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12/09/2003 - 10h38

Morre a lenda da música country Johnny Cash

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da Folha Online

A lenda da música country americana Johnny Cash morreu hoje em razão de complicações do diabetes, informou o agente do músico e compositor.

Com cerca de 50 anos de carreira, Cash, que tinha 71 anos, morreu às 3h locais (4h em Brasília), no Hospital Batista em Nashville (Tennessee), segundo uma nota divulgada pelo agente Lou Robin.

"Johnny faleceu por causa de complicações do diabetes, que resultaram em falência do sistema respiratório", afirmou Robin.

Reuters

Johnny Cash durante tributo ao músico em NY, em 1999
Cash recebeu alta do Hospital Batista na quarta-feira (10), depois de duas semanas de internação para um tratamento de um problema no estômago. O músico vinha lutando também contra uma doença que afetava seu sistema nervoso e pneumonia nos últimos anos.

Conhecido como "Man in Black" ("Homem de Preto"), por sempre usar roupas negras e um longo casaco escuro, Cash é considerado um dos principais ícones para a geração de músicos de Nashville.

Em sua trajetória profissional, ele ganhou 10 prêmios Grammy, incluindo o de Melhor Performance Vocal Masculina de Country pela música "Give My Love to Rose", de sua autoria. Ele venceu seu primeiro Grammy em 1967, mas continuou a receber homenagens mesmo no fim de sua carreira.

A doença impediu que ele participasse, no mês passado, do MTV Music Awards, em que recebeu indicação para sete categorias.

Ícone

"Johnny Cash não foi apenas um gigante no nosso meio, mas ele foi um dos caras que cresceu a ponto de se tornar um ícone cultural na América", declarou Ed Benson, diretor-executivo da Associação de Música Country, em entrevista à TV WTVF em Nashville.

Entre seus principais sucessos estão "Folsom Prison Blues", "Ring of Fire ", "I Walk the Line", "A Boy Named Sue" e "Sunday Morning Coming Down".

Ele era membro do Rock and Roll Hall of Fame, do Country Music Hall of Fame e também do Songwriters Hall of Fame, que reúne compositores.

Início

Nascido no Estado do Arkansas, em 1932, ele quase morreu de desnutrição quando era criança e, aos 12 anos, começou a compor músicas. Mais tarde, trabalhou nos campos de algodão, conseguiu um emprego na linha de montagem de veículos em Michigan, se alistou à Força Aérea e foi vendedor em Memphis, Tennessee.

Sua vida, porém, mudou em 1955, quando foi um dos primeiros artistas a assinar contrato com a legendária gravadora Sun de Sam Phillips, na qual teve como companheiros Elvis Presley, Carl Perkins e Jerry Lee Lewis. Desde então, Cash não parou de fazer sucesso e se transformou em ícone da música country nos Estados Unidos.

Como tantas outras lendas da música, Cash teve que lutar contra o vício das drogas e do álcool, o que acabou com seu primeiro casamento, em 1965, com Vivian Liberto. Ele se recuperou com a ajuda de June Carter, com quem se casaria em 1968.

Em seguida, Cash gravou clássicos como "Folsom Prison Blues", que contém a impactante frase "I shot a man in Reno, just to watch him die" ("Eu atirei num homem em Reno, só para vê-lo morrer").

Os problemas de saúde começaram a se tornar constantes em 1998, quando o cantor quase morreu de pneumonia e recebeu o diagnóstico de uma grave doença no sistema nervoso relacionada ao Mal de Parkinson.

Na ocasião, Cash estava num momento especial de sua carreira, fazendo quase 200 shows por ano e produzindo dois álbuns gravados diante de platéias compostas por criminosos condenados --"Live at Folsom Prison" e "Live at San Quentin".

Durante a carreira ele produziu mais de 150 músicas de sucesso --mais do que qualquer outro artista na história da música popular-- e sua importância era demonstrada pelo carinho que recebia de diversos colegas do mundo da música, como quando foi convidado para participar do álbum "Zooropa", do grupo U2.

Johnny Cash gravou quase 1.500 músicas e participou de mais de 470 álbuns.

Seu último álbum, "The Man Comes Around", com covers de músicas do Depeche Mode, John Lennon e Paul McCartney, e com um dueto com a cantora Fiona Apple, é extremamente melancólico. A voz já não era a mesma, mas o impacto causado foi ainda maior. A última faixa parece uma promessa: "We'll Meet Again" (Nós vamos nos encontrar de novo).

Com agências internacionais

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