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01/10/2003 - 14h01

Parisienses se preparam para "Noite Branca" de vigília cultural

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MARC BURLEIGH
da France Presse, em Paris

Bonecas chinesas em patins rollerblade, piscinas musicais, arte surrealista, monumentos iluminados e um clima de festa de rua são os ingredientes para manter Paris acordada no próximo sábado (4), quando a capital francesa acolhe o evento anual de vigília cultural "Nuit Blanche".

O evento --literalmente "Noite Branca", mas que significa "Noite em Branco" em francês-- fará a cidade ficar acordada até o amanhecer de domingo, quando os notívagos poderão visitar as mais de cem exposições abertas. Concebido pelo prefeito Bertrand Delanoe e seus assessores, o projeto tenta tornar Paris um playground para moradores e turistas.

Seu objetivo é repetir o enorme sucesso da edição inaugural, no ano passado, e evitar os momentos difíceis, sobretudo o ataque a faca de um desequilibrado a Delanoe que deixou o prefeito com ferimentos sérios mas que felizmente não puseram sua vida em risco.

Atenção especial será dada ao grande tráfego esperado para o evento, na tentativa de reduzir as filas de carros que engarrafaram a cidade em 2002, quando 800 mil pessoas foram para as ruas.

Autoridades também estão se esforçando para evitar o caos da semana passada em evento semelhante organizado em Roma, o "Notte Bianca", quando a maior parte da Itália sofreu um apagão.

Um efetivo extra de policiais e guardas estará nas ruas nos arredores de Paris para garantir a segurança nos locais do evento, enquanto ônibus extras serão postos à disposição e painéis eletrônicos informarão o público sobre o tempo de espera para se chegar a cada local.

Destaques

A edição deste ano da "Nuit Blanche" dará destaque às artes visuais e musicais.

Seis especialistas em cultura francesa --entre eles diretores de festivais de arte e de museus-- propuseram circuitos temáticos onde estão algumas das atrações. Outros eventos serão realizados fora dos itinerários.

O programa inclui espetáculos que vão de sofisticados a bizarros.

Assim, quem quiser poderá levar seu traje de banho e nadar em piscinas enquanto altos-falantes tocam jazz ou música clássica durante toda a noite, os curiosos poderão visitar um quarto cheio de balões brancos, outros poderão assistir a vídeos de arte em muitos locais, fãs de música tecno poderão dançar em vários clubes ou museus, enquanto outros poderão ouvir tubos de metal gigantescos entoarem melodias similares a dos acordeões.

Muitas das descrições e temas desafiam a compreensão e a lógica.

O letreiro eletrônico municipal, por exemplo, se transformará no portador de mensagens incomuns escritas por um artista americano, provocando os pedestres com frases como estas: "Eu gostaria de pedir a você que parasse. Páre bem onde você está. Simplesmente fique parado, sem movimento, por um momento, nesta posição. Só mais um momento. Obrigado".

Outras misturam vários instintos em uma exposição, como a da artista americana nascida em Taiwan Shu Lea Cheang, que misturou vídeos, fotografia, internet e arte performática em volta do tema "erotismo, quando ele interfere no sexo e na nova tecnologia". Sua instalação, Roll Over, China Doll, exibirá mulheres patinando em "rollerblades", que tentam os visitantes sob a legenda "Catch me if you can" (Pegue-me se for capaz).

Alguns, menos excitantes, oferecerão peças, leitura de livros e, em um quarto de hotel, mensagens secretas que prometem "questionar a existência" daqueles que as lerem.
 

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