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10/10/2003
-
08h13
PEDRO BUTCHER
crítico da Folha
É abissal a diferença entre "Castelo Rá-tim-bum - O Filme" e "Ilha Rá-Tim-Bum - O Martelo de Vulcano". Os dois filmes são versões para o cinema da bem-sucedida série infantil da TV Cultura, mas neste segundo houve uma perda de qualidade em todos os aspectos.
O cuidado que cercou o "Castelo" parece ter sido abandonado. "O Martelo de Vulcano" substitui a busca por um certo padrão de qualidade narrativa pela busca do puro espetáculo. Dizem até que este é o filme brasileiro com maior quantidade de efeitos especiais da história: segundo os produtores, aproximadamente um terço do que se vê na tela traz a interferência de um efeito digital.
O que talvez explique a precariedade da história, que parece um mero veículo para os efeitos. Mas a consequência mais grave dessa decisão é que os efeitos não convencem, nem tanto pelo seu resultado final, mas pelo simples fato de que não têm muito sentido no conjunto da trama.
O ponto de partida do filme, que tem direção de Eliana Fonseca (dos curtas "Frankenstein Punk" e "A Revolta dos Carnudos") é igual ao da série de TV: um grupo de cinco amigos naufraga e vai parar numa ilha desconhecida, onde se escondem perigos e criaturas fantásticas. Mas, assim como os personagens são jogados na ilha, eles parecem ter sido atirados no meio de uma história que não lhes pertence, centrada na busca por um martelo ancestral que tornará aquele que o possuir o ser mais poderoso do universo.
O martelo é como um primo pobre do anel de "O Senhor dos Anéis", e a fórmula básica do roteiro é o uso e abuso de elementos básicos da mitologia clássica, como se isso por si só bastasse. As crianças protagonistas não criam laços de empatia, os vilões não assustam e a direção é simplista (a câmera está posta em função dos efeitos especiais ou em função da rapidez das filmagens). As crianças merecem mais.
Avaliação:
Ilha Rá-Tim-Bum - O Martelo de Vulcano
Produção: Brasil, 2003
Direção: Eliana Fonseca
Com: Greta Eleftheriou, Paulo Nigro, Bárbara Paz, Ernani Moraes
Quando: a partir de hoje nos cines Center Norte, Frei Caneca Unibanco Arteplex, Metrô Tatuapé e circuito
Especial
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Busca pelo espetáculo prejudica a qualidade de "O Martelo de Vulcano"
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crítico da Folha
É abissal a diferença entre "Castelo Rá-tim-bum - O Filme" e "Ilha Rá-Tim-Bum - O Martelo de Vulcano". Os dois filmes são versões para o cinema da bem-sucedida série infantil da TV Cultura, mas neste segundo houve uma perda de qualidade em todos os aspectos.
O cuidado que cercou o "Castelo" parece ter sido abandonado. "O Martelo de Vulcano" substitui a busca por um certo padrão de qualidade narrativa pela busca do puro espetáculo. Dizem até que este é o filme brasileiro com maior quantidade de efeitos especiais da história: segundo os produtores, aproximadamente um terço do que se vê na tela traz a interferência de um efeito digital.
O que talvez explique a precariedade da história, que parece um mero veículo para os efeitos. Mas a consequência mais grave dessa decisão é que os efeitos não convencem, nem tanto pelo seu resultado final, mas pelo simples fato de que não têm muito sentido no conjunto da trama.
O ponto de partida do filme, que tem direção de Eliana Fonseca (dos curtas "Frankenstein Punk" e "A Revolta dos Carnudos") é igual ao da série de TV: um grupo de cinco amigos naufraga e vai parar numa ilha desconhecida, onde se escondem perigos e criaturas fantásticas. Mas, assim como os personagens são jogados na ilha, eles parecem ter sido atirados no meio de uma história que não lhes pertence, centrada na busca por um martelo ancestral que tornará aquele que o possuir o ser mais poderoso do universo.
O martelo é como um primo pobre do anel de "O Senhor dos Anéis", e a fórmula básica do roteiro é o uso e abuso de elementos básicos da mitologia clássica, como se isso por si só bastasse. As crianças protagonistas não criam laços de empatia, os vilões não assustam e a direção é simplista (a câmera está posta em função dos efeitos especiais ou em função da rapidez das filmagens). As crianças merecem mais.
Avaliação:
Ilha Rá-Tim-Bum - O Martelo de Vulcano
Produção: Brasil, 2003
Direção: Eliana Fonseca
Com: Greta Eleftheriou, Paulo Nigro, Bárbara Paz, Ernani Moraes
Quando: a partir de hoje nos cines Center Norte, Frei Caneca Unibanco Arteplex, Metrô Tatuapé e circuito
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