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22/09/2003 - 19h54

Chile presta homenagem ao poeta Pablo Neruda

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da France Presse, no Chile

Os fãs do poeta chileno Pablo Neruda homenagearão o escritor 30 anos depois de sua morte na casa em que ele viveu e onde escreveu muitos de seus versos. Escritores, artistas, artesãos locais e amigos do poeta visitarão a casa do poeta, em Isla Negra, no litoral do Chile, transformada em museu, para lembrar o autor de "Canto Geral", que recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em outubro de 1971, dois anos antes de sua morte.

Neruda foi enterrado no jardim da casa, de frente para o mar e sob o campanário, ao lado de sua última mulher, Matilde Urrutia.

"Em minha casa reuni brinquedos pequenos e grandes, sem os quais não poderia viver", escreveu o poeta em suas memórias, ao comentar sua estranha mania de colecionador.

Na casa de Isla Negra, uma aldeia tranquila da costa central do Chile, 100 km a oeste de Santiago, as coleções de garrafas e insetos, que Neruda recolhia durante suas viagens pelo mundo como poeta, diplomata ou turista, permanecem intactas.

"O menino que não brinca não é um menino, mas o homem que não brinca perdeu para sempre o menino que vivia dentro dele e que lhe fará muita falta. Também construí minha casa como um brinquedo e brinco nela da manhã atá a noite", acrescentou Neruda num trecho do livro "Confesso que Vivi".

Na terça-feira, dia em que serão lembrados os 30 anos da morte do poeta, o presidente Ricardo Lagos e alguns de seus ministros se reunirão no jardim da casaa para homenagear Neruda.

Nascido na cidade de Parral no dia 12 de julho de 1904, Neftalí Reyes Basualto se tornou Pablo Neruda antes de completar 15 anos, quando escreveu seus primeiros versos.

De "20 Poemas de Amor e uma Canção Desesperada" até os "Versos do Capitão", a poesia de Neruda trata do cosmos, da água, do ar, das raízes históricas ou dos problemas do homem simples e das relações humanas.

Em 1945 foi eleito senador, integrando a coalizão Progressista Nacional. Naquele ano, aderiu formalmente ao Partido Comunista graças à influência de sua segunda mulher, a pintora argentina Delia del Carril.

Delia, apelidada de "Formiguinha" e 20 anos mais velha que Neruda, conheceu o poeta em Madri, em 1935, num momento em que eles frequentavam os mesmos encontros intelectuais dos quais participavam Federico García Lorca e Rafael Alberti, entre outros.

Quando o Partido Comunista foi proibido, em 1948, Neruda fugiu clandestinamente para a Argentina e de lá seguiu para a Europa, onde viveu durante cinco anos no exílio entre Itália, França e outros países.

No México conheceu a soprano Matilde Urrutia, que se tornaria sua terceira e última mulher.

Ao voltar para o Chile, foi candidato à presidência em 1969, mas desistiu da candidatura em favor do líder socialista Salvador Allende, que venceu a eleição em setembro de 1970.

Durante o governo de Allende, Neruda foi embaixador do Chile na França, onde, em outubro de 1971, recebeu a notícia de que havia vencido o Prêmio Nobel.

Retornou ao seu país no início de 1973 para refugiar-se em sua casa de praia, onde morreu, vítima de câncer, aos 69 anos, no dia 23 de setembro do mesmo ano, duas semanas depois da morte de Allende.
 

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