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02/10/2003 - 17h32

Globo veta piada sobre Gugu e PCC no "Casseta e Planeta"

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da Folha Online

A Rede Globo vetou a exibição de um quadro do programa "Casseta & Planeta, Urgente!" que iria ao ar na terça-feira passada, dia 30, sobre a entrevista falsa de membros da facção criminosa PCC ao programa "Domingo Legal", de Gugu Liberato.

A emissora informou em comunicado oficial à imprensa a decisão de vetar a exibição do quadro.

A Globo não costuma vetar quadros do "Casseta & Planeta" com frequência. No entanto, a direção da emissora já proibiu piadas sobre 11 de setembro em 2001 e recomendou que os humoristas não fossem agressivos quando convidaram a cantora Sandy para o programa.

No comunicado, a Globo diz entender que o assunto é grave e que estava sendo tratado com o humor peculiar do grupo.

A polêmica entrevista foi ao ar no programa do SBT do dia 7 de setembro. Nela, dois falsos integrantes do PCC, que, mais tarde, foram desmascarados pela polícia, ameaçavam personalidades políticas, além de jornalistas e o padre católico Marcelo Rossi.

Entenda a polêmica

O caso teve repercussão por todo o país e até mesmo uma punição: a emissora foi proibida pela Justiça Federal de exibir o programa, que é dominical e ao vivo, no dia 14. Agora, o Ministério das Comunicações avalia se o SBT já veiculou anteriormente reportagens semelhantes à exibida no último dia 7. O ministro das Comunicações, Miro Teixeira, afirmou que o ministério realiza um levantamento dos programas exibidos pela emissora. Segundo ele, cabe ao governo analisar os programas que vão ao ar e não censurar.

O ministério abriu um processo de apuração de infração contra o SBT por causa da falsa entrevista. O SBT pode ter infringido a regulamentação do setor, que proíbe incitar práticas criminosas. As punições previstas vão da advertência à cassação da concessão, passando por multa ou suspensão da concessão. Segundo Teixeira, a cassação da concessão só pode ocorrer se a emissora for condenada judicialmente.

Há também um inquérito policial sobre o caso, concluído pelo Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado). Cinco pessoas foram indiciadas: o produtor Rogério Casagrande, o repórter Wagner Maffezoli, Hamilton Tadeu dos Santos, o Barney --apontado como o responsável por organizar a entrevista--, e dois atores que apareceram encapuzados na gravação.

O advogado Adriano Salles Vanni, que defende Gugu Liberato, conseguiu evitar que o apresentador fosse indiciado no inquérito policial. Ele foi beneficiado por um habeas corpus preventivo concedido pelo Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais). Em depoimento à Polícia Civil, na semana passada, o apresentador afirmou que desconhecia a farsa.

Para o Ministério Público, o fato de Gugu saber ou não da farsa não o redime da responsabilidade de ter veiculado a reportagem. O artigo prevê punição para quem publicar ou divulgar notícias falsas ou fatos verdadeiros truncados ou deturpados que causem comoção social.

O caso do apresentador pode se enquadrar na lei 9.099/95, que permite penas alternativas para acusados primários de crimes de menor poder ofensivo. Com isso, um acordo pode ser feito para que, se responsabilizado, seja aplicada a Gugu uma sanção, que pode ser certo valor ou serviço à comunidade.

Outro lado

Os integrantes do grupo Casseta & Planeta foram procurados, mas estariam em reunião de pauta e por isso não puderam falar sobre o assunto com a Folha Online.

Veja a íntegra da nota distribuída pela Globo:

"Comunicado

A TV Globo informa que decidiu não exibir um quadro do programa Casseta e Planeta , Urgente!, que fazia alusão à entrevista com supostos integrantes de facção criminosa no SBT. Embora o tema fosse tratado com o humor peculiar aos humoristas, entendemos que o assunto é grave e poderia ser entendido como uma exaltação ao crime, o que contraria nossos princípios éticos.

Central Globo de Comunicação
Rio de Janeiro, 02 de outubro de 2003"
 

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