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19/10/2003 - 05h42

Antônio Grassi faz novela e política com aval de Lula

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CLÁUDIA CROITOR
free-lance para a Folha de S.Paulo, do Rio

Até o presidente da República incentivou. E o presidente da Funarte (Fundação Nacional de Arte) aceitou seu papel na novela das seis.

"Lula me disse que ser ator era o meu maior patrimônio. E eu não queria romper o vínculo com a minha carreira artística, que estava sendo deixada de lado", afirma Antônio Grassi, 49, que desde o início de setembro é também o Reginaldo de "Chocolate com Pimenta", da TV Globo.

O ator e ex-secretário de Cultura do Estado do Rio diz que hesitou muito antes de aceitar o papel na novela da Globo, onde vive um viciado em jogo, que na semana passada perdeu até a filha numa aposta.

"Mas ao mesmo tempo tentei levar em consideração o fato de que um dos diferenciais nossos no governo é que nós somos também artistas", diz.

"Barra-pesada"

Mesmo assim, não nega que esteja sendo "barra-pesada" se dividir entre o trabalho à frente da Funarte, um dos principais órgãos do Ministério da Cultura, e as gravações da novela.

"Estou igual a um maluco, tentando fazer as duas coisas. Priorizo a agenda da Funarte, e a produção da novela tenta concentrar as minhas cenas para eu gravar tudo de uma tacada só."

Ele já havia sido convidado para participar de "Agora É que São Elas", que antecedeu "Chocolate", mas recusou por achar que não iria conciliar os dois trabalhos. Grassi estava fora do ar havia três anos, desde sua participação como um professor em "Malhação". A última novela tinha sido "Força de um Desejo", em 1999. Participou do filme "Carandiru" de Hector Babenco, e depois que assumiu a secretaria de Cultura do Rio, no ano passado, deixou a carreira de ator de lado.

As gravações das cenas em que seu personagem aparece são concentradas em um ou dois dias da semana, no máximo.

Nos outros dias, se divide entre o gabinete da fundação, no Rio, e as viagens para despachar em Brasília. Além disso, é ainda o encarregado de promover as sessões quinzenais de cinema a que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assiste privativamente no Palácio da Alvorada.

"Todo mundo quer passar filme para o presidente, então estabelecemos um critério: além de nacionais, obviamente, têm de ser filmes inéditos e às vésperas do lançamento. Isso já filtra muita coisa, senão fica uma loucura."

Com tantas atribuições, o ator diz que às vezes "dá uma balançada". "Fico preocupado até com a própria saúde. Tem sido pauleira. Mas fico feliz porque todas as coisas de que estou participando estão dando muito certo."

De fato, "Chocolate com Pimenta" tem sido o maior sucesso da Globo no horário dos últimos anos. E, à frente da Funarte, o ator afirma que está contente com os rumos que a entidade está tomando em sua administração.

"Nosso maior desafio é fazer da Funarte uma fundação de fato nacional, não só no nome. Fazer com que haja uma circulação consistente da produção de cultura de e para outras regiões que não apenas o eixo Rio-São Paulo", diz Grassi.

Loteria

Atualmente, um de seus maiores projetos é conseguir ver implantada a Loteria da Cultura, que teria a renda revertida para o ministério e pode sair do papel no início do ano que vem.

"Estive em Brasília na última semana vendo isso. Seria a salvação da lavoura", afirma.

No meio de tantos compromissos, o que menos sobra para o político é tempo para assistir suas atuações na novela.

"Isso é muito ruim, não assisto ao meu trabalho. O jeito é pedir para alguém gravar para mim, e de vez em quando ver algumas cenas", diz.
 

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