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15/09/2003
-
16h17
da France Presse, em Florença (Itália)
O Davi de Michelangelo será submetido a partir de hoje a uma limpeza destinada a proteger a extraordinária escultura de 4,5 metros --exposta desde 1504 em Florença-- dos efeitos do tempo.
Para proteção, em 1873 o Davi foi levado da praça da Senhoria de Florença para a Galeria da Academia da cidade, onde 1,2 milhão de visitantes a admiram a cada ano.
A limpeza da estátua, uma das mais famosas do mundo, durará até meados de 2004, quando completará 500 anos, e ficará a cargo da jovem restauradora Cinzia Parnigoni.
Uma série de polêmicas surgiu na Itália por causa do método de limpeza escolhido. Um desacordo sobre o assunto provocou a demissão da primeira restauradora incumbida da tarefa, Agnese Parronchi.
O método escolhido consiste no uso de compressas encharcadas com água destilada para remover a sujeira e a gordura dos minúsculos poros da pedra.
Vários especialistas italianos e estrangeiros emitiram um alerta público, afirmando que este método poderá fazer mais do que remover a poeira da superfície da estátua. Especialistas internacionais, particularmente ingleses e americanos, temem que o mármore da estátua seja afetado pelo método.
Eles dizem que existe o risco de afetar o material, transformando o belo e jovem pastor de Michelangelo, escravo de Golias e futuro rei de Israel, em um frágil atleta de alabasto.
"A limpeza do Opificio [Opificio delle Pietre Dure, instituto fiorentino encarregado da restauração], pelo que tenho visto, tem sido muito radical e busca somente a brancura e o brilho, escondendo as características de um material como o mármore", explicou o especialista americano em História da Arte, James Beck, em entrevista a uma revista especializada.
Polêmica
O Opificio rejeitou as críticas e garantiu que a operação se limita a uma simples limpeza sem o uso de materiais químicos.
Para encerrar a polêmica, em julho passado, o ministro italiano da Cultura, Giuliano Urbani, autorizou oficialmente a limpeza do Davi. No começo deste mês, os primeiros testes foram feitos em pequenas partes da estátua.
Nesta segunda-feira, os especialistas ilustraram os critérios científicos que serão aplicados durante entrevista coletiva concedida na Galeria da Academia.
Eles lembraram que a limpeza foi decidida depois de 11 anos de estudos e consultas a especialistas italianos e estrangeiros.
A estátua sofre as consequências de ter permanecido exposta ao ar livre durante mais de três séculos e meio na Praça da Senhoria até ser transferida em 1873, por decisão das autoridades fiorentinas.
No entanto, isto não impediu que a estátua sofresse os danos do processo de sulfatação que ataca o mármore.
Mas o pior inimigo do Davi foi o homem, que para ressaltar sua beleza e suas extraordinárias proporções físicas, quis limpá-lo no século 19.
Em 1843, um restaurador fiorentino limpou a superfície da estátua com uma solução que continha 50% de ácido clorídrico, provocando a perda das cores originais da escultura.
Isso sem falar nos braços e pés que se quebraram com o passar dos séculos. Em 1527, durante uma série de revoltas, o braço esquerdo foi quebrado. Os dedos dos pés sofreram vários golpes: em 1813, 1851 e em 1991, quando um desequilibrado mental atacou a estátua.
Com quase 500 anos, Davi de Michelangelo será restaurado
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O Davi de Michelangelo será submetido a partir de hoje a uma limpeza destinada a proteger a extraordinária escultura de 4,5 metros --exposta desde 1504 em Florença-- dos efeitos do tempo.
Para proteção, em 1873 o Davi foi levado da praça da Senhoria de Florença para a Galeria da Academia da cidade, onde 1,2 milhão de visitantes a admiram a cada ano.
A limpeza da estátua, uma das mais famosas do mundo, durará até meados de 2004, quando completará 500 anos, e ficará a cargo da jovem restauradora Cinzia Parnigoni.
Uma série de polêmicas surgiu na Itália por causa do método de limpeza escolhido. Um desacordo sobre o assunto provocou a demissão da primeira restauradora incumbida da tarefa, Agnese Parronchi.
O método escolhido consiste no uso de compressas encharcadas com água destilada para remover a sujeira e a gordura dos minúsculos poros da pedra.
Vários especialistas italianos e estrangeiros emitiram um alerta público, afirmando que este método poderá fazer mais do que remover a poeira da superfície da estátua. Especialistas internacionais, particularmente ingleses e americanos, temem que o mármore da estátua seja afetado pelo método.
Eles dizem que existe o risco de afetar o material, transformando o belo e jovem pastor de Michelangelo, escravo de Golias e futuro rei de Israel, em um frágil atleta de alabasto.
"A limpeza do Opificio [Opificio delle Pietre Dure, instituto fiorentino encarregado da restauração], pelo que tenho visto, tem sido muito radical e busca somente a brancura e o brilho, escondendo as características de um material como o mármore", explicou o especialista americano em História da Arte, James Beck, em entrevista a uma revista especializada.
Polêmica
O Opificio rejeitou as críticas e garantiu que a operação se limita a uma simples limpeza sem o uso de materiais químicos.
Para encerrar a polêmica, em julho passado, o ministro italiano da Cultura, Giuliano Urbani, autorizou oficialmente a limpeza do Davi. No começo deste mês, os primeiros testes foram feitos em pequenas partes da estátua.
Nesta segunda-feira, os especialistas ilustraram os critérios científicos que serão aplicados durante entrevista coletiva concedida na Galeria da Academia.
Eles lembraram que a limpeza foi decidida depois de 11 anos de estudos e consultas a especialistas italianos e estrangeiros.
A estátua sofre as consequências de ter permanecido exposta ao ar livre durante mais de três séculos e meio na Praça da Senhoria até ser transferida em 1873, por decisão das autoridades fiorentinas.
No entanto, isto não impediu que a estátua sofresse os danos do processo de sulfatação que ataca o mármore.
Mas o pior inimigo do Davi foi o homem, que para ressaltar sua beleza e suas extraordinárias proporções físicas, quis limpá-lo no século 19.
Em 1843, um restaurador fiorentino limpou a superfície da estátua com uma solução que continha 50% de ácido clorídrico, provocando a perda das cores originais da escultura.
Isso sem falar nos braços e pés que se quebraram com o passar dos séculos. Em 1527, durante uma série de revoltas, o braço esquerdo foi quebrado. Os dedos dos pés sofreram vários golpes: em 1813, 1851 e em 1991, quando um desequilibrado mental atacou a estátua.
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