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27/07/2003
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04h26
A Globo não tem mais programas de TV: ela tem, agora, "media products", ou produtos de mídia -que têm de ser feitos não só para a televisão, mas para a internet, internet banda larga, celular etc.
A afirmação é de Juarez Queiroz, coordenador do grupo de diretores da emissora responsável por pensar as transformações que levarão a Globo à era da televisão interativa. Diretor-geral da Globo.com --que recentemente foi incorporada pela TV-- e da Globo Filmes, ele diz que a Globo está passando por uma "revolução criativa": "O grande desafio que temos é transformar um programa como a novela em um produto interativo".
Por interativo, leia-se não apenas uma atração na qual é possível, por exemplo, votar no final ou escolher o filme preferido pelo telefone ou via internet. A nova ordem na emissora é fazer o telespectador ter uma relação com os programas que ultrapasse o ato de sentar no sofá e assisti-los.
Em comunicado interno há algumas semanas, a diretora-geral da Globo, Marluce Dias da Silva --que ficara afastada por motivo de saúde--, disse que seu principal projeto ao voltar à emissora é justamente o da distribuição de conteúdo por novas mídias.
"O consumidor quer ter uma relação de participação. Isso implica algumas modificações na TV Globo. É preciso pensar e conceber o produto para que ele possa trafegar em diferentes mídias", diz Queiroz. Para isso, ele coordena um grupo formado pelos responsáveis por cada departamento da Globo, além da própria Marluce. A missão é repensar o modo como se faz televisão.
O principal exemplo desse modelo de "produto" foi o "Big Brother Brasil". Além de assistir ao "reality show" pela TV, o telespectador podia votar, acompanhar o site, comprar o "pay-per-view" para assistir 24 horas por dia etc.
Mas só a interatividade não basta. "O Jogo", "reality show" sobre a investigação de um crime fictício, tem todos esses elementos e é um fracasso de audiência -costuma ter médias de 14 pontos no Ibope . "Estamos num processo de aprender. Não adianta ter interatividade, o produto original tem de ser atrativo para o consumidor", afirma Queiroz.
Estratégia
Preparando-se para um futuro com a TV digital --em que há uma fusão entre televisão e internet--, um dos principais investimentos da Globo é a distribuição de seus programas via internet banda larga.
"Estamos trabalhando no desenvolvimento da TV interativa, e a banda larga permite trabalhar esse conceito. A internet abriu a primeira janela no sentido de construir essa TV. A grande questão é saber utilizar a programação de TV adaptada para a banda larga", explica Queiroz.
Segundo ele, o que menos importa é saber em que equipamento se dará a convergência entre a televisão e a internet. "Qualquer que seja o desenho, é preciso ter um processo de desenvolvimento de produto e um de mudança de hábito do telespectador", diz.
Há cerca de um mês, o ministro das Comunicações, Miro Teixeira, colocou em consulta pública a minuta de decreto com o modelo brasileiro para a TV digital. Há anos existe uma disputa entre os defensores dos sistemas japonês, americano e europeu para a escolha de um padrão para o país.
A Globo sempre defendeu o padrão japonês, pela possibilidade de transmissão móvel, como TV em celulares e carros.
Globo quer mudar sua forma de fazer TV
da Folha de S.Paulo, no RioA Globo não tem mais programas de TV: ela tem, agora, "media products", ou produtos de mídia -que têm de ser feitos não só para a televisão, mas para a internet, internet banda larga, celular etc.
A afirmação é de Juarez Queiroz, coordenador do grupo de diretores da emissora responsável por pensar as transformações que levarão a Globo à era da televisão interativa. Diretor-geral da Globo.com --que recentemente foi incorporada pela TV-- e da Globo Filmes, ele diz que a Globo está passando por uma "revolução criativa": "O grande desafio que temos é transformar um programa como a novela em um produto interativo".
Por interativo, leia-se não apenas uma atração na qual é possível, por exemplo, votar no final ou escolher o filme preferido pelo telefone ou via internet. A nova ordem na emissora é fazer o telespectador ter uma relação com os programas que ultrapasse o ato de sentar no sofá e assisti-los.
Em comunicado interno há algumas semanas, a diretora-geral da Globo, Marluce Dias da Silva --que ficara afastada por motivo de saúde--, disse que seu principal projeto ao voltar à emissora é justamente o da distribuição de conteúdo por novas mídias.
"O consumidor quer ter uma relação de participação. Isso implica algumas modificações na TV Globo. É preciso pensar e conceber o produto para que ele possa trafegar em diferentes mídias", diz Queiroz. Para isso, ele coordena um grupo formado pelos responsáveis por cada departamento da Globo, além da própria Marluce. A missão é repensar o modo como se faz televisão.
O principal exemplo desse modelo de "produto" foi o "Big Brother Brasil". Além de assistir ao "reality show" pela TV, o telespectador podia votar, acompanhar o site, comprar o "pay-per-view" para assistir 24 horas por dia etc.
Mas só a interatividade não basta. "O Jogo", "reality show" sobre a investigação de um crime fictício, tem todos esses elementos e é um fracasso de audiência -costuma ter médias de 14 pontos no Ibope . "Estamos num processo de aprender. Não adianta ter interatividade, o produto original tem de ser atrativo para o consumidor", afirma Queiroz.
Estratégia
Preparando-se para um futuro com a TV digital --em que há uma fusão entre televisão e internet--, um dos principais investimentos da Globo é a distribuição de seus programas via internet banda larga.
"Estamos trabalhando no desenvolvimento da TV interativa, e a banda larga permite trabalhar esse conceito. A internet abriu a primeira janela no sentido de construir essa TV. A grande questão é saber utilizar a programação de TV adaptada para a banda larga", explica Queiroz.
Segundo ele, o que menos importa é saber em que equipamento se dará a convergência entre a televisão e a internet. "Qualquer que seja o desenho, é preciso ter um processo de desenvolvimento de produto e um de mudança de hábito do telespectador", diz.
Há cerca de um mês, o ministro das Comunicações, Miro Teixeira, colocou em consulta pública a minuta de decreto com o modelo brasileiro para a TV digital. Há anos existe uma disputa entre os defensores dos sistemas japonês, americano e europeu para a escolha de um padrão para o país.
A Globo sempre defendeu o padrão japonês, pela possibilidade de transmissão móvel, como TV em celulares e carros.
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