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10/11/2007 - 20h32

Co-produção brasileira leva prêmio de melhor roteiro em Trieste

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da Efe, em Trieste (Itália)

O Festival de Cinema Latino-Americano de Trieste concedeu neste sábado o prêmio de melhor roteiro para o filme "A Ilha da Morte", do cearense Wolney Oliveira, co-produção do Brasil com Cuba e Espanha.

O júri reconheceu ainda o chamado cinema autoral, ao conceder seus principais prêmios a "Suspiros del Corazón", do argentino Enrique Gabriel, e "Dos Abrazos", do mexicano Enrique Begné.

São dois filmes muito diferentes, não comerciais e com a marca pessoal de seus diretores --um tipo de cinema que, segundo o espanhol Luis Reneses de la Torre, um dos jurados, ganha cada vez mais força na América Latina.

Reneses, cuja carreira como produtor e diretor-executivo sempre foi ligada à TVE (Televisão Espanhola), destacou que a tendência do cinema autoral na América Latina pode ser notada pelos 14 filmes que participaram da sessão de competição do Festival.

"Suspiros del Corazón", uma co-produção de Espanha e Argentina de 2006, é uma comédia na qual um empresário, Fernando Valbuena de Montijo, interpretado pelo ator espanhol Roger Coma, abre mão do dinheiro pelo amor de uma mulher, Fraternidad, papel da atriz argentina María Dupláa.

A personagem tem uma família de loucos utópicos que, mesmo nos tempos de domínio da televisão, continuam publicando uma fotonovela com o sonho de promover a literatura clássica.

O júri internacional, presidido pelo cineasta chileno Miguel Littin, decidiu conceder o prêmio a "Suspiros del Corazón" por "sua fantasia, sua imaginação, seus sentimentos e sua grande humanidade".

O filme, diz o júri, "resgata a cultura popular para narrar a vida de personagens que sobrevivem ao mundo moderno".

O longa tem uma cena marcante que, segundo o júri e o público, merece passar à história do cinema. Na seqüência, um velho republicano espanhol que lutou contra os franquistas e um italiano que combateu Mussolini discutem acaloradamente sobre qual dos dois ditadores teria sido mais rígido, mais assassino e, por fim, pior.

Enrique Gabriel nasceu em Buenos Aires em 1957. "Suspiros del Corazón" é o quarto longa-metragem deste também roteirista que escreveu e dirigiu "Las Huellas Borradas" (1999), "En La Puta Calle!" (1997) e "Krapatchouk" (1993).

Já "Dos Abrazos" é uma produção mais intimista e introspectiva na qual Begné analisa a alma humana por meio de duas histórias, mostrando como as relações entre pais e filhos e a ausência de amor e de carinho podem levar a um isolamento existencial.

As histórias mostram Paco (Jorge Zarate), apaixonado por uma caixa de supermercado, Silvina (Maya Zapata), e um taxista, Joaquín (Giovanni Florido), que conhece Laura (Ximena Sariñana), filha de um corretor de apostas na cidade do México.

O abandono dos filhos pelos pais produz pessoas incapazes de comunicar seus sentimentos, por mais que seja o que desejam.

Begné, de 40 anos, estudou no Centro de Capacitação Cinematográfica do México e rodou seu primeiro documentário "Pero Se Sigue Viviendo" em 1990. O filme ganhou prêmios nos festivais de cinema independente de México, Canadá e França. Depois, voltou a carreira para a publicidade, recebendo novas premiações.

"Dos Abrazos" é a primeira obra de ficção do cineasta.

Filmes que representam o cinema autoral também receberam os prêmios de melhor direção para o chileno Luis Vera, por "Fiestapatria"; e o de melhor interpretação para a agora ministra de Cultura e das Artes do Chile, Paulina Urrutia, por seu papel em "Tendida Mirando Las Estrellas", de Andre Racz.

O Festival de Trieste, que termina amanhã (11) após a exibição dos filmes premiados, carimba com estes prêmios seu compromisso com a difusão do cinema latino-americano na Europa, apesar de este ano a cidade do norte da Itália ter se mostrado um pouco apática com as escolhas do júri.

Confira abaixo os premiados.

  • Melhor filme: "Suspiros del Corazón" (2006), do argentino Enrique Gabriel.
  • Prêmio especial do júri: "Dos abrazos" (2007), do mexicano Enrique Begné.
  • Melhor direção: "Fiestapatria" (2006), do chileno Luis R. Vera.
  • Melhor roteiro: "A Ilha da Morte" (2006), do brasileiro Wolney Oliveira.
  • Melhor interpretação: atriz chilena Paulina Urrutia por seu papel em "Tendida mirando las estrellas" (2007).
  • Melhor fotografia: "Dos abrazos" (2007), do mexicano Enrique Begné.
  • Melhor trilha sonora: a Osvaldo Montes por "Suspiros del Corazón" (2006).
  • Prêmio Vídeo América: "La palomilla salvaje" (2006), do mexicano Gustavo Gamou.
  • Prêmio União Latina: ao documentário argentino "Emiterio" (2007), de Diego Seppi e José Tabarelli, e ao peruano "Tambogrande" (2007), de Ernesto Cabellos Damián e Stephanie Boyd.
  • Prêmio "Oriundos, Italianos na América Latina": "Quirino Cristiani, il mistero dei primi lungometraggi animati" (2007), do italiano Gabriele Zucchelli.
  • Prêmio Salvador Allende: ao cineasta chileno Miguel Littin.

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