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19/06/2003
-
07h34
da Folha de S.Paulo
O samba também teve sua "cena" na música brasileira. Cena no sentido de reunião de vários artistas que conseguiram produzir obras de alto quilate em determinado período e local.
Foi no restaurante Zicartola, no Rio, que o samba se revigorou diante da febre iê-iê-iê e abriu novo capítulo em sua história. Seus frutos musicais foram reinterpretados pelo cantor Zé Renato e pelo sambista Elton Medeiros em abril passado, no Sesc Vila Mariana, em São Paulo, e a TV Cultura os exibe hoje em especial.
O embrião do restaurante-centro cultural foi gerado nos encontros de Zé Keti, Nelson Cavaquinho, Elton Medeiros e Cartola, na casa do último, no início da década de 60. Integrantes do conjunto A Voz do Morro, eles se reuniam no quartel-general para apresentar e completar composições de cada um.
Os ensaios se transformaram em evento, e a residência mangueirense acabou por não comportar tanta gente no local. Dona Zica, então, encontrou um sobrado na rua da Carioca, número 53, batizou-o de Zicartola e promoveu sua inaugurou em fins de 1963. Quase dois anos depois, a casa fechou por problemas administrativos.
"O Zicartola trouxe grandes benefícios à cultura brasileira. Foram em suas mesas que intelectuais, poetas, cantores e gente de cinema fermentaram suas idéias. O Vianinha [o escritor Oduvaldo Vianna Filho] fazia comícios-relâmpago, a [cantora] Clementina de Jesus entoava lundus e jongos. Não era só um restaurante que as pessoas iam beber e cantar. Era um reduto de resistência política e cultural", afirma Elton Medeiros.
No especial, clássicos como "O Sol Nascerá", de Cartola, "Opinião", composição de Zé Keti, e a parceria de Paulinho da Viola e Casquinha em "Recado", tocados por Medeiros e Zé Renato à frente, são lembretes de que uma cena, espontânea como foi a do Zicartola nos anos 60, poderia trazer a efervescência de volta à música brasileira.
UMA NOITE NO ZICARTOLA
Quando: hoje, às 22h30, na TV Cultura
Especial revive efervescência do Zicartola
SHIN OLIVA SUZUKIda Folha de S.Paulo
O samba também teve sua "cena" na música brasileira. Cena no sentido de reunião de vários artistas que conseguiram produzir obras de alto quilate em determinado período e local.
Foi no restaurante Zicartola, no Rio, que o samba se revigorou diante da febre iê-iê-iê e abriu novo capítulo em sua história. Seus frutos musicais foram reinterpretados pelo cantor Zé Renato e pelo sambista Elton Medeiros em abril passado, no Sesc Vila Mariana, em São Paulo, e a TV Cultura os exibe hoje em especial.
O embrião do restaurante-centro cultural foi gerado nos encontros de Zé Keti, Nelson Cavaquinho, Elton Medeiros e Cartola, na casa do último, no início da década de 60. Integrantes do conjunto A Voz do Morro, eles se reuniam no quartel-general para apresentar e completar composições de cada um.
Os ensaios se transformaram em evento, e a residência mangueirense acabou por não comportar tanta gente no local. Dona Zica, então, encontrou um sobrado na rua da Carioca, número 53, batizou-o de Zicartola e promoveu sua inaugurou em fins de 1963. Quase dois anos depois, a casa fechou por problemas administrativos.
"O Zicartola trouxe grandes benefícios à cultura brasileira. Foram em suas mesas que intelectuais, poetas, cantores e gente de cinema fermentaram suas idéias. O Vianinha [o escritor Oduvaldo Vianna Filho] fazia comícios-relâmpago, a [cantora] Clementina de Jesus entoava lundus e jongos. Não era só um restaurante que as pessoas iam beber e cantar. Era um reduto de resistência política e cultural", afirma Elton Medeiros.
No especial, clássicos como "O Sol Nascerá", de Cartola, "Opinião", composição de Zé Keti, e a parceria de Paulinho da Viola e Casquinha em "Recado", tocados por Medeiros e Zé Renato à frente, são lembretes de que uma cena, espontânea como foi a do Zicartola nos anos 60, poderia trazer a efervescência de volta à música brasileira.
UMA NOITE NO ZICARTOLA
Quando: hoje, às 22h30, na TV Cultura
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