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02/07/2003 - 02h32

Fragmentos brasileiros invadem passarela na SPFW

ERIKA PALOMINO
colunista da Folha

Fragmentos da moda brasileira pipocaram aqui e ali na abertura da São Paulo Fashion Week de verão 2004, talvez a que pareça mais redonda em relação a uma identidade nacional. Em todos os aspectos.

Foi em meados dos anos 90 que se começou a cobrar uma maior personalidade entre os criadores locais, mas a principal consciência veio na virada de 2000/2001. Anteontem, talvez pela primeira vez, tudo parecia mais espontâneo.

A força está nos detalhes. O DNA verde-amarelo aparece na cadência do andar de Ana Beatriz Barros; no carinho da mãe Isabelli Fontana, na feliz festa entre os corredores; nas cores das fotos trabalhadas por Isabelle Tuchband, nas paredes; na brincadeira pop da instalação das tábuas de passar roupa de Guto Lacaz. Ao final do dia, nas incríveis imagens do livro "O Brasil na Moda", enchendo de orgulho a comunidade fashion.

Nas passarelas, a Cori de Alexandre Herchcovitch foi o destaque do dia, na mais redonda apresentação da abertura. Melhores momentos: as estampas otimistas e multicor, em pixels e flores, culminando na camisola retrô de Jeisa Chiminazzo.

Ronaldo Fraga recupera o foco, voltando-se para seu folk à brasileira de desconcertante simplicidade, com adoráveis vestidos de algodão, perfeitos para quentes tardes do verão brasileiro.

Ricardo Almeida se desconstrói, apostando num homem mais relaxado, com peças sem acabamento e (ufa) quase nenhuma gravata.

A falta de compromisso típica do calor encontra espaço no masculino da Ellus, que, sem maiores pretensões do que um básico, aciona a tendência do surfe, ressentindo-se de uma produção mais caprichada (styling, acessórios etc.). Melhor quando ficam no xadrez, no esportivo em algodão usados, também sem acabamento, lindo na jaqueta laranja em João Vellutini.

O surfe e o caubói são temas da Vide Bula, junto com um pouco de 70 e 80, em clima de patins, embalagem simpática para uma roupa supercomercial.

Marcelo Quadros se empastela nas cores e no excesso de formalidade, enquanto a Carlota Joakina empaca na falta de experiência de seu estilista, Pedro Lourenço, de apenas 13 anos. De onde se espera um olhar sem vícios sobre a moda, vem mais um punhado de referências já vistas.

Então não adianta. A Cia. Marítima, se não chega a surpreender, garante biquínis intercambiáveis que vão ornar nossas areias escaldantes.

Especial
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