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22/05/2003 - 08h40

Jogo, animação e filme se enredam no mundo de "Matrix Reloaded"

DIEGO ASSIS
da Folha de S.Paulo

Onde começa um e termina o outro? Em se tratando de "Matrix", trilogia ciber-espiritual dos irmãos Wachowski, a questão acima não é das mais fáceis de serem respondidas. Que mundo virtual e mundo concreto, sonho e realidade são praticamente sinônimos já havíamos aprendido no filme anterior. Mas o enigma de "Matrix Reloaded", que estréia hoje em algumas salas do país, é: cinema e videogame, onde começa um, onde termina o outro?

Lançado no último dia 15, nos Estados Unidos, "Reloaded" marca não só o final de uma espera de quatro anos pela sequência daquele que é provavelmente o filme de maior impacto para a renovação dos efeitos especiais nos anos 90, como também um novo jeito de encarar o cinema: a não-linearidade.

Tão milenar quanto o budismo, que reveste cada fotograma da história dos Wachowski, tão pós-moderno quanto o conceito de hipertexto da internet, em que, na medida em que escolhe um caminho, o leitor deixa inúmeros outros para trás, a idéia das escolhas que se dão no filme e fora dele é central dentro da proposta de entretenimento de "Matrix", que, simultaneamente a "Reloaded", vê o lançamento de um game ("Enter the Matrix"), uma série de animação ("Animatrix") e até do trailer da terceira e já finalizada parte ("Revolutions").

"O que estamos fazendo aqui não é só mais uma propriedade licenciada, um conjunto de bonequinhos de plástico", afirma David Perry, presidente do estúdio Shiny Entertainment, responsável não pelo filme, mas pelo jogo. "Enter the Matrix" é uma parte inteiramente pensada de todo o universo de "Matrix" e resulta de um modo completamente novo e particular de colaboração entre a indústria de games e Hollywood. Os irmãos Wachowski, os roteiristas e diretores dos filmes, todos estão também por trás do jogo."

E é verdade: correndo paralelamente à história de "Reloaded", "Enter the Matrix", que tem 244 páginas de roteiro e cenas digitalizadas de praticamente todo o elenco, preenche várias lacunas do primeiro e, não raro, cruza com o longa-metragem em certos pontos de contato --o mesmo acontece com "Animatrix", que, por sua vez, dá o pontapé inicial para o jogo e antecipa alguns eventos do segundo filme.

"Estamos trabalhando há dois anos e meio nesse jogo e acreditamos que, quando o público perceber como ele se relaciona com o filme, vai ficar de queixo caído. E, uma vez que Hollywood veja, você nunca mais terá uma dobradinha filme/jogo sendo feita à moda antiga outra vez", aposta Perry.

De volta à "realidade"

O namoro entre Hollywood e os (adeptos dos) games tem ficado cada vez mais sério. Responsáveis pelas maiores bilheterias de estréia da história recente, filmes como "Homem-Aranha", "X-Men", "Senhor dos Anéis" e o próprio "Matrix Reloaded" -que faturou quase a metade do que gastou (US$ 300 milhões) em uma semana- já nascem marcados para a nova geração de consoles e PCs, cuja tecnologia os aproxima daquilo que poderia ser chamado de um filme interativo.

E o caminho inverso, dos games que viram filmes, também já é uma realidade quando vemos heroínas como Lara Croft, do jogo hit "Tomb Raider" vestindo a pele de Angelina Jolie. "Resident Evil" e "Final Fantasy", dois outros títulos familiares para os jogadores, também já ganharam as telonas. "O maior desafio foi criar um mecanismo que nos permitisse recriar eventos super-humanos de maneira ilimitada. Queríamos dominar o uso de humanos e ambientes virtuais efetivamente", conta John Gaeta, diretor de efeitos visuais da trilogia, que utiliza as mesmas técnicas de um diretor de videogames ("mocap"). Quando você vir Neo lutando com cem clones do Agente Smith, vai entender o que ele está falando...

Especial
  • Veja o trailer, galeria de fotos e saiba mais sobre "Matrix Reloaded"
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