco do filme de Hector Babenco, Maria Luisa foi para a França promover "Carandiru", que disputa a Palma de Ouro, que será entregue no próximo domingo (25).

A atriz está no elenco de "Os Sete Afluentes do Rio Ota", de Monique Gardenberg. Ela também terá um papel no filme sobre a vida de Cazuza, que começa a ser rodado em julho.

Confira trechos da entrevista da atriz:

Divulgação
A atriz Maria Luisa Mendonça
Folha Online - Quais são os seus projetos para a volta de Cannes?

Maria Luisa Mendonça -
O primeiro projeto é teatro, com "Os Sete Afluentes do Rio Ota". A estréia já é no dia 6 de junho, no Sesc Anchieta. A peça tem 5 horas de duração. Apresentamos a primeira vez no Festival de Curitiba e ninguém arredou o pé. E olha que começou tarde, acabou às 3h. O elenco é ótimo, com Giulia Gam, Beth Goulart, Caco Ciocler, Pascoal da Conceição, são 13 atores no total.

No cinema, o próximo projeto é um filme sobre o Cazuza, baseado no livro da mãe dele. Vou fazer o papel da Malu, uma grande amiga dele, que na verdade é uma junção de algumas amigas. As filmagens devem começar em julho, no Rio de Janeiro.

Folha Online - Como foi a relação com o Drauzio Varella na hora de fazer "Carandiru"?

Maria Luisa Mendonça -
O Drauzio entregou o livro e viu o filme pronto, não ficou palpitando. Ele é uma pessoa maravilhosa, que dá vontade de ter do lado. Ele passa paz, é um cara inteligente, bom caráter e tem grande senso de humor. E nós dois gostamos muito do Hector [Babenco, diretor], tínhamos isso em comum.

Folha Online - Depois de alguns bons trabalhos no cinema nacional, Rodrigo Santoro fez uma ponta na continuação de "As Panteras" e ensaia dar uma sequência na carreira internacional. Você aceitaria um convite para fazer uma participação numa produção hollywoodiana?

Maria Luisa Mendonça -
Tudo é relativo, depende do momento e do convite. Me interessa um excelente time e uma grande personagem. Se eu tivesse que optar entre um filme que eu estivesse protagonizando no Brasil, com uma equipe maravilhosa e um diretor em quem acredito, escolheria fazer o filme brasileiro, porque me interessa o projeto.

Mas se não estivesse fazendo nada, acho que iria até como experiência. Fazer um filme numa outra língua é uma coisa muito bacana. É um dado muito forte para uma personagem. Tive essa sensação em "Coração Iluminado", quando fiz uma personagem que falava espanhol e eu não falava espanhol. Tive que me dedicar muito.

Folha Online - Falta alguma coisa para o reconhecimento internacional do cinema brasileiro como um todo. Você acha isso importante?

Maria Luisa Mendonça -
A gente está numa trajetória em que isso vai acontecer consequentemente. É merecido. Tanto que a gente fica com aquela sensação de bola da vez, que uma hora vai sair. Começou já com "O Quatrilho", agora a gente já fica surpreso quando um filme como "Cidade de Deus" não é indicado ao Oscar. Isso já é uma sensação nacionalista muito boa. Não tem que ficar só na Copa do Mundo ou com o Guga no tênis. A nossa cultura representa o nosso país, é a nossa identidade. A gente tem essa energia, essa força. E a gente precisa disso no nosso cinema. Você vai num filme argentino na Argentina, ou num francês na França, e está tudo lotado.

Folha Online - Mas aí também tem o problema de distribuição. "Carandiru" estreou em centenas de salas, enquanto outras produções como "Três Marias" (filme protagonizado por Maria Luisa, mas que estreou em circuito restrito, com poucas salas de exibição)...

Maria Luisa Mendonça -
Isso também é importante. Às vezes, você tem o dinheiro para fazer o filme, e rala pra caramba. Aí rala para finalizar. Quando acaba e já está exausto, precisa ainda lançar. E aí cadê o dinheiro? Acho que nesse sentido o governo tem que ajudar. Porque assim o nosso cinema vai pra frente, temos o mais difícil, que é talento. Se investir, tem retorno. Sempre que alguém me fala: "que bom hein, ir a Cannes". Eu respondo, "pois é cara, é o nosso filme, o nosso cinema". E a pessoa se sente super bem. Essa é a sensação que temos que ter.

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